desafios adicionais no começo de 2011, diz banco de investimentos
Produtores de proteína brasileiros terão pressão adicional de custos
em 2011, projeta HSBC
São Paulo - Quando o tema é apostar em ações de produtoras de proteína
brasileiras, a palavra de ordem do investidor deve ser cautela,
recomenda o HSBC. Ao menos no curto prazo, o setor de carnes e
frigoríficos enfrentará dificuldades adicionais com altos custos e
condições desafiadoras, projeta o banco de investimentos em estudo
trimestral sobre o setor divulgado nesta segunda-feira (20).
Tanto no quarto trimestre quanto nos primeiros três meses de 2011, o
cenário para as empresas deve permanecer desafiador, com pressões
extras pelo encarecimento das matérias-primas e conseqüente aperto nas
margens das empresas. "Recomendamos aos investidores que adotem uma
abordagem de 'esperar para ver' por enquanto", dizem os analistas
Pedro Herrera e Diego Maia.
A recomendação vale para os papéis da BR Foods (BRFS3), JBS(JBSS3),
Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3). Entre os principais impactos no
planos das companhias está a alta nos preços de commodities de grãos –
cuja oferta mundial sofre com a baixa produtividade da safra americana
e o risco La Niña na América Latina - e a volatilidade do real, que
abate o valor das exportações de carne nacional.
"Acreditamos que os investidores devem se posicionar em empresas com
poder de colocação de preços, forte presença no robusto mercado
doméstico brasileiro e em produtos processados e parâmetros sólidos de
alavancagem", avaliam os analistas.
Confira as recomendações do HSBC para o setor de frigoríficos e
produtores de proteína nacionais:
Brasil Foods (BRFS3) – É a aposta preferida do HSBC no cenário atual.
"A companhia combina forte poder de colocação de preços, maior
exposição ao mercado doméstico brasileiro e índices de alavancagem
confortáveis". O maior risco apontados para o equilíbrio contábil da
empresa envolve possíveis atrasos na aprovação da fusão das companhias
pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), esperada para
o primeiro semestre de 20011. A recomendação para o papel é overweight
(alocação acima da média de mercado) e o preço alvo para dezembro de
2011 é 32 reais.
JBS (JBSS3) – O desempenho recente abaixo da média do mercado afetou a
avaliação do papel, que ganhou viés cauteloso. Por outro lado, entre
os pontos positivos, o HSBC citou as aquisições da Bertin no Brasil e
Pilgrim's Pride nos Estados. "A empresa espera sinergias totais de 485
milhões de reais e aproximadamente US$220 milhões, respectivamente,
nos próximos anos", dizem os analistas. A recomendação para o papel é
de é overweight (acima da média de mercado) e o preço alvo para
dezembro de 2011 é de 12,50 reais.
Marfrig (MRFG3) - O frigorífico Marfrig também caminha entre
incertezas. Um ponto negativo é o aumento das despesas de juros após a
emissão de 2,5 bilhões de reais em debêntures para financiar a
aquisição da Keystone. No entanto, é justo a companhia americana o
maior catalisador para os papéis, ao adicionar aproximadamente 66% à
receita líquida de 2011 e cerca de 35% à estimativas de EBITDA. A
companhia deve permanecer na linha de frente no setor de aves, também
projeta o HSBC. A recomendação para o papel é de overweight (acima da
média de mercado) e o preço alvo para dezembro de 2011 é de 21 reais.
Minerva (BEEF3) - Ainda que esteja se recuperando de seu ciclo de
conversão de caixa e que tenha aumentado sua capacidade de operação, a
Minerva é a aposta mais arriscada do setor neste momento. "A Minerva
continua atrás de seus pares em termos de diversificação de proteínas,
crescimento internacional e parâmetros de alavancagem", avaliam os
analistas. Como vantagem, a companhia apresenta pressões limitadas dos
preços de grãos ao produzir basicamente carne bovina. A recomendação
para os papéis é neutra e o preço alvo para dezembro de 2011 é 7,80
reais.