Por: Flávia Furlan Nunes
No dia 30 de abril, a agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou o rating do Brasil para grau de investimento. No final do mês seguinte, em 29 de maio, foi a vez da Fitch Ratings aumentar o rating do País para a mesma classificação.
As conseqüências dessas medidas poderão ser sentidas no bolso do consumidor brasileiro, que contará com mais crédito, emprego e renda, além de um possível recuo da inflação, que tem voltado à tona.
Impacto no crédito
De acordo com o gerente do departamento de economia da Fiesp/Ciesp, André Rebelo, com a nova nota, o País deixa de ser arriscado e se credencia para receber recursos externos. Parte destes investimentos, por sua vez, vão para o sistema financeiro e acabam por cair nas mãos do cidadão comum.
"Tudo o que depender de crédito ficará mais fácil, para conseguir a casa própria ou comprar um carro, por exemplo. Bens de consumo duráveis e de maior valor agregado serão mais fáceis de ser obtidos, porque o volume de recursos para financiamento tende a aumentar", explicou Rebelo.
Para o sócio do Di Biasi Auditores Independentes, Enio Di Biasi, apesar do aumento do volume de crédito, não é possível dizer que o custo da tomada de empréstimo irá diminuir. "Eu creio que aumentar o rating do Brasil impacta é na oferta de crédito".
Menor inflação, mais emprego...
Outro efeito da elevação do rating do Brasil é o investimento direto em produção. Com mais recursos, aumentará a oferta de produtos e serviços. "Assim, existe um menor risco de inflação", afirmou Biasi, se referindo ao fato de a maior produção refletir num equilíbrio de oferta e demanda.
Um outro efeito positivo é o aumento do emprego, já que os setores produtivos poderão receber mais investimentos e, conseqüentemente, contratarão mais força de trabalho. "Vira aquele ciclo virtuoso do aumento da produção, da oferta de emprego, do salário e do consumo".
Médio e longo prazos
É importante ressaltar, porém, que os efeitos positivos para o cidadão demandam tempo. De acordo com Biasi, a entrada de investimentos externos do Brasil deve começar a acontecer em aproximadamente seis meses, ou no final deste ano, considerado médio prazo. Até que os efeitos sejam sentidos pelos cidadãos, pode-se levar em conta um longo prazo.
Entraves
Apesar de a elevação do rating do Brasil, é preciso analisar a realidade do País para afirmar que o cidadão comum realmente será beneficiado. De acordo com Biasi, um primeiro ponto que pode ser considerado entrave aos efeitos positivos do grau de classificação é a falta de infra-estrutura "em estradas, aeroportos e portos", para aumento da produção.
Além disso, o que pode acontecer também, e que já é percebido no País, é uma falta de mão de obra especializada que acompanhe o crescimento da economia. "O Brasil vai crescer, isso é realidade, mas o segredo é estar preparado para isso", diz Biasi.
Uma dica é que o profissional se especialize. "Posso citar já três áreas que estão com falta de profissionais: petroquímica, tecnologia e mineração", finaliza.
No dia 30 de abril, a agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou o rating do Brasil para grau de investimento. No final do mês seguinte, em 29 de maio, foi a vez da Fitch Ratings aumentar o rating do País para a mesma classificação.
As conseqüências dessas medidas poderão ser sentidas no bolso do consumidor brasileiro, que contará com mais crédito, emprego e renda, além de um possível recuo da inflação, que tem voltado à tona.
Impacto no crédito
De acordo com o gerente do departamento de economia da Fiesp/Ciesp, André Rebelo, com a nova nota, o País deixa de ser arriscado e se credencia para receber recursos externos. Parte destes investimentos, por sua vez, vão para o sistema financeiro e acabam por cair nas mãos do cidadão comum.
"Tudo o que depender de crédito ficará mais fácil, para conseguir a casa própria ou comprar um carro, por exemplo. Bens de consumo duráveis e de maior valor agregado serão mais fáceis de ser obtidos, porque o volume de recursos para financiamento tende a aumentar", explicou Rebelo.
Para o sócio do Di Biasi Auditores Independentes, Enio Di Biasi, apesar do aumento do volume de crédito, não é possível dizer que o custo da tomada de empréstimo irá diminuir. "Eu creio que aumentar o rating do Brasil impacta é na oferta de crédito".
Menor inflação, mais emprego...
Outro efeito da elevação do rating do Brasil é o investimento direto em produção. Com mais recursos, aumentará a oferta de produtos e serviços. "Assim, existe um menor risco de inflação", afirmou Biasi, se referindo ao fato de a maior produção refletir num equilíbrio de oferta e demanda.
Um outro efeito positivo é o aumento do emprego, já que os setores produtivos poderão receber mais investimentos e, conseqüentemente, contratarão mais força de trabalho. "Vira aquele ciclo virtuoso do aumento da produção, da oferta de emprego, do salário e do consumo".
Médio e longo prazos
É importante ressaltar, porém, que os efeitos positivos para o cidadão demandam tempo. De acordo com Biasi, a entrada de investimentos externos do Brasil deve começar a acontecer em aproximadamente seis meses, ou no final deste ano, considerado médio prazo. Até que os efeitos sejam sentidos pelos cidadãos, pode-se levar em conta um longo prazo.
Entraves
Apesar de a elevação do rating do Brasil, é preciso analisar a realidade do País para afirmar que o cidadão comum realmente será beneficiado. De acordo com Biasi, um primeiro ponto que pode ser considerado entrave aos efeitos positivos do grau de classificação é a falta de infra-estrutura "em estradas, aeroportos e portos", para aumento da produção.
Além disso, o que pode acontecer também, e que já é percebido no País, é uma falta de mão de obra especializada que acompanhe o crescimento da economia. "O Brasil vai crescer, isso é realidade, mas o segredo é estar preparado para isso", diz Biasi.
Uma dica é que o profissional se especialize. "Posso citar já três áreas que estão com falta de profissionais: petroquímica, tecnologia e mineração", finaliza.