A Superintendência de Seguros Privados (Susep) estima que esse tipo de serviço representaria um acréscimo de R$ 50 bilhões no mercado total de seguros no Brasil, hoje de R$ 100 bilhões.
Não se sabe ao certo que país criou o microsseguro, mas existe um consenso entre estudiosos do assunto como James Roth, Dominic Liber e Michael Cord, de que esta modalidade existe há pelo menos 20 anos.
Em países como a China e a Índia, os microsseguros estão bastante associados ao microcrédito. Na América Latina, o Peru lidera em proteção financeira e a Colômbia tem cerca de 2,5 milhões de segurados com o seguro funeral.
Apesar dessas diferenças, alguns pontos são comuns em todos os países. O surgimento do microsseguro veio da necessidade de as microinstituições financeiras diminuírem o risco de inadimplência de seus clientes.
A proposta do governo brasileiro para os microsseguros visa a atingir a população não bancarizada, sem as mínimas condições de consumo e inserção social.
Estima-se que cerca de 80 milhões de pessoas possam ser beneficiadas com esta lei. Ainda hoje, o consumidor de classes menos favorecidas acredita que os produtos de seguros são caros, difíceis de entender e pouco adaptados às suas necessidades, mas isso é um mito, visto a democratização dos seguros massificados e o esforço do Brasil em regulamentar o microsseguro.
Creio que o principal desafio para o sucesso dos microsseguros no país é a questão cultural. Será necessário encontrar os canais de distribuição e meios de contato com esse novo consumidor que mais se aproximem de sua realidade e "falem sua língua", de forma a promover o correto entendimento sobre os produtos e benefícios.
Também é fundamental desenvolver coberturas que supram as necessidades específicas desse público. Como corretora de seguros e pioneira na distribuição de seguros para as classes C e D, parcela da população que não tinha acesso a proteção patrimonial ou pessoal, a Aon Affinity está preparada para entrar nesse mercado e continuar fomentandoa cultura de seguros no Brasil.
Nossa experiência com consumidores de baixa renda nos permitiu observar o anseio dessa camada da população em ter uma garantia em caso de morte, invalidez ou acidentes pessoais, além de claro, o seguro desemprego.
Em um país continental como o nosso, percebemos também que a preocupação do gaúcho, por exemplo, é diferente do paulista. No Sul, o seguro supermercado é um campeão de vendas. Já no interior de São Paulo, o seguro funeral é um dos carros-chefe.
A chegada dessa nova modalidade vem ao encontro de nossas expectativas de democratizar os seguros no Brasil. Mas, para que isso seja uma realidade, a população precisa ter acesso a programas de prevenção de riscos e conscientização financeira vantajosos para a sociedade como um todo.
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José Carlos Macedo é CEO da Aon Affinity Latin America