Por: Flávia Furlan NunesSe, no passado, os homens saíam de casa para trabalhar e as mulheres ficavam responsáveis pelos assuntos domésticos, hoje esse cenário já está mudando. A participação feminina no mercado de trabalho cresce a cada dia, bem como a importância delas para o pagamento das contas dentro de casa.
Da população economicamente ativa, medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), elas representavam 40% em 2004, ante 35,1% em 2001. Com esse crescimento em participação, elas ficaram mais responsáveis pelo orçamento doméstico: entre 57,463 milhões de famílias estudadas, 18,5 milhões tinham as mulheres como "chefe" em 2006.
Dez anos antes, porém, esse número era de 10,3 milhões de mulheres, o que aponta um aumento de 79,6%. Os dados são de pesquisa realizada pelo Itaú e divulgada nesta quinta-feira (6).
Finanças x casamento
O levantamento mostra que 73% dos pedidos de separação litigiosa, aquela em que não há consenso entre as partes, têm a iniciativa da mulher. De acordo com o diretor superintendente do Itaú Seguros e Itaú Vida e Previdência, Osvaldo do Nascimento, são elas que pedem para separar e, há alguns anos, isso não era visto.
"Isso decorre de uma maior presença das mulheres no mercado de trabalho e de uma maior independência financeira", afirmou. Com isso, no entanto, aumenta a responsabilidade quanto ao sustento dos filhos.
A participação das esposas no mercado de trabalho também aumentou nos últimos anos: de 20% em 1980 para 56% em 2002, segundo dados da Fundação Carlos Chagas. "Marido e mulher fora de casa gera emprego para pessoas ficarem na casa, pintores, arrumadeira, eletricista. É uma nova dinâmica da economia".
Mulheres
Elas já representavam 50,31% da população nos anos de 1980 e passaram a ter participação de 50,78% na população brasileira em 2000.
Além de maior quantidade, elas possuem uma maior expectativa de vida: era de 69,8 anos em 1991 e passou para 75,5 anos em 2004. Entre os homens, a expectativa foi de 62,2 anos para 67,9 anos no período analisado.