quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Jeitinho brasileiro exige manual de sobrevivência

Por Cláudia Ribeiro, Blog Executivo S.A.

O jeitinho brasileiro tem levado executivos estrangeiros que atuam em empresas no Brasil para as salas de treinamento. Não é nada disso que você está pensando… Não, eles não querem se adaptar a essa realidade. Eles precisam mesmo é entender e tentar driblar essa "malemolência" dos negócios no Brasil.

Em palestra no Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa -, o diretor financeiro da GE Energy Infrastructure para a América Latina, Rodrigo Martins, explicou que, para esses profissionais, a melhor tradução para esse "jeitinho" é a falta de planejamento. "Eles precisam conviver e trabalhar dentro da precariedade de muitos serviços públicos e sem uma infra-estrutura condizente com o potencial do país. Tudo isso sem sair dos princípios básicos da companhia".

Não é surpresa, portanto, que um dos requisitos da empresa para um executivo atuar no Brasil – seja ele nativo ou estrangeiro – é a flexibilidade para se adaptar a mudanças constantes. Além disso, o profissional precisa ter amplo conhecimento legal e tributário das regras brasileiras – uma tarefa nada fácil – e cuidar atentamente dos relacionamentos e da integridade nos negócios.  

Para quem está de fora, o nome disso seria "Manual de sobrevivência do executivo no jeitinho brasileiro", um guia que poderia ser usado, inclusive, por grandes empresas brasileiras, que também sofrem com  a realidade do País.

Leni Hidalgo, gerente geral de Desenvolvimento Corporativo da Votorantim Industrial, conta que o jeitinho brasileiro também é obstáculo para os executivos da empresa. Por isso, é assunto para treinamento. "Precisamos trabalhar os dilemas que eles enfrentam para lidar com essas situações, sem abandonar os princípios da companhia".

Tudo ficará mais fácil, é claro, quando o jeitinho brasileiro ficar apenas para a habilidade de solucionar problemas.