segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Paranapanema é alvo de aquisições

A percepção da fabricante de cobre Paranapanema como um alvo em potencial para aquisições poderá impulsionar o andamento dos ativos da companhia neste ano. A visão ganhou força após a tentativa de aquisição da companhia pela Vale, em setembro do ano passado, o que elevou o valor dos ativos da companhia.



   O analista do BB Investimentos, Antonio Emilio Bittencourt Ruiz, lembra que a Paranapanema é responsável por 99% da produção de cobre refinado no Brasil e possui 39% de participação de vendas. Segundo o analista, a companhia é "potencial alvo de ofertas de aquisição, podendo impactar positivamente no preço de suas ações, como a ocorrida em setembro de 2010".



   Em setembro, a Vale tentou adquirir a fabricante de cobre, por meio de uma oferta pública voluntária (OPA), mas com a aquisição condicionada à compra de, pelo menos, 50% mais uma das ações da empresa. O preço inicial da oferta foi de R$ 6,30 por papel. No pregão, o preço chegou a R$ 6,75 e a adesão da oferta chegou a 38,28%, e, portanto, não atingiu o mínimo para a oferta ser efetivada.



   Uma fonte, que preferiu não se identificar, afirmou que a possibilidade de a Vale apresentar nova oferta para a aquisição da Paranapanema ainda existe. "Faltou um pouco de negociação e paciência. Não deu tempo para os acionistas minoritários digerirem a história, porque a oferta da Vale foi boa", disse.



   Ainda segundo a fonte, tanto a Paranapanema quanto os seus acionistas teriam muito a ganhar com a transação. Tendo como base o fechamento do pregão da última sexta-feira, a oferta final da Vale (R$ 6,75) garantiria um prêmio de 20% aos acionistas.



   "A Paranapanema compra concentrado de cobre da Vale e o refina. Se a Vale compra a empresa, ela vai estar em todo o processo e terá ganhos que a Paranapanema nunca teria sozinha", disse. Para a fonte, existe um possibilidade da Vale entrar com a mesma proposta de setembro, mas só que dessa vez, sair vitoriosa. "A Vale poderia até aumentar a proposta, mas esse não é um ativo que ela aceitaria pagar mais", disse.



    No mês seguinte à oferta, o presidente da Vale, Roger Agnelli, afirmou que a Vale não faria nova oferta para aquisição da companhia. No entanto, em dezembro, diante de um boato de que a mineradora faria nova proposta pela compra da Paranapanema, as ações da companhia subiram mais de 14% no pregão.



   "Esse seria um movimento que faz sentido para a Vale", afirmou o analista da Socopa Corretora, Marcelo Varejão. O analista destacou que o valor a mais, solicitado pelos acionistas da Paranapanema, não foi muito grande, mas mesmo assim a Vale não aceitou. O analista destacou que o ativo é estratégico para a Vale, por conta de seu objetivo de aumentar a produção de cobre.



   O consultor econômico da WinTrade, José Góis, lembrou que há sinergias da Paranapanema com a Vale. "Obviamente ela [a Vale] tem interesse. Ela já ofereceu um bom preço, apesar dos minoritários terem rejeitado", disse.



   No entanto, Goés afirmou que a empresa em sim, não é atrativa para investidores. "A Paranapanema já teve seus tempos de estrela, mas ela já vendeu seus principais ativos. Em termos fundamentalistas ela é uma empresa complicada", afirmou.