quarta-feira, 26 de março de 2008

Brasil está 'em perspectiva' para receber título de grau de investimento, diz Tesouro

Por: Conrado Mazzoni Cruz

Bem posicionado para receber o título de grau de investimento. Esse é o diagnóstico do Tesouro Nacional quando o assunto é a classificação do crédito soberano do Brasil. A redução da vulnerabilidade externa coloca o País "em perspectiva" para integrar o seleto grupo, avalia a instituição em informe nesta terça-feira (11).

Virar credor externo pela primeira vez na história, segundo o Banco Central, escancara a evolução significativa da posição global brasileira nos últimos anos. Tendo o dinamismo do setor exportador e o acúmulo de reservas internacionais contribuído para proteger o país das volatilidades do mercado externo.

"Notadamente, pode-se constatar que o Brasil foi pouco afetado na crise da bolsa chinesa de 2007 e tem se saído bem durante a crise dos mercados subprime nos EUA, o que pode ser traduzido em uma menor variação no valor de mercado dos ativos brasileiros no exterior", destaca o Tesouro Nacional.

Sinais sólidos
O documento da entidade pede atenção à relação dívida externa/PIB (Produto Interno Bruto). Este indicador caiu de 41,8% ao final de 2002, para 14,9% em janeiro deste ano. A tendência é reflexo do crescimento robusto da economia associado à postura adotada pelo setor público de resgate externo líquido de reservas.

No comparativo internacional, os indicadores de solvência revelam que o País está próximo das medianas das nações classificadas com investment grade. A dívida externa líquida de 117% das receitas de conta corrente em 2004 deve rumar para -6,5% neste ano, de acordo com projeções. Patamar superior à mediana de 12% dos países detentores do selo.

A confiança do investidor estrangeiro é outro ponto importante para sinalizar o quadro otimista. Variável que também alcançou patamar inédito. "O investimento estrangeiro líquido elevou-se para um nível superior ao obtido em função da entrada de divisas para as privatizações ocorridas no final dos anos 90", lembra o Tesouro.