segunda-feira, 10 de março de 2008

Merrill Lynch reavalia empresas brasileiras do setor de papel e celulose

O banco de investimentos Merrill Lynch publicou relatório com mudanças nas avaliações das empresas brasileiras do setor de papel e celulose cobertas pela instituição - Aracruz (ARCZ6), Suzano (SUZB5), VCP (VCPA4) e Klabin (KLBN4).

As mudanças nos preços-alvo das ações das companhias foram feitas tendo em vista a nova curva de preços da celulose, que estabelece um valor médio de US$ 800 por tonelada do produto em 2008 e de US$ 770 por tonelada em 2009, e a desvalorização do dólar frente ao real, além do resultado trimestral de cada empresa.

Conforme explicam os analistas da Merrill Lynch, as estimativas operacionais para as empresas foram reduzidas principalmente por causa do fortalecimento do real, o que pressiona as margens.

O que muda?
A nova top pick da instituição é a Aracruz, que teve o seu preço-alvo por ADR de US$ 83,2 elevado para US$ 93. A preferência se deve ao fato de que a empresa tem o maior benefício diante do aumento dos preços da celulose e à previsão de expansão com o projeto Guaíba, além de ser a melhor posição para uma possível fusão com a VCP.

O outro destaque do relatório é a Suzano, cujo preço-alvo, elevado de R$ 37,6 para R$ 38, implica em um potencial de valorização de 44%. Além do possível benefício diante do aumento do preço da celulose, a empresa apresenta ainda baixos múltiplos em relação às demais, o que torna o investimento atrativo.

Recomendação rebaixada para "neutra"
Já para as outras duas empresas, a Merrill Lynch reavaliou a recomendação de compra para neutra. Em relação à VCP, as perspectivas continuam boas, mas com a recente valorização dos seus papéis, o upside se tornou limitado.

Tendo rebaixado também as ações da Klabin, os analistas explicam que as perspectivas para a empresa são de que os resultados continuem pressionados pelo alto custo com energia no primeiro semestre de 2008.

Ademais, a oferta secundária de ações da empresa em conjunto com o BNDES, prevista para o segundo semestre deste ano, deve ser precificada entre R$ 6,5 e R$ 7, o que pode limitar o upside a curto prazo.