
Segundo Edemir, a BM&F pretende crescer apoiada em três pilares: meios de operação eletrônicos; fusões, aquisições e incorporações; e redução de custos.
Incorporações e tecnologia
Para aumentar o acesso de investidores aos produtos da BM&F, foi selado, na última terça-feira (26) um acordo com o grupo norte-americano CME, dono da maior bolsa de derivativos do mundo e que hoje detém a maior plataforma de negociação eletrônica existente - o Globex.
Esta parceria permite que investidores em mais de 80 países possam acessar os contratos negociados na bolsa brasileira e lançar ordens de compra e venda diretamente. Para tanto, a BM&F está adaptando seus produtos para serem negociados ao mesmo tempo em sistema viva voz e eletrônico.
Dentro do plano de crescimento da Bolsa, um dos principais motores é a união com outras companhias de valores. Edemir afirma que "seremos na verdade consolidadores e dominantes em derivativos", referindo-se, principalmente, à América Latina. "O fato relevante divulgado, há poucos dias, de uma parceria com a Bovespa está dentro desta característica da BM&F".
Redução de custos
Cortar custos é outra meta a ser perseguida pela BM&F já que "vamos olhar os custos dia a dia, por que ele será um item de crescimento dentro da companhia, assim ganhamos em escala, em mercado, principalmente nessa concorrência que temos em nível mundial", afirma Edemir.
Apesar dos efeitos não-recorrentes que impactaram o lucro neste ano, Edemir diz que a meta de longo prazo é atingir uma margem operacional de 60% a 70%, que é a média mundial para as bolsas desmutualizadas, em contraste com 50,3% alcançados no último exercício. A desmutualização da BM&F ocorreu em dezembro passado, quando a companhia abriu capital.
Crise nos EUA
Quando questionados a respeito da crise norte-americana, os executivos da BM&F explicaram que o volume de negociação não afeta as receitas - que são dependentes mais do prazo de vencimento dos contratos - e, por isso, a menor quantidade de investidores atuando no segundo semestre de 2007 não afetou a receita, efeito que deve se repetir em 2008. "Além disso, criamos produtos de crise como o FRA de cupom cambial, que traz ganhos em meio à volatilidade dos mercados", lembra Edemir.
Novos produtos
Outros tipos de contratos devem ser criados ainda neste ano, entre eles opções flexíveis de taxa de câmbio de real por euro e índice de commodities brasileiras.
Com novos produtos e nova tecnologia a BM&F espera estimular os seus clientes a investir. Com o sistema DMA (Acesso Direto ao Mercado), que entra em operação em julho, espera-se aumento no volume de contratos negociados, já que é uma via mais rápida e fácil de acesso ao pregão. "Iniciativa que deve refletir nos resultados também", destaca o diretor, na medida em que permite a BM&F ter receita de emolumentos com a negociação em si.