segunda-feira, 2 de março de 2009

Confiança dos economistas começa a melhorar no Brasil

Em fevereiro, o Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia (ISE) registrou alta de 1,4% em relação ao mês anterior, passando de 74 pontos para 75,1 pontos. Essa é a segunda alta consecutiva do índice em 2009. Mas apesar da alta mensal, o indicador ainda permanece em um nível considerado pessimista, abaixo dos 100 pontos. O estudo é realizado em parceria pela Fecomercio e pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB).

Segundo a Fecomercio, a alta verificada neste mês pode ser explicada pela melhora das percepções dos economistas quanto ao futuro, com projeções para 12 meses. O índice que mede as expectativas registrou alta de 5,9% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, passando de 94,8 pontos para 100,4 pontos. “Isso aconteceu por causa da queda nos índices de inflação e pelas ações pontuais anunciadas pelo governo no sentido de estimular o consumo”, diz Kelly Carvalho, economista da Fecomercio.

As expectativas para o cenário atual, por sua vez, passaram de 53,3 pontos para 49,8 pontos, ou seja, queda de 6,5%. “Esta queda está relacionada à piora da percepção dos economistas no que diz respeito aos níveis de emprego e salários reais, oferta de crédito, taxa de câmbio, crescimento do PIB e até mesmo ao cenário internacional”, completa Kelly.

Apesar da melhora do índice de expectativas sobre a economia brasileira em fevereiro, a Fecomercio acredita que ainda é cedo para caracterizar uma reversão de tendência do índice. O cenário atual revela que a crise financeira tem se disseminado sobre todos os setores produtivos, gerando cautela entre os agentes envolvidos, que desconhecem a sua real dimensão.

“A confiança dos economistas nos próximos meses estará condicionada, basicamente, à intensidade dos reflexos da crise financeira internacional sobre as variáveis macroeconômicas”, completa a pesquisadora.

O ISE é o mais novo indicador da Fecomercio. Realizado em parceria com a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB) desde junho de 2008, a pesquisa detecta as perspectivas dos economistas em relação às tendências da economia nacional e mundial. Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: percepção presente e expectativas futuras. O ISE varia de 0 (pessimismo total) a 200 (otimismo total).

É realizada mensalmente com cerca de 100 economistas de todo país, por meio de metodologia similar àquela utilizada para a apuração do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Fecomercio.