Em meio à crise de crédito que derrubou os valores de moedas, títulos e ações, os metais nobres se sobressaem entre os ativos que mais se valorizaram até o momento neste ano.Nesta segunda-feira (3) o contrato futuro do ouro atingiu o recorde de US$ 992 a onça. Já a prata foi negociada a US$ 20,74 a onça, o valor mais alto em 27 anos. Por volta das 16h, as commodities estavam sendo negociadas a US$ 984 e US$ 20,18, respectivamente.
Metais x ações
Enquanto os índices de ações acumulam desvalorização no ano, os metais subiram duas vezes mais rápido que o euro e proporcionaram retorno de seis a 20 vezes o dos Treasuries, neste começo de ano.
Analistas consultados pela Bloomberg prevêem que, se o Federal Reserve seguir priorizando o corte do juro ao invés de controlar os preços ao consumidor, o ouro pode subir mais 27% até o final de 2008.
Ouro como alternativa
Em relatório, o Citi avalia que, com os primeiros sinais de que a economia norte-americana está entrando em uma recessão, e mesmo ante à falta de liquidez no sistema - ainda que os bancos centrais abaixem os juros, a demanda por dinheiro não está sendo suprimida - o valor do ouro está inflado.
Historicamente, afirma o banco, investidores se voltam para o ouro quando o sistema financeiro está mal. A aquisição de ouro tem o objetivo de proteger o poder de compra, na medida em que o dólar cai a patamares recordes e a inflação acelera.
Arun Motianey, analista do Citi, acredita que a corrida pelo ouro "não é falta de confiança em nenhuma moeda em particular; é a perda de confiança no padrão que sustenta todo o sistema".