quinta-feira, 11 de março de 2010

PIB confirma continuidade da retomada econômica no 4º trimestre

Dados divulgados nesta manhã pelo IBGE confirmaram as expectativas em torno de um ritmo forte de crescimento do PIB no 4º trimestre (4T09). Na comparação com trimestre anterior (QoQ), o PIB teve expansão de 2,0%, maior taxa desde o 4T07. Houve também revisão para cima no crescimento 3º trimestre na margem, de 1,3% para 1,7%.

Em relação ao 4T08 (YoY), o PIB cresceu 4,3%, reflexo não apenas da melhora atual, mas também da frágil base de comparação. Com estes números, o PIB de 2009 sofreu uma pequena contração de 0,2%, primeiro resultado anual negativo desde 1991.

A reversão do pessimismo de consumidores e empresários ao longo do ano, captados pelas sondagens e índices de confiança, culminaram com bons números do consumo e da produção industrial, observados principalmente no segundo semestre. Em relação ao consumo, houve forte alta na margem pelo terceiro trimestre consecutivo, o que teve grande importância na retomada da produção industrial e também dos investimentos.

Neste aspecto, deve-se ressaltar a continuidade da recuperação do PIB industrial (+ 4,0% QoQ) e da formação bruta de capital fixo (+ 6,6% QoQ) no 4º trimestre, a despeito da queda registrada no total do ano, de 5,5% e 9,9% respectivamente, reflexo do péssimo desempenho ocorrido no 1º trimestre. São sinais que o setor industrial está em retomada e mais confiante para ampliar a capacidade produtiva, tendência que deverá ser mantida ao longo de 2010.

Se fosse mantido o ritmo de expansão na margem do 4º tri nos 4 trimestres deste ano, o crescimento superaria 8% em 2010. Todavia, é de se esperar uma natural desaceleração, diante de bases de comparação mais elevadas e da gradual diminuição dos estímulos fiscais e monetários concedidos no pós-crise, envolvendo a elevação do superávit primário e um ciclo de aumento da taxa de juros. O consumo também deve se moderar, não apenas pelo aumento dos juros, mas também pelo crescente endividamento das famílias. Neste contexto, esperamos crescimento em torno de 5% para o PIB em 2010.