Por: Tabata Pitol Peres
Os dados referentes ao crédito no mês de janeiro, divulgados nesta quinta-feira (26) com a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, mostram que as medidas adotadas pelo governo brasileiro no final de 2008 para destravar o crédito tiveram um efeito positivo. A afirmação é do economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges.
"No final do ano passado, o crédito travou e isso fez a economia dar uma freada. Mas, hoje, tivemos bons indicativos de que a situação já está bem melhor. Considerando os números de hoje, eu acredito que seja um sinal de que a recuperação da economia brasileira possa acontecer já no começo deste ano e não ficar para o segundo semestre, como apontam os cenários mais pessimistas".
Spread
Para Borges, a redução do spread bancário - diferença entre os juros cobrados nos empréstimos à pessoa física e aqueles pagos nas aplicações financeiras - que passou de 3,16% em dezembro para 3,06% ao mês, é um dos sinais mais claros do sucesso das medidas adotadas.
"Esse é um dado importante, porque o spread influencia diretamente a taxa média de juro cobrada nas operações de crédito ao consumidor. Que a redução é um bom sinal, não há dúvidas, mas é preciso perceber que, mesmo com o recuo, os spreads continuam em níveis bastante elevados, bem acima do que estavam antes do agravamento da crise".
Para o economista, isso acontece, em grande parte, por causa da inadimplência. "A inadimplência de pessoa física está crescendo. Hoje mesmo, a Nota mostrou que em janeiro a inadimplência cresceu 0,8 p.p., e no cálculo do spread, está tanto a inadimplência passada, quanto a inadimplência futura, por isso os bancos ainda o mantém bastante elevado".
Juros
Sobre as taxas de juros cobradas no cheque especial, que apresentaram recuo de nove pontos-base frente a dezembro de 2008, embora seja as maiores desde julho de 2003, e no crédito consignado, Borges também vê os dados com otimismo.
"Esse recuo [no cheque especial] reflete a queda no custo de captação dos bancos, que caiu bastante. Óbvio que os bancos estão sendo bastante cautelosos em repassar essa queda do custo de captação com alguma cautela, principalmente porque a inadimplência está crescendo e a tendência é de alta para os próximos meses". E completa: "mas, mesmo com essa cautela, eu acredito que esse tipo de juros vai continuar caindo nos próximos meses".
Quanto à taxa de juros cobrada pelos bancos nos empréstimos consignados, que permaneceu estável em 2,26% ao mês em janeiro, na comparação com dezembro, o economista conta que não houve queda porque esse tipo de crédito envolve muitos bancos pequenos e médios, que foram os que mais sofreram com a falta de liquidez no ano passado.
"Só o fato de não ter subido, de ter permanecido estável, já é uma vitória, porque muitos bancos médios e pequenos ficaram praticamente sem recursos para emprestar. Conta a favor dessa modalidade de crédito o fato de que a maioria dos empréstimos é feita para aposentados, que recebem recursos do governo, então, a inadimplência é bem menor, o que também serve de argumento para que não haja elevação", explica.
Concessão
Outro destaque da Nota, na opinião de Borges, é o fato de que a média diária de concessões de crédito ao consumidor registrou alta de 3%.
"Esses números mostram que a concessão de crédito praticamente voltou aos níveis registrados em setembro de 2008, depois de terem caído muito em dezembro do ano passado. Isso mostra que o crédito voltou a fluir de maneira mais normal no começo deste ano".
Os dados referentes ao crédito no mês de janeiro, divulgados nesta quinta-feira (26) com a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, mostram que as medidas adotadas pelo governo brasileiro no final de 2008 para destravar o crédito tiveram um efeito positivo. A afirmação é do economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges.
"No final do ano passado, o crédito travou e isso fez a economia dar uma freada. Mas, hoje, tivemos bons indicativos de que a situação já está bem melhor. Considerando os números de hoje, eu acredito que seja um sinal de que a recuperação da economia brasileira possa acontecer já no começo deste ano e não ficar para o segundo semestre, como apontam os cenários mais pessimistas".
Spread
Para Borges, a redução do spread bancário - diferença entre os juros cobrados nos empréstimos à pessoa física e aqueles pagos nas aplicações financeiras - que passou de 3,16% em dezembro para 3,06% ao mês, é um dos sinais mais claros do sucesso das medidas adotadas.
"Esse é um dado importante, porque o spread influencia diretamente a taxa média de juro cobrada nas operações de crédito ao consumidor. Que a redução é um bom sinal, não há dúvidas, mas é preciso perceber que, mesmo com o recuo, os spreads continuam em níveis bastante elevados, bem acima do que estavam antes do agravamento da crise".
Para o economista, isso acontece, em grande parte, por causa da inadimplência. "A inadimplência de pessoa física está crescendo. Hoje mesmo, a Nota mostrou que em janeiro a inadimplência cresceu 0,8 p.p., e no cálculo do spread, está tanto a inadimplência passada, quanto a inadimplência futura, por isso os bancos ainda o mantém bastante elevado".
Juros
Sobre as taxas de juros cobradas no cheque especial, que apresentaram recuo de nove pontos-base frente a dezembro de 2008, embora seja as maiores desde julho de 2003, e no crédito consignado, Borges também vê os dados com otimismo.
"Esse recuo [no cheque especial] reflete a queda no custo de captação dos bancos, que caiu bastante. Óbvio que os bancos estão sendo bastante cautelosos em repassar essa queda do custo de captação com alguma cautela, principalmente porque a inadimplência está crescendo e a tendência é de alta para os próximos meses". E completa: "mas, mesmo com essa cautela, eu acredito que esse tipo de juros vai continuar caindo nos próximos meses".
Quanto à taxa de juros cobrada pelos bancos nos empréstimos consignados, que permaneceu estável em 2,26% ao mês em janeiro, na comparação com dezembro, o economista conta que não houve queda porque esse tipo de crédito envolve muitos bancos pequenos e médios, que foram os que mais sofreram com a falta de liquidez no ano passado.
"Só o fato de não ter subido, de ter permanecido estável, já é uma vitória, porque muitos bancos médios e pequenos ficaram praticamente sem recursos para emprestar. Conta a favor dessa modalidade de crédito o fato de que a maioria dos empréstimos é feita para aposentados, que recebem recursos do governo, então, a inadimplência é bem menor, o que também serve de argumento para que não haja elevação", explica.
Concessão
Outro destaque da Nota, na opinião de Borges, é o fato de que a média diária de concessões de crédito ao consumidor registrou alta de 3%.
"Esses números mostram que a concessão de crédito praticamente voltou aos níveis registrados em setembro de 2008, depois de terem caído muito em dezembro do ano passado. Isso mostra que o crédito voltou a fluir de maneira mais normal no começo deste ano".