quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Crise x previdência privada: o que fazer em épocas de incertezas?

A crise financeira, que começou no EUA e atinge o mundo inteiro, reflete, também, na economia brasileira. Diante deste cenário, o investidor que possui um plano de previdência fica na dúvida sobre o que fazer com as suas contribuições. É um bom momento para resgatar?

Em evento realizado nesta quarta-feira (10) na Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), especialistas em previdência complementar abordaram as questões que envolvem os impactos deste momento de incertezas tanto para as seguradoras quanto para os investidores da modalidade.

Desafios para as seguradoras
Com a elevação da expectativa de vida, os brasileiros precisam fazer o seu planejamento financeiro visando o futuro. E uma das formas possíveis para isso é a adesão à um plano previdência privada aberto ou fechado.

Segundo o consultor da Fipecafi, Luiz Jurandir Simões de Araújo, as seguradoras dos planos de previdência privada podem se beneficiar da experiência de mercado de outros países para errar menos e encurtar caminhos.

"O grande desafio das seguradoras será como gerenciar os planos. A necessidade de uma inovação é essencial, principalmente no que diz respeito à separação dos planos, de acordo com a idade e as condições financeiras de cada contribuinte. Uma mulher de 45 anos, viúva, com três filhos, não pode ser colocada em um mesmo plano que outra com a mesma idade, mas solteira", revela Luiz Jurandir.

Um outro fator, também importante para as seguradoras, é o esforço comunicacional para que seus contribuintes entendam os benefícios de um plano de previdência a longo prazo e as possibilidades de alocação de suas contribuições.

"As
empresas precisam mostrar ao contribuinte porque é recomendável investir certa quantia em renda variável e o restante das contribuições em renda fixa. Esse processo precisa ficar bem claro ao investidor e isso só é possível com uma educação financeira eficaz", diz o especialista.

O cenário para os investidores
Com
a crise, muitas pessoas que possuem algum tipo de previdência privada já pensam em resgatar o seu plano para não perder valores no seu saldo de contribuições. Porém, essa não é a melhor atitude a ser feita nesse momento.

Para Luiz Jurandir, o recomendável é que o contribuinte não resgate o seu plano de previdência, principalmente se ele pertencer a um regime de tributação regressivo a menos de dois anos, já que o desconto do imposto de renda é de 35%.

"Em tempos de crise, se necessário, o ideal é o investidor de previdência complementar avaliar as suas cotas de investimento e reduzir os custos", finaliza o consultor.