quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Estratégia: Citigroup enxerga deflação iminente e desenha perspectivas do novo cenário

Antes um cenário inimaginável, a economia mundial flertará com a deflação no decorrer deste ano. É o que enxerga o Citigroup, em relatório de estratégia para a renda variável divulgado nesta quinta-feira (19), no qual projeta que os preços ao consumidor no mundo desenvolvido mostrarão o menor avanço dos últimos 60 anos. "EUA, Japão e China são fortes candidatos à deflação", enumeram os analistas.

Partindo da premissa que a deflação é iminente, a decorrência deste cenário para a renda variável não é nada otimista: ao olhar para a história, o banco observa que geralmente os mercados acionários registram perdas durante períodos de tímido avanço nos preços, período no qual valuations caras e rendimentos fracos eram características presentes em bolsa.

"No entanto, as cotações atuais dos papéis mostraram que as ações podem subir durante um período de deflação, à medida que haja rendimentos sólidos e valuations atrativos", contrapõe a instituição financeira, enxergando a peculiaridade do ambiente encontrado no mercado acionário em meio à crise inédita de crédito.

Preparação
Se a deflação será concreta, é melhor estar preparado para o cenário. "Durante deflações sustentadas, investidores de ações devem olhar para companhias que se beneficiam de volumes sólidos, formação de preços e balanços contábeis robustos", sugere o Citigroup, acreditando ainda que o panorama deverá privilegiar as large caps defensivas.

Considerando a ameaça da reflação*, os analistas creem que a resposta na política do Estado tem sido agressiva, o que leva a expectativa de maior inflação no próximo ano. "Num mundo com aceleração da inflação, investidores devem considerar companhias em indústrias reguladas e capazes de serem relativamente inertes a aumento dos custos", conclui o banco norte-americano.

*Quando o governo combate a deflação por meio de política fiscal e/ou monetária expansionista.