Por Angelo Pavini
Apesar das incertezas com relação à economia americana e o receio de uma recaída do mundo na recessão - o chamado "double dip" -, o Índice Bovespa deve superar os 80 mil pontos, avalia Pedro Martins, estrategista de renda variável para a América Latina do Bank of America Merrill Lynch. "Estimamos em 81 mil pontos o preço justo para o Ibovespa em 12 meses", diz. Se confirmada a estimativa, o Ibovespa teria espaço para subir 25% nesse período. "É duas vezes a taxa de juros, hoje de 10,75% ao ano."
Para Martins, esse número é justificado pela expectativa de crescimento do lucro das empresas do Ibovespa, de 30% em dólar neste ano e de 20% no ano que vem.
A instabilidade atual das bolsas reflete um processo de reavaliação do crescimento da economia americana, diz Martins. A própria Merrill Lynch revisou o crescimento dos EUA na semana passada, para 2,7% este ano e 2,3% em 2011. Em maio, as previsões eram de 3,2% e 3,3%, respectivamente. Mas não há, portanto, o risco de nova recessão. "Há, porém, uma dicotomia gigantesca entre o crescimento dos países do G3 - Estados Unidos, zona do Euro e Japão - e os emergentes'", afirma Martins.
Enquanto a economia dos emergentes deve crescer na média 6,9% este ano e 6,2% no ano que vem, os Estados Unidos não chegam a 3% ao ano e a zona do euro deve patinar em 1,4% este ano e 1,5% no próximo.
Martins identifica três grandes ondas de preocupação com o crescimento este ano. No primeiro trimestre, o receio era com o crescimento chinês. "Hoje a dúvida é pequena, a China deve crescer 10% este ano e 9% no próximo", afirma Martins. No segundo trimestre, foi o fantasma da crise na Europa. Para a Merrill Lynch, porém, o enfraquecimento do euro ajudou as exportações da Alemanha, o que deve equilibrar a situação na região. "Mas a eurozona cresce menos", diz Martins.
Há dois meses, o foco das atenções foi para os Estados Unidos, pelos dados fracos do mercado imobiliário e de emprego. "Isso derrubou os preços das ações e as taxas de juros, e não se espera que o Fed, o banco central americano, tenha de subir os juros até 2012", diz.
Para Martins, a mensagem final é que o cenário global não é ruim, já que o crescimento continuará, mas o momento é complicado pela revisão do desempenho americano. A taxa de juros baixa no G3 também forçará os gestores desses países a buscarem opções para o dinheiro render, provavelmente depois que o cenário nos EUA ficar mais claro. "E o Brasil se destacará entre os emergentes."
O Bank of America Merrill Lynch ganhou semana passada o prêmio de melhor casa de análise de ações para América Latina da revista "Institucional Investor", empatado com o J.P. Morgan. A equipe de Martins ficou com 14 premiações. "É um reconhecimento importante, pois são votos dos clientes e investidores", afirma Martins, que levou os títulos de segundo melhor estrategista de América Latina e primeiro de Brasil.
O time está otimista no Brasil com os setores de educação e saúde, pelo crescimento do país e o foco do novo governo em ensino, diz Martins. Outro setor é o de bancos, também beneficiado pelo crescimento, e as construtoras.
Apesar das incertezas com relação à economia americana e o receio de uma recaída do mundo na recessão - o chamado "double dip" -, o Índice Bovespa deve superar os 80 mil pontos, avalia Pedro Martins, estrategista de renda variável para a América Latina do Bank of America Merrill Lynch. "Estimamos em 81 mil pontos o preço justo para o Ibovespa em 12 meses", diz. Se confirmada a estimativa, o Ibovespa teria espaço para subir 25% nesse período. "É duas vezes a taxa de juros, hoje de 10,75% ao ano."
Para Martins, esse número é justificado pela expectativa de crescimento do lucro das empresas do Ibovespa, de 30% em dólar neste ano e de 20% no ano que vem.
A instabilidade atual das bolsas reflete um processo de reavaliação do crescimento da economia americana, diz Martins. A própria Merrill Lynch revisou o crescimento dos EUA na semana passada, para 2,7% este ano e 2,3% em 2011. Em maio, as previsões eram de 3,2% e 3,3%, respectivamente. Mas não há, portanto, o risco de nova recessão. "Há, porém, uma dicotomia gigantesca entre o crescimento dos países do G3 - Estados Unidos, zona do Euro e Japão - e os emergentes'", afirma Martins.
Enquanto a economia dos emergentes deve crescer na média 6,9% este ano e 6,2% no ano que vem, os Estados Unidos não chegam a 3% ao ano e a zona do euro deve patinar em 1,4% este ano e 1,5% no próximo.
Martins identifica três grandes ondas de preocupação com o crescimento este ano. No primeiro trimestre, o receio era com o crescimento chinês. "Hoje a dúvida é pequena, a China deve crescer 10% este ano e 9% no próximo", afirma Martins. No segundo trimestre, foi o fantasma da crise na Europa. Para a Merrill Lynch, porém, o enfraquecimento do euro ajudou as exportações da Alemanha, o que deve equilibrar a situação na região. "Mas a eurozona cresce menos", diz Martins.
Há dois meses, o foco das atenções foi para os Estados Unidos, pelos dados fracos do mercado imobiliário e de emprego. "Isso derrubou os preços das ações e as taxas de juros, e não se espera que o Fed, o banco central americano, tenha de subir os juros até 2012", diz.
Para Martins, a mensagem final é que o cenário global não é ruim, já que o crescimento continuará, mas o momento é complicado pela revisão do desempenho americano. A taxa de juros baixa no G3 também forçará os gestores desses países a buscarem opções para o dinheiro render, provavelmente depois que o cenário nos EUA ficar mais claro. "E o Brasil se destacará entre os emergentes."
O Bank of America Merrill Lynch ganhou semana passada o prêmio de melhor casa de análise de ações para América Latina da revista "Institucional Investor", empatado com o J.P. Morgan. A equipe de Martins ficou com 14 premiações. "É um reconhecimento importante, pois são votos dos clientes e investidores", afirma Martins, que levou os títulos de segundo melhor estrategista de América Latina e primeiro de Brasil.
O time está otimista no Brasil com os setores de educação e saúde, pelo crescimento do país e o foco do novo governo em ensino, diz Martins. Outro setor é o de bancos, também beneficiado pelo crescimento, e as construtoras.