terça-feira, 30 de novembro de 2010

Com cenário favorável, risco para o Brasil é arrogância, diz Société Générale

Enquanto os países considerados desenvolvidos estão no foco da crise financeira, a grande entrada de capital continuará a impulsionar as economias emergentes, mas a complacência e um mau gerenciamento das políticas são os riscos econômicos a serem enfrentados pelo Brasil, aponta relatório do Société Générale.

Este dinheiro entrante no país corre o risco de ser mal alocado, já que, ao mesmo tempo em que a demanda por ativos de mercados emergentes cresce, também se eleva o risco de complacência dos formuladores de política, que podem levar a um grande desequilíbrio no longo prazo, indica Alejandro Cuadrado.

No entanto, até agora, afirma Cuadrado, a sinalização do governo é positiva, fato que pode ser reforçado pela confirmação de nomes conhecidos como formuladores de políticas para o novo gabinete, como Antonio Palocci. Mas são necessárias ações mais determinadas, apontou o analista do banco francês.

Real e juros
Já quando se olha para frente, o Banco Central estará em foco, uma vez que aumentam os debates sobre a valorização do real e sobre as taxas de juros – o governo pressiona por uma moeda local mais fraca e juros mais baixos, cuja intervenção já levou a um aumento da arrecadação de impostos e da volatilidade, afirma Cuadrado.

Além disso, outros pontos de destaque são quanto à necessidade de uma redução dos gastos públicos, apontado como o principal meio de controlar a inflação e as taxas de juros. A autonomia na formulação da política monetária também está em jogo, com a preservação  da credibilidade do Banco Central.