quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Crise ainda preocupa Merrill Lynch, que recomenda cautela aos investidores

Por: Gabriel Ignatti Casonato

O cenário descrito pela Merrill Lynch para o setor financeiro norte-americano mudou consideravelmente ao longo dos últimos dois anos. Se antes o banco de investimentos chamava a atenção para os fortes resultados das principais instituições financeiras do país, hoje são os impactos da crise que ficam em evidência.

A temporada de divulgação dos balanços dos grandes bancos dos EUA até trouxe um certo alívio às recentes referências negativas sobre o segmento, na medida em que a maioria dos números vieram acima do esperado. Contudo, ainda foi pouco para aliviar os temores dos analistas.

Para a equipe da Merrill Lynch, a grande amplitude do colapso do subprime sugere que a crise ainda está longe de terminar. Para exemplificar a proporção do alcance, a instituição vai até a Ásia, onde um dos maiores bancos do continente anunciou recentemente severas perdas em função de sua exposição aos títulos lastreados no mercado de hipotecas.

Com tal consideração, a perspectiva de médio e longo prazo do banco para os mercados ao redor do globo não poderia deixar de ser pessimista, ainda mais baseando-se na visão de que a economia norte-americana já está vivenciando uma recessão.

Cautela e postura defensiva
Dentro deste preocupante contexto, a recomendação da Merrill Lynch é de cautela. Para a instituição, uma eventual recuperação só irá ocorrer assim que o cenário se estabilizar e os fundamentos voltarem a predominar sobre os negócios.

Desta forma, os analistas privilegiam a aplicação de investimentos em empresas que possuam um sólido histórico de resultados, bom fluxo de caixa e margens em expansão, recomendando, nas bolsas norte-americanas, os setores de saúde, tecnologia e consumo de bens não-duráveis, considerados mais defensivos.