terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Em coro, administração Obama afasta nacionalização iminente dos bancos

Por: Felipe Abi-Acl de Miranda

A especulação em torno da possibilidade de nacionalização dos grandes bancos norte-americanos é crescente. Como resposta à preocupação dos mercados e ao derretimento das ações de bancos como Citigroup e Bank of America, a administração de Barack Obama tem ampliado esforços para afastar a hipótese de estatização iminente.

Em comunicado conjunto publicado na segunda-feira (23), Fed, FDIC e Treasury prontificaram-se a ajudar instituições financeiras em dificuldades, mas lembraram que o plano de socorro aos bancos tem como premissa forte sua manutenção sob mãos privadas.

Muito embora o coro de economistas pela nacionalização temporária venha ganhando robustez - Nouriel Roubini, Alan Greenspan e Paul Krugman, por exemplo, já se mostraram a favor - a medida parece ser encarada como a última alternativa pelo governo norte-americano.

Bernanke atesta
Em testemunho ao Comitê dos Bancos do Senado, Ben Bernanke, chairman do Fed, salientou que a capitalização dos bancos por parte do governo foi desenhada para se tornar capital ordinário somente caso a economia piore e crie mais perdas às instituições financeiras.

Caso seja necessário, o governo comprará ações preferenciais conversíveis, que se transformarão em ações ordinárias apenas sob a ocorrência de perdas extraordinárias.

Com discurso ainda mais enfático, o porta-voz do governo Robert Gibbs afirmou à rede ABC que a administração Obama ajudará os bancos a atravessar a crise, mas "ninguém imagina nacionalizar as instituições financeiras".