terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Para tomar risco, investidor fica mais exigente em meio à crise

A crise parece a mesma, senão mais intensa. Mas especialmente a bolsa abriu o ano com sinais de melhora. Como exemplo o Índice Bovespa, que ao poucos recupera volume de negócios e acumula boa valorização para quem encerrou 2008 com saldo negativo de 41,2%. Longe da crise ter acabado, apenas parece que o mercado percebe melhor algumas questões.

Um bom exemplo é a Petrobras. As ações da e
statal (PETR4, PETR3), líderes em giro financeiro do mercado doméstico, já recuperaram cerca de 20% neste breve início de ano, mesmo sem recuperação alguma para os contratos futuros de petróleo, que seguem contornando os US$ 35 por barril.

Momento oportuno
Ironicamente, o mercado está
mais atrativo agora que no começo do ano passado, período de entrada maciça de novos investidores cadastrados. Isto tomando por base o que se pagava pelas empresas, ou melhor, seus múltiplos .

O investidor que busca potencial de valorização há de concordar que entrar na ação pagando valor próximo do valor justo de seus fundamentos não parece melhor opção que entrar a múltiplos desvalorizados.

Miopia de curto prazo
Diferente disso, o momento atual parece de oportunidades. Analisando os componentes do índice acionário norte-americano Standard & Poor's 500, o Citigroup percebeu que seus clientes buscam oportunidades na faixa entre 8 a 10 vez
es a relação Preço sobre Lucro das empresas. Grosso modo, o investidor quer pagar pela empresa cerca de 8 vezes o lucro por ação que ela acumulou nos últimos quatro trimestres.

Investidores estão mais exigentes, ou cobram mais caro por assumir o risco da aplicação. Para os analistas, pagar cerca 11 vezes ou 12 vezes já parece atrativo o bastante. O Citi diagnosticou esta característica atual do mercado como "miopia de curto prazo".

Upside x Risco de downside
Muito mais que oportunidades, o investidor procura por avaliar riscos. Considera menos upside e mais risco de downside na escolha de uma ação. Fator
que explica a boa performance recente de ativos considerados defensivos, como ações boas pagadoras de dividendos.

O pensamento do investidor parece voltado demais para o curto prazo. Reflexo dos tempos de crise. Para o Citi, a terminologia utilizada pelas autoridades nacionais também leva parte neste comportamento. Provoca mais medo para o consumidor poupar que estímulo para consumir.