Por: Camila da Rocha Mendes
Na véspera da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que começa nesta terça-feira (3) e termina um dia depois, gestores de fundos de investimentos consultados avaliam qual a melhor aplicação entre os tipos de fundos que aplicam em ativos influenciados pela meta de juro.
Diante de uma inflação que não dá trégua, o mercado aposta em uma elevação de ao menos 50 pontos-base na Selic - atualmente em 11,75% ao ano - no encontro desta semana. O aperto monetário total deve levar a taxa ao final de 2008 a 13,75% ao ano, segundo apontam as estimativas compiladas pelo boletim Focus divulgado nesta manhã pelo Banco Central.
DI x renda fixa
Os fundos de renda fixa tradicional têm exposição a títulos do governo pré-fixados, mas também podem investir em notas do Tesouro vinculadas aos índices de inflação. Já os fundos referenciados em DI oscilam conforme a variação do CDI/Selic.
"Entre renda fixa e DI, eu sempre prefiro o segundo, porque ele é pós-fixado e não importa a oscilação dos juros, o ganho é sempre a Selic", compara Marcelo Pereira, sócio da Tag Investimentos e responsável pela área estratégica da instituição.
"Muita gente pensa que a renda fixa é segura, mas se a curva de juro se altera, o ganho pode ser negativo. Se o cliente quer um investimento seguro, de longo ou curto prazo, o fundo de DI é mais indicado. Tanto para o pequeno quanto para o grande investidor", recomenda Pereira.
Contudo, o gestor ressalta que prefere indicar aos seus clientes os fundos multimercados sem alavancagem, com pouca concentração em ações, pois "nessa categoria existe liberdade para operar em todos os mercados, conforme cada um se apresente mais ou menos atrativo", justifica.
Apesar de preferir os fundos multimercados, Pereira conta que nos últimos meses, quando o ambiente financeiro esteve abalado por incertezas, boa parte dos recursos que a Tag Investimentos geria foi realocada para fundos DI.
Duplo investment grade
Carlos Cintra, gerente de renda fixa do Banco Prosper, avalia que os fundos referenciados em DI têm menor risco, mas o ganho depende da amplitude do ajuste que o BC irá promover na próxima reunião. "Porém, o mercado de juro está muito volátil diante da variação da inflação e do risco", contrapõe.
Se os contratos futuros de juro estiverem projetando mais de 300 pontos-base de ajuste total na Selic, já incluindo o ocorrido em abril, Cintra recomenda o investimento pré-fixado, pois "aparentemente, hoje, os juros futuros estão acima do que o mercado aposta para a Selic", explica. "Se a projeção apontar ajuste na Selic menor que 200 pontos, é mais interessante se expor ao pós-fixado", defende Cintra.
"Para o pequeno investidor, independente do que vai acontecer, aplicar num prazo de 12 meses num País com duplo investment grade, a juros que podem chegar a 14% ao ano, é vantajoso. A renda fixa atualmente é melhor, pois ela garante essa taxa de rentabilidade e, dificilmente, o País continuará pagando esse juro no futuro", conclui Cintra.
Na véspera da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que começa nesta terça-feira (3) e termina um dia depois, gestores de fundos de investimentos consultados avaliam qual a melhor aplicação entre os tipos de fundos que aplicam em ativos influenciados pela meta de juro.
Diante de uma inflação que não dá trégua, o mercado aposta em uma elevação de ao menos 50 pontos-base na Selic - atualmente em 11,75% ao ano - no encontro desta semana. O aperto monetário total deve levar a taxa ao final de 2008 a 13,75% ao ano, segundo apontam as estimativas compiladas pelo boletim Focus divulgado nesta manhã pelo Banco Central.
DI x renda fixa
Os fundos de renda fixa tradicional têm exposição a títulos do governo pré-fixados, mas também podem investir em notas do Tesouro vinculadas aos índices de inflação. Já os fundos referenciados em DI oscilam conforme a variação do CDI/Selic.
"Entre renda fixa e DI, eu sempre prefiro o segundo, porque ele é pós-fixado e não importa a oscilação dos juros, o ganho é sempre a Selic", compara Marcelo Pereira, sócio da Tag Investimentos e responsável pela área estratégica da instituição.
"Muita gente pensa que a renda fixa é segura, mas se a curva de juro se altera, o ganho pode ser negativo. Se o cliente quer um investimento seguro, de longo ou curto prazo, o fundo de DI é mais indicado. Tanto para o pequeno quanto para o grande investidor", recomenda Pereira.
Contudo, o gestor ressalta que prefere indicar aos seus clientes os fundos multimercados sem alavancagem, com pouca concentração em ações, pois "nessa categoria existe liberdade para operar em todos os mercados, conforme cada um se apresente mais ou menos atrativo", justifica.
Apesar de preferir os fundos multimercados, Pereira conta que nos últimos meses, quando o ambiente financeiro esteve abalado por incertezas, boa parte dos recursos que a Tag Investimentos geria foi realocada para fundos DI.
Duplo investment grade
Carlos Cintra, gerente de renda fixa do Banco Prosper, avalia que os fundos referenciados em DI têm menor risco, mas o ganho depende da amplitude do ajuste que o BC irá promover na próxima reunião. "Porém, o mercado de juro está muito volátil diante da variação da inflação e do risco", contrapõe.
Se os contratos futuros de juro estiverem projetando mais de 300 pontos-base de ajuste total na Selic, já incluindo o ocorrido em abril, Cintra recomenda o investimento pré-fixado, pois "aparentemente, hoje, os juros futuros estão acima do que o mercado aposta para a Selic", explica. "Se a projeção apontar ajuste na Selic menor que 200 pontos, é mais interessante se expor ao pós-fixado", defende Cintra.
"Para o pequeno investidor, independente do que vai acontecer, aplicar num prazo de 12 meses num País com duplo investment grade, a juros que podem chegar a 14% ao ano, é vantajoso. A renda fixa atualmente é melhor, pois ela garante essa taxa de rentabilidade e, dificilmente, o País continuará pagando esse juro no futuro", conclui Cintra.