Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
Na última terça-feira (3), uma declaração do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, indicou aos mercados que o ciclo de reduções no juro básico norte-americano provavelmente chegou ao fim, sugerindo a entrada de um período de manutenção na taxa.
Mas a tarde desta quarta-feira pôs em xeque esta impressão. Bernanke voltou a falar e confirmar as perspectivas de final do período de cortes na Fed Funds Rate, mas diferentemente da "manutenção", desta vez suas palavras sugeriram que a próxima reunião, agendada para os dias 24 e 25 de junho, pode marcar um aumento no juro básico do país.
Esta possibilidade veio de acordo com o tom do discurso do chairman na Universidade de Harvard. Em diversos pontos da apresentação, Bernanke salientou a ameaça do avanço inflacionário, chegando a afirmar que as expectativas quanto ao índice de preços ao consumidor "cheio" figura em nível "significativamente mais alto do que gostaríamos".
Mesmo com esta consideração, o presidente do Fed minimizou as comparações entre o período atual da economia norte-americana e a crise do petróleo da década de 1970. Apesar da afirmação impactante acerca das expectativas inflacionárias, Bernanke ressaltou que "os patamares atuais ainda são bem inferiores aos de 'dois dígitos' verificados nos anos 70".
Vale lembrar que a última divulgação do CPI trouxe evolução de 3,9% nos preços no acumulado do ano até abril.
Atuar sobre a inflação ou sobre o crescimento?
As apostas do mercado quanto ao futuro do juro básico norte-americano passam por um caráter desafiador. Ao passo que a inflação preocupa, o que sugere aperto monetário, o enfraquecimento da atividade econômica parece pedir afrouxo.
Mas um trecho da declaração de Bernanke desta quarta-feira também pesa sobre as apostas de uma tendência ascendente da taxa básica de juro. Segundo o chairman, a política monetária hoje está comprometida com a estabilização dos preços, afirmação também traçada como comparativo ao cenário da década de 1970.
Ainda longe da crise do petróleo
A preocupação inflacionária vem em meio a um ambiente de disparada do preço do petróleo e crise dos alimentos. O discurso passou por estes temas, considerando os problemas séria ameaça para a economia norte-americana.
A temática da apresentação de Bernanke foi embasada nas semelhanças do período atual com a crise dos anos 70. O cenário de enfraquecimento econômico aliado a avanço dos preços trouxe de volta à tona o termo da "estagflação", surgida naquela época.
O saldo das declarações de Bernanke, porém, trouxe maiores diferenças que similaridades com tal período.
Na última terça-feira (3), uma declaração do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, indicou aos mercados que o ciclo de reduções no juro básico norte-americano provavelmente chegou ao fim, sugerindo a entrada de um período de manutenção na taxa.
Mas a tarde desta quarta-feira pôs em xeque esta impressão. Bernanke voltou a falar e confirmar as perspectivas de final do período de cortes na Fed Funds Rate, mas diferentemente da "manutenção", desta vez suas palavras sugeriram que a próxima reunião, agendada para os dias 24 e 25 de junho, pode marcar um aumento no juro básico do país.
Esta possibilidade veio de acordo com o tom do discurso do chairman na Universidade de Harvard. Em diversos pontos da apresentação, Bernanke salientou a ameaça do avanço inflacionário, chegando a afirmar que as expectativas quanto ao índice de preços ao consumidor "cheio" figura em nível "significativamente mais alto do que gostaríamos".
Mesmo com esta consideração, o presidente do Fed minimizou as comparações entre o período atual da economia norte-americana e a crise do petróleo da década de 1970. Apesar da afirmação impactante acerca das expectativas inflacionárias, Bernanke ressaltou que "os patamares atuais ainda são bem inferiores aos de 'dois dígitos' verificados nos anos 70".
Vale lembrar que a última divulgação do CPI trouxe evolução de 3,9% nos preços no acumulado do ano até abril.
Atuar sobre a inflação ou sobre o crescimento?
As apostas do mercado quanto ao futuro do juro básico norte-americano passam por um caráter desafiador. Ao passo que a inflação preocupa, o que sugere aperto monetário, o enfraquecimento da atividade econômica parece pedir afrouxo.
Mas um trecho da declaração de Bernanke desta quarta-feira também pesa sobre as apostas de uma tendência ascendente da taxa básica de juro. Segundo o chairman, a política monetária hoje está comprometida com a estabilização dos preços, afirmação também traçada como comparativo ao cenário da década de 1970.
Ainda longe da crise do petróleo
A preocupação inflacionária vem em meio a um ambiente de disparada do preço do petróleo e crise dos alimentos. O discurso passou por estes temas, considerando os problemas séria ameaça para a economia norte-americana.
A temática da apresentação de Bernanke foi embasada nas semelhanças do período atual com a crise dos anos 70. O cenário de enfraquecimento econômico aliado a avanço dos preços trouxe de volta à tona o termo da "estagflação", surgida naquela época.
O saldo das declarações de Bernanke, porém, trouxe maiores diferenças que similaridades com tal período.
