Por: Patricia Alves
Informações, análise de relatórios, resultados das empresas, dados estatísticos. São esses os meios mais utilizados pelos investidores - ou interessados em investir - antes de tomar a decisão de compra ou venda de uma ação.
Diante de dados aparentemente tão concretos, fica fácil concluir que a razão é fator determinante na tomada de decisão do investidor, certo?
Errado. De acordo com o membro do Centro de Estudos dos Processos de Decisão e Neuroeconomia da EESP (Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas), professor Marcos Fernandes, apesar da análise fundamentada em relatórios, na hora de decidir, o lado emocional é fundamental.
Totalmente emocional
Para Fernandes, a tomada de decisão em si é totalmente emocional. "Se fôssemos totalmente racionais não tomaríamos decisões", defende o especialista.
Segundo ele, em termos filosóficos, se fôssemos extremamente racionais não teríamos razões para tomar decisões que envolvam riscos. E, em termos empíricos, estudos comprovam que, na hora de decidir sobre a compra e a venda de ativos financeiros, todo o cérebro funciona no processo. "Mas, na hora da tomada da decisão, são as esferas mais emocionais do cérebro que entram em ação", explicou.
No seminário "Neuroeconomia, Decisão e Racionalidade", realizado na EESP na última quarta-feira (4), foi discutido como se tomam decisões econômicas com base em estudos e dados fornecidos em ressonâncias magnéticas.
De acordo com Fernandes, o exame mostra quais as partes do cérebro que são acionadas e em quais momentos do processo de decisão. "Na ressonância a análise é baseada no consumo de oxigênio e na tomografia na geração de energia no cérebro", explicou o professor.
Bom para o bolso, bom para a Bolsa
"As neurociências, e a neuroeconomia em particular, ainda são vistas com restrições tanto no Brasil quanto no mundo", revelou Fernandes, que disse que, no País, os estudos sobre o tema começaram há cerca de apenas dois anos.
No entanto, as pessoas têm começado a se interessar pelo assunto. "Com a neuroeconomia é possível testar empiricamente algumas suposições que eram ou axiomas ou hipóteses muito fortes e nos permite trabalhar com racionalidade limitada", disse Fernandes.
O Centro de Estudos dos Processos de Decisão e Neuroeconomia deve, nos próximos anos, iniciar a pesquisa batizada de "Estudo Neuroeconômico do Investidor Brasileiro", utilizando, no Brasil, o eletroencefalograma não invasivo, para avaliar o cérebro do investidor na hora da tomada de decisão.
A idéia é, segundo o especialista, avaliar como os brokers das corretoras tomam decisões na Bolsa de Valores, como o cérebro deles funciona.
Para Fernandes, o trabalho pode virar, inclusive, um serviço de saúde pública. Será possível, por exemplo, identificar um alto nível de estresse, que pode causar tomadas de decisões equivocadas e precipitadas. "Nesse caso, seriam recomendadas férias ao profissional", indica o professor.
"O que mostra, mais uma vez, que sem emoção não se toma decisão", finalizou.
Informações, análise de relatórios, resultados das empresas, dados estatísticos. São esses os meios mais utilizados pelos investidores - ou interessados em investir - antes de tomar a decisão de compra ou venda de uma ação.
Diante de dados aparentemente tão concretos, fica fácil concluir que a razão é fator determinante na tomada de decisão do investidor, certo?
Errado. De acordo com o membro do Centro de Estudos dos Processos de Decisão e Neuroeconomia da EESP (Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas), professor Marcos Fernandes, apesar da análise fundamentada em relatórios, na hora de decidir, o lado emocional é fundamental.
Totalmente emocional
Para Fernandes, a tomada de decisão em si é totalmente emocional. "Se fôssemos totalmente racionais não tomaríamos decisões", defende o especialista.
Segundo ele, em termos filosóficos, se fôssemos extremamente racionais não teríamos razões para tomar decisões que envolvam riscos. E, em termos empíricos, estudos comprovam que, na hora de decidir sobre a compra e a venda de ativos financeiros, todo o cérebro funciona no processo. "Mas, na hora da tomada da decisão, são as esferas mais emocionais do cérebro que entram em ação", explicou.
No seminário "Neuroeconomia, Decisão e Racionalidade", realizado na EESP na última quarta-feira (4), foi discutido como se tomam decisões econômicas com base em estudos e dados fornecidos em ressonâncias magnéticas.
De acordo com Fernandes, o exame mostra quais as partes do cérebro que são acionadas e em quais momentos do processo de decisão. "Na ressonância a análise é baseada no consumo de oxigênio e na tomografia na geração de energia no cérebro", explicou o professor.
Bom para o bolso, bom para a Bolsa
"As neurociências, e a neuroeconomia em particular, ainda são vistas com restrições tanto no Brasil quanto no mundo", revelou Fernandes, que disse que, no País, os estudos sobre o tema começaram há cerca de apenas dois anos.
No entanto, as pessoas têm começado a se interessar pelo assunto. "Com a neuroeconomia é possível testar empiricamente algumas suposições que eram ou axiomas ou hipóteses muito fortes e nos permite trabalhar com racionalidade limitada", disse Fernandes.
O Centro de Estudos dos Processos de Decisão e Neuroeconomia deve, nos próximos anos, iniciar a pesquisa batizada de "Estudo Neuroeconômico do Investidor Brasileiro", utilizando, no Brasil, o eletroencefalograma não invasivo, para avaliar o cérebro do investidor na hora da tomada de decisão.
A idéia é, segundo o especialista, avaliar como os brokers das corretoras tomam decisões na Bolsa de Valores, como o cérebro deles funciona.
Para Fernandes, o trabalho pode virar, inclusive, um serviço de saúde pública. Será possível, por exemplo, identificar um alto nível de estresse, que pode causar tomadas de decisões equivocadas e precipitadas. "Nesse caso, seriam recomendadas férias ao profissional", indica o professor.
"O que mostra, mais uma vez, que sem emoção não se toma decisão", finalizou.