quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tensões cambiais inflamam em meio à queda do dólar

Coreia do Sul e Japão já discutiram ferozmente em torno das taxas de câmbio

Queda do dólar está provocando um aumento nas tensões entre os ministros das Finanças de todo o mundo

A disputa entre a Coreia do Sul e o Japão em torno das taxas de câmbio inflamou nesta quinta-feira, destacando as tensões geradas pela perspectiva de que Washington aumente a impressão de dólares para tentar ajudar a economia norte-americana.

A Coreia do Sul reclamou para o Japão após Tóquio questionar a líderança do país no fórum do G20 por causa da intervenção repetida de Seul para controlar a valorização do won, de acordo com a mídia estatal.

O embate é vergonhoso para a Coreia do Sul antes da reunião dos ministros das Finanças do G20, que acontece em 11 e 12 de novembro na capital do país.

"É inapropriado falar unilateralmente sobre a política cambial de determinado país", disse o presidente do Banco da Coreia, Kim Choong-soo, a jornalistas.

A Coreia do Sul ficou irritada com os comentários diretos feitos pelo ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda. O ministro afirmou que países emergentes com superávits em conta corrente deveriam permitir uma flexibilidade maior nas suas moedas.

"Na Coreia do Sul, a intervenção acontece regularmente, e na China, o ritmo da reforma do iuan tem sido lento", disse Noda.

O próximo foco será na sexta-feira, quando o Departamento do Tesouro dos EUA deve fazer a decisão semestral de taxar ou não a China de "manipuladora cambial".

O relatório costuma ser adiado, mas uma autoridade da indústria em Washington disse que seu grupo havia sido informado por um membro do governo de que o prazo de 15 de outubro seria cumprido.