segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Os 12 pecados de quem investe na Bolsa

Especialistas enumeram os vícios mais comuns dos investidores, especialmente dos novatos

Bruna Bessi, iG São Paulo

Para investir na bolsa de valores, tão importante quanto ter recursos disponíveis e conhecimentos sobre o mercado são a habilidade e o autocontrole. Nem todos os investidores, no entanto, se mantêm tranquilos durante os períodos de instabilidade, fenômeno ainda mais comum entre os iniciantes. Assim, eles se desfazem das ações sem pensar, o que caracteriza a precipitação, uma dos pecados mais comuns entre os investidores, segundo consultores.

Antes de começar os negócios com ações é preciso que o investidor defina seu perfil, considere sua realidade financeira para não cometer excessos e estabeleça um tempo limite para cada operação, já que existem modelos para curto, médio e longo prazo. Esse planejamento prévio ajudar a evitar os pecados dos investidores. “Pensar se resiste a momentos de pressão ou controla freneticamente o movimento do mercado pode ajudar a definir o perfil”, diz Rodrigo Puga, diretor da Corretora Spinelli.

Outro ponto relevante para os iniciantes é identificar, conforme as expectativas, o impacto das ações sobre suas finanças. “Nós precisamos usar mais o racional. Possuímos a tendência de comprar quando está caro e vender barato, já que o emocional atrapalha muito”, diz Leandro Martins, economista com MBA em Economia e Finanças pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Veja os pecados mais comuns entre os investidores de primeira viagem, segundo especialistas:

1. Ansiedade: muitas vezes a ansiedade para obter um retorno imediato do investimento e o medo de perder o capital empregado fazem com que o investidor venda suas ações antes da hora e fracasse. O ideal, no início, é fazer simulações prévias em planilhas fictícias e aplicar moderadamente. Além disso, é importante perder no começo para identificar a realidade do processo.

2. Prepotência: é comum que após os primeiros ganhos o investidor pense que já sabe tudo sobre bolsa de valores, mas isso é um engano e pode fazer com que percam muito dinheiro. Achar que sabe tudo não é a melhor opção.

3. Impaciência: apesar das análises e da ajuda dos consultores, ninguém tem certeza absoluta de qual ação subirá. Por isso, muita calma.

4. Indisciplina: quando o investidor não estabelece limites em suas operações pode ter prejuízo, já que as saídas estratégicas aumentam os lucros. Por isso, devem ser estabelecidos quais serão os momentos de compra e venda das ações.

5. Instabilidade: modificar constantemente a forma de realizar as transações faz com que o investidor tenha prejuízos na análise das tendências.

6. Indecisão: muitas vezes, indeciso, o investidor cerca-se de uma quantidade gigantesca de dados, relatórios e notícias. Esse grande volume de informações acaba confundindo o investidor em vez de ajudá-lo.

7. Insegurança: independentemente da maior quantidade de notícias ruins sobre o investimento realizado, o investidor busca apoio em uma boa e mantém sua aplicação, ignorando a realidade do momento.

8. Gula: o investidor é atraído pela euforia do mercado e não percebe que, em muitos casos, o momento já é de reversão.

9. Precipitação: diante de uma situação de crise, é comum que o investidor iniciante se deixe contagiar pelo pânico estabelecido, não resista até uma possível melhora – ainda que em longo prazo – e venda suas ações.

10. Ganância: ao investir em ativos mais arriscados ou apelar a operações alavancadas (com empréstimo), o investidor opera mais do que realmente tem - e então, se as ações despencarem, haverá o risco de ele ficar devendo à corretora.

11. Inconstância: é preciso ter cuidado com o “espírito de manada”. Nem sempre a opção escolhida por todos é a melhor.

12. Negligência: é preciso definir objetivos a curto, médio e longo prazos e reinvistir o capital conseguido nas operações, mas não se pode esquecer de monitorar os investimentos.