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quinta-feira, 31 de março de 2011

O desafio de chegar ao fim do mês com dinheiro no bolso e as contas em dia

Resistir ao crédito fácil é fundamental para evitar efeito bola de neve nas dívidas

Por Simão Mairins, www.administradores.com.br


Colocar as contas no papel até que é uma atividade comum entre as famílias brasileiras. Mas nem todas seguem à risca o que está escrito. Água, luz, telefone, internet, aluguel, escola das crianças, alimentação, passeio no fim de semana, conserto do carro e pronto, o dinheiro foi embora. Para o que falta, cheque especial. Não tem? Cartão de crédito. E assim começa o calvário de 54% das famílias brasileiras: o endividamento que parece não ter fim.



Com a melhora na economia do país, ficou mais fácil comprar com prazos a perder de vista. Mas a facilidade pode, logo, logo, se tornar um tormento. Por trás do parcelamento em dezenas de meses se escondem os juros e, pior, o comprometimento das receitas com despesas adicionais por um período extenso, o que, na ausência de planejamento, pode agravar a situação.



Uma dica importante para evitar o efeito bola de neve nas contas, de acordo com a contadora Dora Ramos, é não ceder à tentação do crédito fácil, que, segundo ela, pode se tornar caro demais. De acordo com a contadora, é importante, antes de parcelar uma compra ou adquirir um empréstimo, avaliar a real necessidade de fazer isso. "Acredito que o mais importante é manter a possibilidade de obter o crédito quando ele realmente for necessário, num momento de real necessidade. Uma atitude precipitada no passado pode prejudicar a obtenção do crédito quando ele realmente for necessário", afirma Ramos.



Na hora da crise



Estar preparado para situações adversas também é fundamental. Mesmo quem mantém as contas no azul está, diariamente, sob o risco de entrar em crise. O motivo? Imprevistos. Ter receitas para cobrir as despesas não é o suficiente. Coisas como problemas de saúde ou reparos urgentes na casa ou no carro podem desequilibrar orçamentos que vivem no limite. Por isso, a recomendação é ter reservas. E reservas com fins bem planejados.



"Sem dúvida, a poupança é uma saída. Mas, para que seja uma saída eficiente, é preciso pensar, prever quais seriam as despesas imprevistas", afirma Dora Ramos. Segundo a contadora, "uma poupança aleatória pode não ser suficiente, uma poupança consciente e segura só será possível através de planejamento, até para que se possa decidir qual o tipo de poupança deve ser feita".



Família unida



Em se tratando da família, a concentração da responsabilidade no pai ou na mãe, certamente, vai ser um problema em um momento de crise. "Se os familiares não sabem a situação financeira e porque estão guardando dinheiro, eles vão querer comprar tudo que têm vontade", afirma Reinaldo Domingos, autor do livro Terapia Financeira. De acordo com ele, "a tomada de decisão em conjunto fará com que as privações sejam aceitas e que os objetivos sejam os de todos, e não apenas de uma pessoa".



Para Dora Ramos, "uma família que consegue fazer planejamento financeiro, atua de forma mais consciente" e todos os membros da família aprendem a importância de ter as contas organizadas . "É praticamente impossível um planejamento financeiro familiar que não envolva ou afete todos os membros da família. Enfim, pode ser o princípio de atitudes mais conscientes como cidadãos", afirma a contadora.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Classe C chega a 101 milhões de brasileiros, diz pesquisa

53% da população está na classe C, diz estudo da Cetelem BGN. Pirâmide social muda de formato e vira losango.

G1

Clique aqui e veja a pesquisa

Cerca de 19 milhões de brasileiros migraram para a classe C em 2010, que chegou a 101,65 milhões de pessoas e já representa 53% da população total do país (191,79 milhões). Os dados são da pesquisa Observador 2011, encomendada pela Cetelem BGN à Ipsos Public O estudo mostra que a 'nova classe média' é a maior do país, mais ampla que as classes AB e DE juntas.

Segundo a pesquisa, 25% da população estava nas classes DE (47,94 milhões) em 2010 e outros 21% nas classes AB (42,19 milhões), que recebeu no ano passado um acréscimo de 12 milhões de brasileiros. Em 2009, a classe C reunia 92,85 milhões de brasileiros. Já as classes DE tinham 66,88 milhões e as AB, 30,21 milhões.

Para o estudo, foram feitas 1.500 entrevistas domiciliares em 70 cidades do país entre os dias 24 e 31 de dezembro.

A pesquisa, realizada desde 2005, faz uma radiografia do comportamento do consumidor brasileiro e mostra que a pirâmide social mudou de formato, se transformando em um losango, pois a classe C é a que conta com o maior número de pessoas.

Enquanto a população cresceu 5,35% de 2005 a 2010, a classe C cresceu 62,12% e as classes AB inflaram 59,70%. Já as classes DE tiveram redução de 48,41% no período, o que corresponde a quase 45 milhões de brasileiros. Em 2005, as classes AB e C juntas correspondiam a 49% da população; em 2010, elas somavam 74%.

"Existe uma grande transformação e ela pode se transformar em oportunidade se usarmos essas informações para fazer um planejamento estratégico de nossos negócios", afirma Marcos Etchegoyen, presidente da Cetelem. "Temos que criar a cultura de ofertar o crédito de maneira que a pessoa entenda o que está sendo ofertado, tire suas dúvidas e possa se manter adimplente, de modo a continuar usando o crédito no futuro".

Renda e gastos
De acordo com a pesquisa, houve aumento da renda média dos brasileiros de todas as classes e regiões. Alta que se mostrou mais acentuada nas classes DE, cuja renda familiar média declarada pelos pesquisados ficou em R$ 809 - 48,44% maior do que em 2005. Os brasileiros da classe AB tiveram renda média de R$ 2.983 e os da C de R$ 1.338.

No ano de 2010, os brasileiros gastaram em média, mensalmente, R$ 165,00 a mais que no ano de 2009. Os itens de destaque foram seguros, previdência privada, aluguel, vestuário e convênios médicos. Em 2010, 20% da população indicou já ter feito compras pela internet. Segundo o estudo, mais de 60% das compras dos itens de médio custo foram financiadas. Em todas as regiões, o gasto médio com telefone fixo foi superior ao do telefone celular.

A pesquisa indica também que o brasileiro está otimista. Cerca de 60% dos entrevistados espera mais crescimento em 2011, 53% mais consumo, 52% mais crédito e 39% acreditam que o PIB se mantenha em alta.

Segundo o levantamento, 79% dos pesquisados pretendem economizar mais em 2011, mas 48% também pretendem gastar mais neste ano, com destaque para itens como bens para casa, móveis, decoração e entretenimento. Por outro lado, apenas 26% dos entrevistados comparam as taxas de juros, antes de escolher aonde vão fazer compras financiada.

Segundo o estudo, as classes DE concentram os maiores crescimentos na intenção de compra para 2011, com destaque para eletrodomésticos, celulares, motos e carros.

Para Miltonleise Carreiro Filho, vice presidente da Cetelem, os números da pesquisa ainda não apresentam o efeito das medidas de restrição de crédito anunciadas pelo Banco Central no fim do ano passado , e nem as perspectivas de aumento de inflação em 2011.  “O que vem acontecendo nos meses de janeiro e fevereiro em termos reais é que nem a inadimplência vem subindo e nem o consumo caindo. Por enquanto não tivemos nenhum efeito que fosse contrário a essas manifestações”.

terça-feira, 22 de março de 2011

Cartilha de Finanças Pessoais

O mês nem acabou e seu dinheiro já se foi?   Está difícil sair do vermelho?   Você não faz a menor idéia de quanto gasta e para onde está indo seu salário??

Segue uma sugestão muito boa para quem quer controlar suas finanças e voltar ao azul. Navegando pela internet, encontrei uma cartilha de finanças pessoais excelente contendo dicas importantes para as suas contas do dia-a-dia. Segue abaixo o link para você fazer o download:


 

Download - Cartilha de Finanças Pessoais (PDF)





 
Agradecimento a ACIS-SL - Associação Comercial, Industrial e de Serviços de São Leopoldo.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Consumidor livre de tarifas de movimentação bancária

O consumidor já pode optar por ter uma conta corrente livre de tarifas de movimentação. Para tanto, basta optar pela conta eletrônica, que só pode ser movimentada via internet, caixas eletrônicos e celular.

A medida do Conselho Monetário Nacional que institui essa possibilidade aos bancos já está em vigor (a partir 1º/3/2011) e a única cobrança que pode ser feita é a da tarifa de cadastro para início de relacionamento, mas só para novos clientes.

No caso de uso dos meios não eletrônicos (guichê de caixa, correspondente no País ou atendimento telefônico com auxílio de telefonista), o consumidor não fará jus à isenção das tarifas previstas na regulamentação, podendo ser cobradas as da tabela anexa à Resolução 3.919/10.

Agora, se os meios eletrônicos não estiverem disponíveis, o acesso aos canais de atendimento não eletrônicos não pode ser objeto de tarifa.

A conta eletrônica tem como objetivo promover a inclusão financeira em todos os níveis. Cabe aos bancos decidir se oferecerão aos seus clientes este tipo de movimentação.


Fonte: Banco Central

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Os 12 pecados de quem investe na Bolsa

Especialistas enumeram os vícios mais comuns dos investidores, especialmente dos novatos

Bruna Bessi, iG São Paulo

Para investir na bolsa de valores, tão importante quanto ter recursos disponíveis e conhecimentos sobre o mercado são a habilidade e o autocontrole. Nem todos os investidores, no entanto, se mantêm tranquilos durante os períodos de instabilidade, fenômeno ainda mais comum entre os iniciantes. Assim, eles se desfazem das ações sem pensar, o que caracteriza a precipitação, uma dos pecados mais comuns entre os investidores, segundo consultores.

Antes de começar os negócios com ações é preciso que o investidor defina seu perfil, considere sua realidade financeira para não cometer excessos e estabeleça um tempo limite para cada operação, já que existem modelos para curto, médio e longo prazo. Esse planejamento prévio ajudar a evitar os pecados dos investidores. “Pensar se resiste a momentos de pressão ou controla freneticamente o movimento do mercado pode ajudar a definir o perfil”, diz Rodrigo Puga, diretor da Corretora Spinelli.

Outro ponto relevante para os iniciantes é identificar, conforme as expectativas, o impacto das ações sobre suas finanças. “Nós precisamos usar mais o racional. Possuímos a tendência de comprar quando está caro e vender barato, já que o emocional atrapalha muito”, diz Leandro Martins, economista com MBA em Economia e Finanças pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Veja os pecados mais comuns entre os investidores de primeira viagem, segundo especialistas:

1. Ansiedade: muitas vezes a ansiedade para obter um retorno imediato do investimento e o medo de perder o capital empregado fazem com que o investidor venda suas ações antes da hora e fracasse. O ideal, no início, é fazer simulações prévias em planilhas fictícias e aplicar moderadamente. Além disso, é importante perder no começo para identificar a realidade do processo.

2. Prepotência: é comum que após os primeiros ganhos o investidor pense que já sabe tudo sobre bolsa de valores, mas isso é um engano e pode fazer com que percam muito dinheiro. Achar que sabe tudo não é a melhor opção.

3. Impaciência: apesar das análises e da ajuda dos consultores, ninguém tem certeza absoluta de qual ação subirá. Por isso, muita calma.

4. Indisciplina: quando o investidor não estabelece limites em suas operações pode ter prejuízo, já que as saídas estratégicas aumentam os lucros. Por isso, devem ser estabelecidos quais serão os momentos de compra e venda das ações.

5. Instabilidade: modificar constantemente a forma de realizar as transações faz com que o investidor tenha prejuízos na análise das tendências.

6. Indecisão: muitas vezes, indeciso, o investidor cerca-se de uma quantidade gigantesca de dados, relatórios e notícias. Esse grande volume de informações acaba confundindo o investidor em vez de ajudá-lo.

7. Insegurança: independentemente da maior quantidade de notícias ruins sobre o investimento realizado, o investidor busca apoio em uma boa e mantém sua aplicação, ignorando a realidade do momento.

8. Gula: o investidor é atraído pela euforia do mercado e não percebe que, em muitos casos, o momento já é de reversão.

9. Precipitação: diante de uma situação de crise, é comum que o investidor iniciante se deixe contagiar pelo pânico estabelecido, não resista até uma possível melhora – ainda que em longo prazo – e venda suas ações.

10. Ganância: ao investir em ativos mais arriscados ou apelar a operações alavancadas (com empréstimo), o investidor opera mais do que realmente tem - e então, se as ações despencarem, haverá o risco de ele ficar devendo à corretora.

11. Inconstância: é preciso ter cuidado com o “espírito de manada”. Nem sempre a opção escolhida por todos é a melhor.

12. Negligência: é preciso definir objetivos a curto, médio e longo prazos e reinvistir o capital conseguido nas operações, mas não se pode esquecer de monitorar os investimentos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Como fazer seu dinheiro render no curto prazo

Saiba como investir para se preparar para formatura, casamento, viagem, abrir um negócio, comprar a casa própria ou o carro novo

Olívia Alonso, iG

Thaís Helena Santos, de 27 anos, vai casar em dezembro de 2011. Ela já tem o dinheiro da festa e do vestido e agora procura uma aplicação financeira. O seu objetivo é deixar o capital render, sem correr o risco de perder o que já acumulou. Em situações assim, em que os recursos serão aplicados para o resgate no curto prazo, a sugestão de especialistas é esquecer a bolsa de valores e buscar modalidades de renda fixa, que têm menor risco.

Dependendo do valor em mãos e da quantidade de meses até o dia de usar o dinheiro, as recomendações variam, mas não muito. Para quem pretende dar entrada em uma casa própria, comprar um carro ou pagar uma pós-graduação, por exemplo, as aplicações mais sugeridas pelos especialistas são duas modalidades de renda fixa, os títulos do Tesouro Direto e o CDB DI (Certificado de Depósito Bancário indexado ao Depósito Interbancário), que são títulos vendidos por bancos, em que o rendimento do dinheiro acompanha a taxa básica de juros brasileira, a Selic.

"Para não frustrar qualquer objetivo de curto prazo, a aplicação financeira tem que ser de renda fixa, porque se der um problema no caminho, a renda variável pode fazer com que ele perca o que tinha", diz o consultor financeiro Mauro Calil, autor do livro "A Receita do Bolo".

Modalidades de renda variável, como as ações de empresas em bolsa de valores, são arriscadas para pequenos períodos, diz Calil. "As ações não são recomendadas de jeito nenhum quando se tem um objetivo para o dinheiro. Caso ocorra uma crise financeira, por exemplo, o poupador pode ver seu dinheiro sumir de uma hora para outra e pode não ter tempo para recuperar tudo até o dia em que vai precisar do capital", acrescenta Wilson Pires, professor de Finanças da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
Dentro do universo da renda fixa - que inclui também a poupança - os especialistas indicam o CDB DI e o Tesouro Direto por apostarem em alta ou manutenção do juro no curto prazo. Apesar de a presidenta Dilma Roussef ter declarado que pretende baixar o juro real no País (que é a Selic com o desconto da inflação), a opinião dos consultores, professores e profissionais do mercado consultados pelo iG é de que a taxa seguirá alta.

"Eu acho que a Selic vai subir. Pela primeira vez em muitos anos, temos inflação de demanda [quando a forte procura por bens e serviços leva as empresas a subirem os preços]", diz Ricardo Humberto Rocha, professor do Insper e do Laboratório de Finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA). Segundo ele, para controlar essa inflação, o principal instrumentos da equipe econômica do governo é o aumento do juro.
Assim, se a Selic subir, o rendimento do CDB DI também aumenta. Isso acontece porque essa modalidade de aplicação nada mais é do que um título que representa uma dívida o banco para com o investidor, cujo prêmio pago pela instituição tem como referência a taxa básica brasileira. Na hora de adquirir o título, o investidor negocia com a instituição bancária a porcentagem que vai receber do rendimento da aplicação. Quanto mais dinheiro e maior o prazo disponível, maior o poder de barganha do cliente. "Caso tenha R$ 60 mil ou mais, se ele pesquisar em vários bancos, pode conseguir até 102% do retorno", diz Rocha.

A recomendação de títulos do Tesouro Nacional segue a mesma linha de raciocínio do CDB DI. Flávio Lemos, coordenador da Trader Brasil Escola de Investidores, sugere as LFT (Letras Financeiras do Tesouro) e NTN-B (Nota do Tesouro Nacional de série B). A rentabilidade do primeiro tipo varia de acordo com a Selic, equanto o retorno das NTN-B depende da inflação.
"Eu aconselharia o investidor a comprar as LFT, que é um título sem risco, posfixado, e que vai acompanhar o juro", diz Lemos. Uma vantagem dessa aplicação em relação ao CDB DI é que o investidor adquire o título diretamente do governo - via instituições autorizadas - e não precisa pagar taxas cobradas pelos bancos. Por outro lado, o CDB traz comodidade para quem já é cliente de uma instituição bancária, pois basta fazer a transferência do dinheiro que está na conta para a aplicação.

As NTN-B estão entre as melhores opções na opinião de Lemos porque funcionam como uma proteção. Como o investidor tem o objetivo de adquirir bens ou serviços, que podem ficar mais caros durante o período em que o dinheiro será aplicado, a modalidade vai acompanhar eventuais aumentos de preços.
Nos dois casos sugeridos - CDB DI e Tesouro Direto - o imposto de renda (IR) pago pelo investidor acompanha a tabela regressiva de renda fixa. Se o resgate for feito em até seis meses, a taxa será de 22,5%. Caso a retirada seja nos meses seguintes, em até um ano, o rendimento terá um desconto de 20%. A poupança, que é isenta de IR, vale a pena quando o valor aplicado é pequeno, como no caso em que o investidor possui R$ 5 mil e pretende usar o dinheiro no fim do ano para pagar uma festa de formatura e uma viagem, por exemplo.

Com a ajuda de consultores financeiros, o iG selecionou modalidades de investimentos mais apropriadas para seis situações: pagar a festa de casamento no fim do ano, comprar um carro novo ou fazer uma viagem ao exterior em seis meses, abrir um negócio no início do ano que vem, dar entrada em uma casa própria ou pagar a festa de formatura. Em cada uma delas, o poupador começa com uma quantia de dinheiro. Em todos os casos, o objetivo é de curto prazo.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

5 sinais de que um investidor está sendo tapeado

Saiba quais são as frases surradas usadas por consultores e especialistas em investimentos que indicam quando é melhor evitar uma aplicação


Para ter sucesso ao aplicar dinheiro, deve-se procurar saber detalhes do investimento
São Paulo – Como muitos jargões do mercado financeiro são capazes de confundir a cabeça de quem é leigo no assunto, aplicar o próprio dinheiro acaba se tornando um jogo de roleta russa para muitas pessoas. Afinal, como decidir onde investir entre um leque de opções mal-compreendidas? Infelizmente, a falta de conhecimento sobre o assunto torna qualquer mortal em alvo fácil de consultores financeiros despreparados. Para contornar o problema, a especialista em finanças pessoais e colunista do site Moneywatch.com, Kathy Kristof, elaborou uma lista com cinco desculpas esfarrapadas elaboradas por consultores charlatões que, se não forem identificadas, podem levar à perda de patrimônio. Veja a lista:
1 – "Desta vez, é diferente"
Toda vez que uma bolha no mercado financeiro está prestes a estourar, explica Kathy, "conselheiros" nada confiáveis insistem em usar essa sentença para justificar que a situação não é grave. Ela relembra a bolha da Nasdaq, que foi "diferente" porque "a internet estava mudando tudo". A internet mudou tudo, assim como a televisão, automóveis, máquinas de escrever, a imprensa e o avião também. Kathy enfatiza que de fato estas invenções mudaram o mercado e as empresas. No entanto, não mudaram a relação entre o preço das ações e seus indicadores de valor. "Quando uma ação está sendo vendida por um preço que excede substancialmente a relação entre seus ganhos multiplicados pelo crescimento, venda", diz Kathy. Simples assim.
2 – "São os retornos, e não as taxas, que importam"
Kathy considera que a frase nada mais que é uma desculpa esperta dada por alguém que sobrevive às custas do que você paga pelos seus serviços. E ela procede pois se baseia em uma meia verdade: se você garante que uma ação trará um bom retorno, não se importaria em pagar uma taxa mais alta pela "consultoria". Mas atenção nesse caso. Kathy lembra que, taxas mais altas são um fato. Já a garantia de retorno da ação nem sempre se materializa. Na realidade, ironiza Kathy, quanto mais taxas você pagar, menor será a media anual de retorno dos seus investimentos.
3 – "É uma oportunidade única"
Muita gente tem mais medo de perder uma oportunidade do que de perder dinheiro. A história de investidores bem-sucedidos, no entanto, revela que a cautela ajuda muito mais do que atrapalha. Um exemplo citado por Kathy vem dos fundos geridos Bernard Maddoff. Condenado nos Estados Unidos por crimes financeiros, ele prometia uma rentabilidade fixa muito superior à da média do mercado. Anos depois, soube-se que o retorno de seus fundos era garantido pelo dinheiro que ingressava via novas captações. Quando o esquema de pirâmide foi descoberto, sobrou um prejuízo de bilhões de dólares aos investidores.
Quando os corretores vendem uma oportunidade como única, isso, na verdade, deve ser encarado como um sinal de que a empresa emissora está em seus últimos suspiros. Se o esforço de vendas de determinado ativo é muito grande, o motivo mais provável é de que investidores institucionais, com mais informação, se recusaram a comprá-lo. Só um ingênuo, portanto, assumiria o risco.A dica da especialista é ter muita paciência pois bons investimentos são transparentes e consistentes e não evaporam da noite para o dia. A probabilidade de que surja uma oportunidade de compra de um ativo em bolsa no futuro por um preço inferior ao atual é sempre grande.
4 – “Os bancos não entendem”
Quando alguém lhe garante 20% de lucro em um investimento, a pergunta mais lógica a ser feita é por qual motivo estão oferecendo isso a mim? Afinal de contas, se quem estivesse vendendo o negócio tivesse de fato a garantia de tal retorno, teria corrido ao banco, pegado um empréstimo e reinvestido o dinheiro naquilo que está lhe vendendo. Ele não precisaria do seu dinheiro. Confrontado com essa afirmação, os consultores financeiros costumam vir com a desculpa de que "os bancos não entendem" o negócio maravilhoso que está sendo oferecido a você.
A verdade é que o gerente do seu banco pode não ser um gênio do mercado financeiro. Mas ele deve ter algum conhecimento de negócios para ocupar aquela posição. Se ele não ficou tentado a aceitar a oferta que está sendo oferecido a você, por que então agarrar essa ideia como um náufrago a uma tábua? Essa, segundo Kathy, é uma das justificativas favoritas de Wall Street. Não é à toa que P.T. Barnum, famoso empresário e apresentador de televisão americano, costumava dizer que "existe um trouxa nascendo a cada minuto".
5 – “Confie em mim”
Ninguém confiaria suas economias na mão de um investidor maltrapilho, certo? Por isso, na hora de investir você procura alguém bem-apessoado, que conjugue verbos da maneira correta, que vai sorrir pra você e dizer: "confie em mim, até minha avó está investindo nesse negócio".
E por que ele é tão gentil com você? A ideia é construir confiança, fazer com que você pense que ele é seu amigo e, portanto, não lhe colocaria em apuros. O pior é que, se ele conseguir que você confie nele, você pode esquecer-se de ler a linha fina do contrato que explica todos os pormenores da operação, inclusive os que lhe prejudicam.
Nesse caso, Kathy é categórica e enfatiza que não se deve confiar em absolutamente ninguém que não divide o mesmo teto com você e compartilha de suas conquistas quando o assunto é dinheiro. Por isso, leia e releia todas as linhas do contrato até que você entenda no que está se envolvendo.

Classe C representará 41% das famílias brasileiras em 2020

InfoMoney


SÃO PAULO - Em 2020, 28,7 milhões de famílias brasileiras serão da classe C, o que corresponderá a 41%, de acordo com pesquisa da Plano CDE divulgada nesta segunda-feira (10).

De acordo com a a antropóloga e sócia diretora da Plano CDE, Luciana Aguiar, o aumento das famílias pertencentes à classe C  e da massa de renda dessa camada da população, de 28% para 32% entre 2002 e 2008, irá sustentar o potencial crescimento deste público no mercado de consumo.

O estudo também aponta o crescimento da capacidade de consumo da classe B. Estima-se que, em 2020, os lares com este perfil passarão de 6,4 milhões para 9,1 milhões, representando 13% das famílias brasileiras. Entre 2002 e 2008, a classe B cresceu 1% tanto na massa, como na distribuição de renda, que foram de 22% e 12%, respectivamente.

"Juntas, as classes B e C formam o grupo de maior representatividade, responsáveis por mais de R$ 270 bilhões do poder de compra", afirmou Luciana.

A, D e E
O número de famílias das classes D e E, segundo a pesquisa, se manterá estável em 15,3 milhões e 11,7 milhões, respectivamente.

Por outro lado, a massa de renda dessas camadas caiu 1% entre 2002 e 2008, correspondendo a 13% e 5% do total, respectivamente. "Mesmo com essa queda na renda e sem um crescimento absoluto na quantidade de famílias, as classes D e E representarão 39% das famílias em 10 anos, garantindo sua força de consumo", disse a antropóloga.

Já em relação à classe A, até 2020, estima-se que o número de famílias cresça de 3,2 milhões para 4,5 milhões, o que representaria 7% das 69 milhões de famílias brasileiras. Quanto à massa de renda, ela passou a representar 28% do total, depois de registrar queda de 3%.

Novo público: terceira idade tem um grande potencial de retorno para empresas

Por: Fernanda de Moraes Bonadia
InfoMoney


SÃO PAULO – Atualmente, cada vez mais as pessoas estão preocupadas com o futuro e como estarão quando atingirem a terceira idade, seja em termos de saúde, seja em relação ao orçamento, à qualidade de vida e à vitalidade.

Tendo em vista a tendência de viver cada vez mais – hoje, um brasileiro vive mais de 70 anos –, um estudo feito pela Enfoque Pesquisa apontou a existência de um mercado consumidor muito pouco explorado pelo marketing.

Isso ocorre porque as empresas estão com os olhos voltados para os jovens, criando produtos e se comunicando prioritariamente com essa população.

Porém, o grupo de consumidores com mais de 55 anos, ainda pouco valorizado, parece ter um potencial enorme para trazer retorno às empresas que entenderem o seu estilo de vida, suas demandas e seus anseios.

Cabelo branco e muita ação
De acordo com o estudo, existe um tipo de pessoa da terceira idade classificado como "celebrator". Ao invés de viverem o cansaço de uma longa vida ou de não aceitarem a idade que possuem, as pessoas desse grupo descobriram que ainda têm muito o que viver.

Alguns hábitos que os pesquisados com mais de 55 anos mais valorizam, por exemplo, são a prática de exercícios físicos, a busca por uma alimentação saudável e equilibrada, e ainda o uso constante de cosméticos e perfumes.

Marketing para mentes ativas
De acordo com a presidente da Enfoque, Zila Knoploch, os "Celebrators" são justamente uma resposta à marginalização do idoso pela sociedade e pelo marketing.

"Com a pesquisa realizada, percebemos que este público se preocupa bastante em manter a vitalidade física para que o corpo possa acompanhar o seu intenso ritmo mental", explica Zilda. A mente desse público seria jovem e otimista, que encara de forma positiva o estágio da vida em que o corpo se encontra.

"Com isso, muitas empresas, que antes não focalizavam este segmento, podem definir de maneira correta quais são os produtos que seriam consumidos por este target, aumentando o índice de efetividade de suas campanhas e serviços", complementa a presidente.

Idoso com cabeça jovem e idoso com cabeça de idoso
O estudo ainda definiu outros dois grupos de consumidores da terceira idade, a partir do seu comportamento. "Um deles está em total enquadramenteo com o que a sociedade definiu como 'vida na terceira idade', que é cuidar dos netos, ter menos vaidade ou ficar 'invisível'. O outro está no extremo de se recusar a aceitar que chegou a este estágio, comportando-se e consumindo como os jovens fazem", destaca Zilda.

Para estes últimos, não adianta fazer ações de marketing direcionadas, alerta a executiva. "Eles vão comprar as marcas dos jovens, nas lojas dos jovens e serão vistos no ambientes frequentados pelos mais jovens", analisa.

O aluguel vai subir? Veja o que observar para analisar se vale a pena negociar

Por: Gladys Ferraz Magalhães
InfoMoney


SÃO PAULO - No último dia 29 de dezembro, a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou a variação do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) referente ao mês de dezembro. O índice, que é o principal balizador para o reajuste de aluguéis, fechou o ano de 2010 com variação de 11,32%. Hoje, de acordo com dados do primeiro decêndio de janeiro, o IGP-M acumula alta de 11,09% em 12 meses.

Diante de tais resultados, quem vive em um imóvel alugado, sobretudo se o contrato está fazendo aniversário ou prestes a ser reajustado, tem logo a ideia de conversar com o proprietário para tentar reduzir o reajuste. Contudo, na opinião do consultor de locação do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Cícero Yagi, antes de qualquer decisão é preciso avaliar se vale ou não a pena negociar.

“O inquilino deve avaliar se vale ou não a pena tentar negociar. Hoje, a negociação está mais favorável ao proprietário do imóvel. Porém, ao contrário do que ocorria no passado, as conversas entre locador e locatário estão mais amigáveis”, diz.

O que observar?
Para avaliar se vale ou não a pena tentar negociar o valor do reajuste de aluguel, Yagi orienta que o inquilino observe os valores de locação cobrados por imóveis de padrão semelhante na região, visto que, muitas vezes, diz ele, desistir do imóvel atual e procurar outro pode sair mais caro do que o aluguel reajustado.

“A pessoa deve consultar se alugar um novo imóvel é vantajoso. O aumento da renda, a demanda por imóveis bem localizados, especialmente em São Paulo, e a escassez de imóveis para o mercado de locação, tem feito o valor dos contratos novos de aluguéis subir bastante”, explica.

Por outro lado, argumenta, aqueles que decidem arriscar e tentar uma negociação para diminuir o reajuste do aluguel, podem utilizar como argumento o fato de serem bons pagadores, se for este o caso; e do reajuste, se calculado pelo IGP-M, ser superior ao crescimento do salário no período.

“O diálogo é sempre uma boa solução (…) Muitas vezes, o proprietário não vai querer o risco de ter um novo inquilino inadimplente e diminuir o valor do reajuste”.

Novos contratos
No que diz respeito aos novos contratos de aluguel, o especialista diz que pode ser uma boa alternativa ter como índice de reajuste outro medidor de inflação, como o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), ou mesmo índices regionais, como é o caso do IPC-Fipe, que mede a variação de preços para o consumidor da cidade de São Paulo.

Isso porque, estima, o IGP-M deve continuar acelerando em 2011, apesar de o ritmo ser menos intenso.

No geral, segundo especialistas do setor, o índice que vai reajustar o aluguel deve estar previsto em contrato, sendo que o reajuste da locação só pode ser feito anualmente. É ilegal a utilização de índices não oficiais ou totalmente desvinculados da seara locatícia.

Além disso, no caso do locador aplicar um reajuste maior do que o acumulado pelo índice previsto em contrato, o inquilino, após tentar resolver amigavelmente a situação com o dono do imóvel ou a imobiliária responsável, pode ingressar com uma ação judicial, por conta de cobrança abusiva e, eventualmente, efetuar o pagamento de aluguéis por meio de processo judicial.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Fundamento da ação não é nada sem timing de mercado, diz Spinelli

Por: Thiago Salomão
InfoMoney


SÃO PAULO – Trabalho em equipe, atenção ao timing e “um pouquinho de sorte”. Esses são alguns dos elementos que ajudaram a equipe de research  da Spinelli a registrar um ótimo desempenho em sua carteira recomendada em 2010. Com ganhos de 20,48%, o portfólio da corretora fechou o ano na terceira posição no ranking elaborado pelo Portal InfoMoney, superando não apenas o Ibovespa como também o desempenho médio das carteiras monitoradas pela InfoMoney nesses 12 meses (+11,4%).

“Tivemos um feedback bastante positivo por conta do nosso resultado no ano, inclusive dos parceiros institucionais que trabalham conosco”, disse Max Bueno, responsável pela cobertura do setor de commodities na Spinelli, ressaltando ainda que o bom desempenho relatado em 2010 também tem ajudado a corretora a atrair novos clientes.

Como é feita a seleção das ações da carteira?
Com foco principal na análise fundamentalista, Bueno explica que o principal fator na hora de incluir ou retirar um ativo do portfólio de recomendações é a perspectiva de crescimento de lucro dessa empresa. “Primeiro a gente busca identificar os drivers de valor de cada empresa, ou seja, os fatores-chave que levam a empresa a aumentar sua geração de caixa ou seu lucro”, explica o analista.

Identificado esses drivers, leva-se em consideração se eles já estão precificados ou não pelo mercado. “Embora as vezes enxerguemos um cenário positivo para um setor ou uma empresa, esses fundamentos podem já estar precificados, tornando o ponto de entrada não muito favorável”, explica.

Por conta disso que o analista diz que é preciso dar bastante importância para o “timing” do mercado, tanto na compra quanto na venda de uma ação. “Acho isso muito importante para uma performance, talvez mais ainda do que os fundamentos da empresa”, afirma Bueno.

A importância do timing fica evidente quando conseguimos identificar uma ação com boas perspectivas de crescimento mas, mesmo assim, ela acaba não tendo a performance esperada – ou seja, o mercado não compartilhou da mesma expectativa. “Quando identificamos um ativo atrasado em relação aos seus pares, a percepção do mercado a esse evento leva algum tempo. É necessário que o mercado e os investidores comprem essa tese de investimentos e dirijam o fluxo para esse ativo. E aí que a gente ganha”, explica Bueno.

Tendo em vista que os mercados muitas vezes demoram para absorver uma distorção injustificada nos preços, o analista da Spinelli prega paciência ao investidor na hora que pensar em desfazer sua posição. “As vezes você coloca um ativo na carteira e no primeiro mês e ele tem uma performance negativa, mas no mês seguinte ele mais do que compensa essas perdas”, explica.

Resultados e fusões: jogando a favor da rentabilidade da carteira
Embora as premissas anteriores sejam prioritárias no processo de análise da equipe de research da Spinelli, o analista também destaca alguns eventos não recorrentes que podem acabar impulsionando a rentabilidade mensal da carteira recomendada. Um desses fatores ocorre a cada trimestre do ano, quando as empresas divulgam seus balanços corporativos.

Nesse cenário, o importante é buscar companhias que passam por um bom momento e que isso se traduza em resultados positivos, explica Bueno. Com isso, a performance do portfólio pode acabar ganhando impulso com o bom momento gerado após a divulgação do balanço.

O analista também comenta sobre a possibilidade de auferir ganhos em meio a especulações ou rumores de mercado, sobretudo referente a fusões e aquisições de empresas. Quando essas suspeitas se tornam verdade, o que é frequentemente visto é uma forte valorização nas ações da companhia adquirida. Bueno vê na identificação de possíveis aquisições um bom driver para fortalecer os ganhos da carteira recomendada.

Liquidez: diferencial, mas não uma condição
Partindo para outro tema importante no processo de escolha de um ativo para a carteira, Bueno deixa claro que, embora tenha preferência por aplicar em blue chips, o fato de uma ação possuir mais liquidez do que outra é considerado um diferencial, mas não uma condição para participar do portfólio.

“Não temos preconceito com small caps, contanto que o papel mantenha um volume em torno de R$ 1 milhão por dia, para que clientes maiores possam montar ou desfazer posições em um período curto de tempo sem causar grandes distorções na cotação”, explica o analista.

Qual o melhor momento para modificar o portfólio?
Passando agora para a fase de remanejamento das ações em carteira, Bueno chama atenção para importantes referências não só da análise fundamentalista como também da análise técnica – embora deixe claro que a prioridade fica com a interpretação dos múltiplos, deixando em segundo plano a avaliação gráfica dos ativos.

Um dos fatores que podem indicar uma boa hora para modificar o portfólio é justamente a diferença entre os múltiplos de uma ação em comparação com o restante do setor. Encontrando ativos nessa situação, o analista procura identificar motivos que justifiquem essa diferença. “Não encontrando justificativas, avaliamos se vale a pena incorporar o ativo na carteira (caso ele esteja atrasado) ou retirar (caso ele esteja acima da média do setor)”, explica.

Partindo para a análise técnica, Bueno costuma olhar para o que os grafistas chamam de objetivo do papel, ou seja, qual é a tendência mais provável que a ação terá de acordo com o seu gráfico. “Quanto mais próximo dos suportes, mais atrativo o papel, mas quanto mais próximo de suas máximas, menos atrativos eles ficam”, pondera.

Além da análise de suportes e resistências, Bueno também costuma utilizar o indicador gráfico conhecido como IFR (Índice de Força Relativa), que basicamente mostra quanto o papel está sobrecomprado ou sobrevendido.

Forte 2010 não inibe otimismo para 2011
Mesmo com excelente performance da carteira recomendada em 2010 e com as perspectivas de um desempenho melhor do Ibovespa em 2011, a equipe da Spinelli segue otimista com seu portfólio, enxergando espaço para novas performances acima do benchmark. “Acho que isso está diretamente ligado à capacidade de nossa equipe identificar em grupo as oportunidades e aproveitá-las num timing adequado, e isso é resultado de estudo, acompanhamento, dedicação e preparo”, afirma Bueno.

Sobre as perspectivas para o Ibovespa em 2011, ele ressalta que, independentemente se os mercados esperam um ano favorável ou desafiador para a bolsa de valores, sempre terá ações que performarão o Ibovespa. “A ideia é conseguir identificar esses papéis”, comenta.

Para este ano, Bueno diz que a equipe de research da Spinelli manterá a mesma gestão que norteou a performance da carteira em 2010. “Esperamos que a gente consiga nos próximos anos superar ou pelo menos igualar a performance obtida em 2010”, diz o analista.

Um pouco de sorte não faz mal a ninguém
Mesmo com tantas premissas que são levadas em consideração na hora de escolher um ativo, Bueno ressalta que, assim como para muitas outras coisas na vida, é sempre bom ter o fator “sorte” ao nosso lado. “Apesar de trabalho, estudos e preparo, quando a gente opera em mercado em que os eventos e as oscilações são extremamente imponderáveis, a gente sempre tem que acabar contando com um pouquinho de sorte”, finaliza.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ouro deve seguir como ótima opção de investimento em 2011

Por: Patricia Alves
InfoMoney


SÃO PAULO – Depois de fechar 2010 na posição de melhor investimento do ano, o ouro promete seguir como uma ótima opção para os investidores ao longo de 2011.

De acordo com Mauri Cavalcante, operador de mercado da Ourominas, para o médio (2 anos) e longo (4 anos) prazo, o ouro continua a ser um ótimo investimento. “Com registro de que pode alcançar um excelente resultado ainda em 2011”, completa.

Segundo Cavalcante, nos últimos anos, a commodity tem sido um dos melhores investimentos, pois, pela falta de ouro no mercado, o retorno tem sido acima de qualquer outra aplicação do mercado. “Pelas previsões de vários analistas, em 2011, o grama deve atingir a cotação de mais ou menos R$ 100, ficando com alta de 25% até o final do ano, o que significa que será um ótimo período para quem investir em ouro”, afirma.

Como investir
Existem duas formas de comprar ouro: na BM&F ou no mercado de balcão. Na bolsa, o investidor precisa ter uma conta em uma corretora de valores e os contratos são negociados em lotes-padrão de 250 gramas de ouro, ou seja, só é possível adquirir lotes inteiros – um lote (250 gramas), dois lotes (500 gramas), três (750 gramas) e assim por diante.

Por adequar-se ao bolso do investidor, o ouro como investimento é indicado a qualquer perfil de risco, desde o mais conservador ao mais agressivo, sempre pensando no médio e longo prazo. “Sempre indicamos para os investidores que queiram investir acima de R$ 20 mil e para aqueles que querem presentear com brilho alguém que ama”, completa Cavalcante.

Vantagens e desvantagens
Por ser considerado uma reserva de valor e por ser aceito em todo mundo, o ouro é visto como um investimento seguro em épocas turbulentas. Além disso, como já disse o especialista da Ourominas, a escassez do metal, por conta dos problemas que a extração causa ao meio ambiente, faz com que o preço da commodity suba, pois a oferta é menor do que a procura.

Essa escassez, no entanto, pode ser vista também como uma desvantagem, pois o preço pode ser manipulável.

Independentemente de vantagens e desvantagens, é necessário que a pessoa conheça e entenda o mercado antes de aplicar.

Para Cavalcante, apesar de o ouro já ser visto como investimento, a falta de conhecimento ainda limita o crescimento deste mercado. “Comprar ouro é uma das coisas mais simples que existem, mas a maioria não sabe disso”, revela. “É tão simples como comprar um carro”, finaliza.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

BM&FBovespa lança programa de fidelidade para não perder investidores

Como em um programa de milhagens, investidor acumula pontos e pode trocá-los por prêmios

Julia Wiltgen, de EXAME.com


São Paulo - A campanha da BM&FBovespa para atrair a pessoa física para a Bolsa apostou em um programa de fidelidade para incentivar os investidores a manterem suas ações. O “Fica Mais” funciona como um programa de milhagens, em que os investidores acumulam pontos e podem trocá-los por prêmios como computadores e viagens, sem sorteio.

Para participar, basta ter uma conta ativa em uma das corretoras participantes do programa e se inscrever gratuitamente no Canal Eletrônico do Investidor (CEI). Após concordar com o regulamento e aderir ao programa, o investidor recebe, de cara, 100 pontos. No fim de cada mês em que permanecer comprado em ações – mesmo que tenha se desfeito de alguns de seus papéis naquele período – o participante ganha 50 pontos. A ideia é incentivar os investidores a se manterem na Bolsa.

Além disso, o participante ganha 5 pontos toda vez que indicar um amigo, e 50 pontos quando o indicado se torna de fato um investidor. Mas para isso, é preciso que o indicado abra uma conta na mesma corretora que aquele que o indicou. O cancelamento do envio dos informativos impressos do CEI também rende ao investidor 50 pontos. De acordo com a BM&FBovespa, a iniciativa sustentável “visa estimular o uso dos meios digitais e a economia de papel”.

Todas as operações, como indicações de amigo, visualização do saldo de pontos e resgates de prêmios, deverão ser feitas por meio do CEI.

Itaú Unibanco lança fundo para ganhar com a inflação

Por Alessandra Bellotto | De São Paulo
07/12/2010

A volta da inflação transformou-se em oportunidade de negócio para o Itaú Unibanco. A fim de atrair investidores preocupados com a perda do poder de compra devido à alta de preços, o banco acaba de colocar na prateleira um fundo para ganhar com a inflação, batizado de Itaú Estratégia Macro FI Renda Fixa.

Mais do que comprar Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), que pagam uma taxa de juros além da variação do IPCA, a nova carteira do Itaú busca obter retorno com a antecipação da inflação futura, conta o superintendente de renda fixa do Itaú Unibanco, Ronaldo Patah. "Acreditamos na maior capacidade do banco de antecipar quanto vai ser a inflação", afirma. A equipe econômica do Itaú, pontua Patah, está entre as "Top 5" do Banco Central (que mais acertam as projeções), o que dá mais segurança e conforto à iniciativa.

A principal estratégia do fundo é a compra de "inflação implícita", mas isso quando o Itaú achar que a inflação vai ser maior do que a que está nos preços. A operação consiste na compra de NTN-B simultaneamente à aquisição de taxa de juros no mercado futuro. O resultado disso é a compra de inflação implícita, medida pela diferença entre a taxa de juros dos títulos prefixados e o juro dos papéis corrigidos por índice de preços.

Esse tipo de operação é adotada nos outros fundos de renda fixa da casa, mas em percentual pequeno. Segundo Patah, a ideia de ter uma carteira focada na estratégia, numa iniciativa inédita no mercado, deve-se à maior oscilação nas expectativas de inflação e ao aumento da pressão de preços ao longo do último ano. "Nos últimos seis meses, as projeções começaram a oscilar demais, devido à volatilidade de preços dos alimentos", diz.

E, diferentemente do que a maioria acredita, segundo Patah, a alta recente de preços está muito mais atrelada à demanda interna e à renda em expansão do que ao cenário externo, de commodities para cima, criando oportunidades. Um sinal disso, aponta, é a inflação de serviços. Ele lembra, ainda, que o fato de o ano ser de eleições contribuiu para mudanças frequentes nos cenários.

Agora, se o gestor achar que a inflação vai ser menor, o fundo pode ficar comprado apenas em NTN-B, que paga um taxa pré mais IPCA. O raciocínio é que, se a inflação está menos pressionada, o risco de alta do juro real é bem menor. Outra alternativa nesse caso é o fundo manter apenas apostas pós-fixadas, ou seja, atrelada ao CDI.

Patah afirma que ainda mantém posições em inflação implícita, mas só de curto prazo, até o primeiro trimestre de 2011. Para o médio prazo, essas apostas já foram zeradas, uma vez que o BC finalmente sinalizou que vai subir o juro em breve.

Uma das vantagens da carteira, segundo Patah, é que a taxa de administração é de apenas 0,30% ao ano. Para o gestor ganhar, destaca o superintendente, as apostas do fundo precisam dar certo. O ganho está na taxa de performance, que é de 30% sobre o que exceder a variação do CDI. "Essa é uma maneira de o gestor ficar alinhado com os interesses dos cotistas", afirma.

A carteira será distribuída apenas no segmento private e terá aplicação mínima é de R$ 50 mil. "Esse é um primeiro passo para os clientes entenderam que a renda fixa pode ter maior volatilidade", diz.

O novo fundo é o meio de campo entre uma carteira de renda fixa tradicional, mais conservadora, e uma atrelada ao IMA-B, índice de mercado que mede a performance de todas as NTN-B no mercado e, portanto, mais volátil. Para efeitos de comparação, o fundo do Itaú tem o dobro de volatilidade de um renda fixa tradicional, mas um terço da oscilação da carteira que segue o IMA-B.

As recomendações para Dezembro

Segue a compilação das ações mais recomendadas por grandes instituições para o mês de Dezembro, entre parênteses o número de indicações obtidas.

Esta compilação foi elaborada a partir da sugestões feitas pelas seguintes corretoras: AGORA; ATIVA; B BRASIL, BRASCAN; BTG PACTUAL; CITI; CREDIT SUISSE; COINVALORES; GERAÇÃO FUTURO; FATOR; HSBC; ITAU; LINK; MERRYL LYNCH; PLANNER; SAFRA; SLW; SOCOPA; SOUZA BARROS; TOV; PAX e XP.

Em anexo uma sugestão para marcação das preferidas deste mês. Na coluna "Minhas Preferidas", foram marcadas as ações que tiveram mais do que duas indicações e na coluna "Acompanhadas" todas as ações recomendadas.

Ações com mais de duas indicações

VALE5 (15)
PETR4 (12)
ITUB4 (9)
AMBV4 (5)
OGXP3 (9)
PCAR5 (9)
CSAN3 (8)
CMIG4 (7)
TBLE3 (7)
CCRO3 (6)
PDGR3 (6)
VIVO4 (6)
BBAS3 (5)
BBDC4 (5)
GGBR4 (5)
RAPT4 (5)
GFSA3 (4)
HYPE3 (4)
TLPP4 (4)
BISA3 (3)
BRML3 (3)
BVMF3 (3)
CPLE6 (3)
CSNA3 (3)
CYRE3 (3)
ECOR3 (3)
EMBR3 (3)
FIBR3 (3)
GETI4 (3)
GOLL4 (3)
ITSA4 (3)
LAME4 (3)
LREN3 (3)
TRPL4 (3)
UGPA4 (3)
USIM5 (3)
VALE3 (3)

Ações com duas indicações

CESP6 (2)
CGAS5 (2)
CIEL3 (2)
CPFE3 (2)
DTEX3 (2)
EZTC3 (2)
FFTL4 (2)
HGTX3 (2)
KLBN4 (2)
LUPA3 (2)
MRFG3 (2)
PETR3 (2)
RENT3 (2)
SUZB5 (2)
TCSL4 (2)

Ações com apenas uma indicação

AEDU11 (1)
ALLL3 (1)
AMAR3 (1)
BICB4 (1)
BRFS3 (1)
BRPR3 (1)
CESP3 (1)
CNFB4 (1)
COCE5 (1)
CRUZ3 (1)
CTIP3 (1)
CZLT11 (1)
DASA3 (1)
DROG3 (1)
ELET6 (1)
ELPL6 (1)
EVEN3 (1)
FLRY3 (1)
GETI3 (1)
GPIV11 (1)
GUAR3 (1)
IGTA3 (1)
MPXE3 (1)
MYPK3 (1)
NATU3 (1)
OHLB3 (1)
POMO4 (1)
RDCD3 (1)
ROMI3 (1)
SULA11 (1)
TCSA3 (1)
TERI3 (1)
TNLP4 (1)
TPIS3 (1)
UNIP6 (1)
VLID3 (1)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Bolsa tenta converter aspirantes em investidores

Mariana Segala 


Programa de fidelização “Fica Mais” vai dar pontos para quem indicar potenciais clientes que abrirem conta.

Atrás de alcançar a meta de encerrar 2014 com cinco milhões de investidores, a BM&FBovespa começa a tomar providências efetivas para converter "aspirantes" em participantes do mercado de ações.

A leitura é de que iniciativas de popularização - como a mais recente, que fez de Pelé garoto-propaganda da bolsa - transmitem as mensagens pretendidas.

É o que mostra pesquisa com 240 entrevistados em Campinas, Belo Horizonte e Curitiba, encomendada pela BM&FBovespa, sobre os primeiros meses de exibição na TV dos vídeos da campanha "Quer ser sócio?", com o astro do futebol.

Há, no entanto, um abismo entre os que se interessam pelo assunto e os que decidem operar.

Por essas e outras, a alternativa foi incluir um estímulo a novos cadastros no novo programa de fidelização da bolsa, chamado de "Fica Mais". Anunciado em agosto pelo diretor-presidente da bolsa, Edemir Pinto, só agora o sistema de milhagem está saindo do papel. O objetivo é que os investidores acumulem pontos que depois sejam trocados por produtos e serviços de instituições.

Um dos itens que renderá pontos ao investidor é a indicação de potenciais novos aplicadores. Pela ajuda na prospecção de novos clientes, cada indicação cadastrada no site "Fica Mais" se traduzirá em cinco pontos de crédito. Se o cliente recomendado de fato abrir uma conta para operar na bolsa, o investidor levará mais 50 pontos.

Só a adesão do investidor ao "Fica Mais" lhe garantirá 100 pontos. Pedir o cancelamento do envio de extratos de custódia e informativos em papel (acessando os mesmos dados pela internet, no Canal Eletrônico do Investidor) assegurará outros 50 pontos.

Mas é a permanência no mercado o campo mais fértil para acumular pontos - quem tiver posição em custódia no último dia útil de cada mês receberá 50 por isso, podendo acumular 600 pontos em um ano.

A previsão é de que o resgate dos pontos comece em janeiro. Os prêmios incluem consultorias financeiras - estaria sendo estudada uma parceria com Gustavo Cerbasi, autor de livros de educação financeira. Futuramente, deverá ser possível também trocar os pontos por créditos para comprar ações.

Corretora intrusa

A BM&FBovespa está tentando envolver mais as corretoras na busca por novos investidores. São elas a ponta final de contato com os clientes. Mas pesquisas quantitativas e qualitativas apresentadas ontem pela bolsa indicam que a figura da corretora ainda não é bem conhecida pelos aplicadores.

Somente por intermédio de uma delas o investidor consegue negociar no mercado. Por isso, mais do que uma facilitadora, a corretora acaba sendo encarada como uma obrigação. Enquanto a imagem dos bancos é mais familiar, a das corretoras se assemelha a de um personagem extra metido na relação entre o investidor e a bolsa.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Rali de fim de ano, hora de engordar o Natal

O Globo

Ganho de dezembro do Ibovespa se repete há 11 anos e divide mercado: padrão ou mera coincidência?
   

Muitos investidores podem não ter percebido, mas a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tem contribuído religiosamente para um Natal mais farto no mercado financeiro há mais de uma década. O Ibovespa, índice de referência da Bolsa, fechou os meses de dezembro dos últimos 11 anos com ganhos, desempenho que se repetiu inclusive na crise financeira internacional. Para muitos, existe um claro padrão de comportamento, explicado pelo clima otimista de fim de ano e uma gestão mais agressiva de fundos no mês. Outros veem o rali como uma incrível coincidência.

Levantamento do analista técnico e fundador da Trader Pro, Marcos Moore, mostra que, nos últimos 15 anos, o Ibovespa fechou 13 vezes o mês de dezembro em alta, um aproveitamento de 85%. E a última queda ocorreu em 1998, ano marcado pela crise russa que provocou um tombo das commodities e fuga de dólares do mercado brasileiro.

Para Moore, o comportamento tem explicação. Fundos de investimento vão às compras na Bovespa no fim de ano para valorizar ações e entregar melhor desempenho para os cotistas. Esse movimento puxa os ganhos do Ibovespa.

? Isso acaba valorizando os papéis com maior peso no Ibovespa, com destaque para a Petrobras e Bradesco, que recuaram apenas três vezes em dezembro nos últimos 15 anos ? acrescenta o analista.

Especialistas alertam que ganho pode não se repetir

Ao longo dos últimos 15 anos, o Dow Jones teve desempenho inferior ao do Ibovespa. Nos meses de dezembro, o índice americano registrou queda cinco vezes: 1996, 2002, 2005, 2007 e 2008. Isso significa um terço dos anos consultados.

Nada garante, no entanto, que o desempenho de dezembro vai se repetir este ano, lembra Luciana Leocádio, da Ativa Corretora. Analistas técnicos alertam, inclusive, que o mercado entrou em tendência de baixa no curtíssimo prazo.

Para João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, além das compras dos fundos de investimento e pensão, o clima de otimismo de fim de ano contribui para a regularidade de ganhos do Ibovespa. Ele lembra que investidores recebem décimo-terceiro salário e muitos buscam aplicações.

? Com mais compradores, a tendência passa a ser de alta. E será até saudável um rali em dezembro, já que novembro está horrível. Mas isso vai depender um pouco também do fluxo de notícias, que tem andado muito negativo ? afirma Brugger, para quem ações com maior peso no Ibovespa devem ser as beneficiadas.

O operador Paulo Hegg, da Um Investimentos, aposta em papéis do varejo, da construção e de concessões rodoviárias para o mês. Segundo ele, os setores seriam naturalmente beneficiados pelo aumento do consumo e das viagens dos brasileiros no fim do ano.

Leandro Silvestrini, analista da Intrader Corretora, também atribui os ganhos de dezembro aos fundos de investimentos. Mas acrescenta que investidores estrangeiros contribuem para o movimento.

? O Brasil é a bola da vez, e ninguém quer fechar o ano vendido no mercado ? diz o analista. ? A Bolsa caminha para os 74 mil pontos, um recorde.

Santander afirma que ganho não passa de folclore

Mas há no mercado quem veja o desempenho como uma simples coincidência ou folclore. Alexandre Silvério, superintendente de renda variável da Santander Asset, reconhece que existe um padrão de alta do índice no final do ano, mas afirma que não existem fundamentos por trás do calendário.

"Dezembro é um mês em que se coloca o dinheiro para trabalhar. Mas não é algo com que se possa contar" afirma.

Karina Melendez, responsável pela área de produtos da Ágora, afirma que a corretora vai lançar dois produtos de olho em movimentos como o de dezembro, baseados na análise gráfica: o scanner gráfico, que permite o cadastramento de fórmulas de análise gráfica e monitora o pregão, e o Ágora Graphics, que terá as recomendações da equipe de análise gráfica da corretora, indicando a hora exata para a compra e venda de ativos.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Alimentos podem fazer inflação fechar o ano próxima a 6%

Sergio Lamucci


A inflação seguiu em alta forte em novembro, puxada pelo grupo alimentos e bebidas, mas influenciada também pelo aumento das cotações de combustíveis e serviços. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,86%, elevando para 5,47% a variação em 12 meses. Foi a maior alta do índice para um mês de novembro desde os 2,08% de 2002.

Os preços de alimentos e bebidas aumentaram 2,11% no mês, variação que surpreendeu os analistas. Produtos como carnes e feijão tiveram altas muito expressivas. As primeiras subiram 6,1% no mês, elevando o acumulado no ano para 20,49%. Já as cotações do feijão carioca avançaram 10,83% em novembro e 105,48% em 2010.

A exemplo do que ocorreu no começo do ano, alimentos e bebidas são os maiores responsáveis pela aceleração recente dos índices de preços. Da alta de 0,86% do IPCA-15, 0,48 ponto percentual veio desse grupo. Da variação de 5,07% acumulada pelo indicador no ano, 1,88 ponto (37% do total) veio dos alimentos, segundo cálculo do economista Fábio Romão, da LCA Consultores.

Outros produtos também tiveram altas razoáveis em novembro. "As altas foram mais disseminadas neste mês", como diz a economista Basiliki Litvac, da MCM Consultores . Segundo ela, além de alimentos, houve aumento sazonal do vestuário - salto de 1,17% - e pressão em serviços importantes como aluguel (1,05%), condomínio (0,88%) e empregado doméstico (1,34%), e elevação de 2,22% dos combustíveis para veículos.

O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, vai na mesma linha, lembrando que também houve aumentos mais fortes nos grupos de serviços e de bens industriais. Os serviços passaram a acumular alta de 7,38% no acumulado em 12 meses. "Nessa base de comparação, a variação de serviços já se aproxima dos máximos históricos, próximos de 7,5%, vistos em maio de 2009 e outubro de 2003", observa Gonçalves.

A exclusão do grupo alimentos e bebidas da variação do IPCA-15 também mostra uma aceleração inflacionária que não se limita a esses bens: em novembro, o núcleo do indicador que expurga alimentação subiu 0,49%, razoavelmente acima do 0,3% de outubro.

A alta do IPCA-15 provocou uma onda de revisões para o IPCA em 2010 e, em menor medida, para 2011. O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, elevou a sua de 5,4% para 5,8% para este ano. No caso da estimativa para 2011, o aumento foi mais modesto, de 5,2% para 5,3%. São patamares consideravelmente distantes do centro da meta perseguida pelo Banco Central (BC) neste ano e no ano que vem, de 4,5%.

Vale é um dos economistas que defendem a alta dos juros, hoje em 10,75% ao ano. "A Selic já deveria ter subido - na verdade não deveria ter parado de subir." Para ele, "tecnicamente" a decisão não deve passar de janeiro. "Por ter postergado a política ao longo do ano, o governo Lula vai entregar para sua sucessora um aumento de Selic logo de início. Não fazer isso será um péssimo sinal."

Gonçalves diz que é preocupante uma inflação rodando na casa de 5,8% em 12 meses, o que deve exigir uma reação do BC e do governo. A melhor estratégia, para ele, não passa por um aumento dos juros, que pode complicar a situação do país num momento em que a atividade econômica não é das mais robustas e o câmbio está valorizado demais. O ideal seria combinar um forte aperto fiscal com medidas de controle do crédito. Se bem calibradas, poderiam tornar desnecessária a alta da Selic, afirma ele, que não acredita, contudo, nesse cenário. O mais provável é que os juros comecem a subir já no começo de 2011.

Já o economista Maurício Molan, do Banco Santander, aposta numa retomada do crescimento a taxas mais fortes, destacando que o mercado de trabalho está muito aquecido. Nesse cenário, ele vê como fundamental um aumento de juros para trazer a inflação para a trajetória das metas, provavelmente a partir de janeiro.

Romão destoa da maior parte do mercado, afirmando que uma alta da Selic não é inevitável. Ele ressalta, primeiro, que a pressão sobre os alimentos deve diminuir nos próximos meses, ficando mais evidente no primeiro trimestre de 2011. Pode não haver uma descompressão como a realizada entre junho e agosto, mas os preços de alimentos vão ceder, aposta Romão. Ele também diz que os preços de serviços não manterão o mesmo ímpeto no ano que vem, em parte por causa do impacto defasado da fase menos exuberante do mercado de trabalho, em parte devido ao aumento menos expressivo do salário mínimo - que impacta itens como empregado doméstico e impulsionará menos a atividade econômica. Além disso, trabalha com um aperto da política fiscal que ajude a tornar dispensável a elevação da Selic. Romão projeta um IPCA de 5,8% em 2010 e de 4,8% em 2011 - próximo do centro da meta de 4,5%.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Brasileiros vão gastar mais com saúde nos próximos anos

Aumento da renda e novas tecnologias devem fazer o Brasil seguir a tendência mundial de aumento das despesas no setor
Gabriela Ruic, de EXAME.com

São Paulo - O crescimento dos gastos com saúde é tendência em todo o mundo, e no Brasil, pesquisas e números indicam que a situação não será diferente. Em países como os Estados Unidos, por exemplo, as despesas com saúde já correspondem a 12% do PIB, e existem razões para acreditar que um processo semelhante aconteça em terras brasileiras.

Atualmente, o Brasil ainda é um país que gasta relativamente pouco. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) referentes ao ano de 2007 revelam que os brasileiros gastam, em média, 840 dólares por ano com saúde. No mesmo ano, nos Estados Unidos, a quantia gasta com serviços relacionados à saúde superou a cifra de 7.000 dólares. Até mesmo na Argentina se gasta mais: os vizinhos desembolsam cerca de 1.300 dólares por ano com saúde.

O aumento gradual da renda per capta no Brasil deve reduzir essa diferença nos próximos anos. Números da OMS e do Fundo Monetário Internacional (FMI) permitem relacionar o aumento nas despesas com a saúde e o crescimento da renda per capta de uma nação. E a conclusão é que, à medida que a renda per capta cresce, aumenta-se, quase que exponencialmente, a quantia gasta com saúde.

Francisco Utsch, sócio e analista de investimentos do fundo de investimentos M Square, considera que observar os números e o comportamento do setor da saúde nos Estados Unidos é ferramenta importante para traçar as tendências no Brasil. "Nos Estados Unidos e até no México, o sistema público de saúde não dá conta de suprir a demanda pelos serviços, assim como no Brasil", explica. Portanto, com um crescimento da renda per capta de 8 a 10% ao ano, a tendência é que os brasileiros comecem a utilizar serviços privados de saúde para suprir as deficiências do setor público.

"A penetração dos planos de saúde no Brasil ainda é baixa. Apenas 22% da população têm acesso a esses serviços. No entanto, pesquisas já mostram o desejo que os brasileiros têm em direcionar parte de sua renda disponível em serviços relacionados à saúde", esclarece Utsch. De acordo com dados levantados pela M Square, 93% das pessoas com renda superior a cinco salários mínimos têm plano de saúde. "Na lista de desejos da população brasileira, consumir mais em serviços da saúde vem antes mesmo da casa própria."

Ainda segundo Utsch, outro fator muito importante que está contribuindo para o aumento gradual nos gastos no setor são os planos corporativos. No Brasil os planos de saúde são majoritariamente feitos pelas empresas para seus empregados. O aumento na criação de empregos formais torna inevitável que no futuro próximo os gastos com saúde também cresçam.

Outra fonte de pressão nos gastos com saúde é o envelhecimento da população. O Brasil tem hoje cerca de 20 milhões de idosos e, segundo Utsch, a previsão é que em 2020, a população idosa chegue a 30 milhões. "A população idosa vai crescer e vai puxar as despesas com o setor", avalia.

Não é segredo que, à medida que envelhecemos, mais consultas médicas e exames são necessários. Ao mesmo tempo, a tecnologia disponível para diagnósticos e tratamentos de saúde torna-se cada vez mais avançada e moderna. Se em 1997 indivíduos enquadrados na faixa etária entre 65 e 74 anos realizavam nos Estados Unidos cerca de sete exames médicos ao longo de um ano, em 2005 este número já havia subido para 12 procedimentos médicos.

As empresas do setor já perceberam a tendência de aumento nos gastos com saúde e estão procurando cada vez mais investir na modernização e ampliação de seus negócios. Exemplo disso é a avalanche de aberturas de capital de empresas do setor na BM&FBovespa a partir de 2004.

Em apenas cinco anos, o setor levantou 4 bilhões de reais em ofertas primárias de ações. Para o analista, o crescimento do setor da saúde e o conseqüente aumento nos gastos da população com o serviço não são mera previsão ou tendência, mas sim um fato. "O conceito de tudo isso é que o mercado no Brasil tem que se fortalecer. Com o capital proveniente das capitalizações, as empresas terão subsídios para crescer cada vez mais", diz.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Brasil que vai à bolsa

Valor Econômico

Pesquisa da Expo Money revela que investidores gaúchos são os mais agressivos, enquanto mineiros são bem conservadores.

Antonio Perez

A dona de casa gaúcha que virou especuladora na bolsa. Esse poderia ser o resumo da história de Elisa Gendelmann Tvorecki, de 27 anos, moradora de Porto Alegre (RS). Casada, em 2007 Elisa resolveu, por estímulo de seus pais, buscar uma atividade que pudesse exercer de casa e acabou descobrindo o home broker - o sistema de compra e venda de ações pela internet.

Sem experiência na bolsa, ela deu os primeiros passos em um simulador de ações. "Comecei a aplicar um dinheiro 'fictício', usando gráficos", conta a dona de casa. Animada com os resultados e sentindo-se segura após ler livros e frequentar palestras sobre o mercado financeiro, no início de 2008 Elisa aderiu ao home broker. "Eu escolhia os papéis para comprar com os gráficos e vendia, em dois ou três dias ou até no mesmo dia, assim que o papel subisse", diz.

A rotina de ganhos de Elisa foi interrompida pela eclosão da crise financeira internacional, em setembro de 2008, que derrubou as bolsas mundo afora. "Fiquei paralisada e, mesmo vendo os papéis caírem, não conseguia vendê-los", diz Elisa, ressaltando que, embora tenha estudado o mercado de ações, não estava totalmente preparada para o vaivém da bolsa. "A sorte é que eu investi um dinheiro de que não precisava e posso esperar o mercado subir, mas o certo era ter um objetivo claro de ganho e uma estratégia para operar na baixa", acrescenta, reconhecendo que se transformou, mesmo sem querer, em uma investidora de longo prazo.

A história de Elisa ilustra o interesse cada vez maior dos investidores pelo mercado acionário e também o desafio de educar os brasileiros para o risco, aponta o economista Raymundo Magliano Neto, diretor da Trade Network, empresa organizadora da Expo Money, tradicional evento de divulgação do investimento em ações. Este ano, a Expo Money já passou por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, recebendo ao todo mais de 26 mil visitantes. "Esse interesse por ações está presente em todo país e cada Estado tem uma característica a ser trabalhada", afirma Magliano Neto.

Um amostra das peculiaridades de cada região, diz Magliano, pode ser obtida com os resultados de pesquisa realizada com o público da própria Expo Money. As mulheres gaúchas, por exemplo, são as que menos se interessam em aplicar em ações. Elas representaram 26% dos visitantes da feira mais recente em Porto Alegre, ante 35% em São Paulo, 33% no Rio de Janeiro e 32% em Belo Horizonte.

Apesar do interesse reduzido das mulheres, os gaúchos são os investidores mais agressivos entre os quatro Estados pesquisados. Entre os visitantes da feira, 45% disseram que aplicam em ações, muito acima do percentual registrado em São Paulo (36%), Rio de Janeiro (33%) e Belo Horizonte (29%). "Notamos que no Rio Grande do Sul há uma cultura de aplicar em ações que passa de pai para filho, já que muitas pequenas empresas familiares do Estado acabaram indo para a bolsa, como Randon, Marcopolo e Weg", diz Magliano Neto.

Já o investidor mineiro, ressalta o executivo, é mais conservador e desconfia um pouco da aplicação em ações, que parece algo distante de sua realidade "É preciso fazer um trabalho de aproximação entre as pessoas e as corretoras, para que elas comecem a investir", afirma.

Até meados de 2007, a mineira Daniele Cristina Ribeiro, de 28 anos, se refugiava na boa e velha caderneta de poupança e pensava que aplicar em ações era algo reservado para quem tivesse "um bom dinheiro", por exemplo. "Não sabia também que poderia vender as ações a qualquer momento", lembra Daniele.

Após um curso sobre mercado de acionário, ela se arriscou a aplicar em um fundo de ações. A boa experiência fez com que Daniele migrasse logo em seguida para a bolsa. Animada com os bons resultados, em janeiro do ano passado, ela resolveu arriscar. A mineira vendeu parte de sua carteira de ações para comprar papéis da Telebrás, que subiam com os rumores de reativação da estatal (que se confirmaram). "Comprei R$ 1 mil, vendi e ganhei R$ 600 com a valorização", lembra.

Entusiasmada, Daniele comprou mais ações da Telebrás, mas desta vez os papéis despencaram e ela perdeu os R$ 600 que havia ganhado antes. "Não satisfeita, comprei mais e elas caíram de novo, e até agora não recuperei o valor aplicado", conta. "Com essa experiência, aprendi a controlar a emoção e não ficar vendendo e comprando uma ação sem ter conhecimento do mercado", diz.