quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Petrobras quer acabar com importações de óleo e derivados em 2014

Rafael Rosas | Valor

A Petrobras espera acabar com as importações de petróleo e derivados a partir de 2014. A expectativa é do diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, para quem o início do refino do petróleo do pré-sal vai acabar com a necessidade de compras externas para mistura com o óleo pesado brasileiro antes do refino.

Segundo ele, as importações poderão se tornar desnecessárias caso a estatal tenha sucesso com os testes para produção de lubrificantes a partir do óleo produzido em Tupi, na bacia de Santos.

Em relação aos derivados, Costa ressaltou que, caso a economia brasileira cresça na média verificada nos últimos cinco anos e o crescimento do mercado continuar seguindo a tendência de ficar abaixo do avanço do Produto Interno Bruto (PIB), o país deverá se tornar autossuficiente em até quatro anos.

"Com as novas refinarias, o plano é tornar o país autossuficiente em derivados em 2013 ou 2014", explicou Costa, acrescentando que em 2014 a empresa poderá exportar cerca de 800 mil barris de petróleo por dia. "E essa estimativa não considera a produção das áreas incluídas na cessão onerosa", destacou.

O diretor lembrou que o crescimento do mercado de derivados em 2010 está acima do avanço do PIB do país. De acordo com Costa, o mercado de gasolina subiu 18% entre janeiro e setembro deste ano, na comparação com igual período de 2009, enquanto a demanda por querosene de aviação cresceu 15% e o mercado de diesel avançou 10%.

"É um crescimento extraordinariamente alto. A base estava deprimida, mas há uma classe que não participava da economia e que agora tem acesso ao mercado", ponderou Costa.

Para ele, caso o comportamento do mercado em 2010 continue nos próximos anos, a construção das novas refinarias previstas no plano de negócios 2010-2014 poderá não ser suficiente para garantir o abastecimento de derivados no mercado nacional em 2020 e a projeção de exportação de derivados a partir de 2014 poderá não se concretizar.

Apesar dessa possibilidade, Costa foi enfático ao negar qualquer estudo sobre a construção de novas refinarias além das previstas no plano de negócios. "Não estamos estudando nenhuma nova refinaria", frisou.