quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Siderúrgicas podem reavaliar investimentos diante de importações

Rafael Rosas | Valor

O crescimento das importações de aço pode levar a uma reavaliação de investimentos no setor siderúrgico brasileiro.

O principal risco está, segundo avaliação do Instituto Aço Brasil (IABr), em projetos ainda em estudo que poderiam ser implantados entre 2013 e 2016, acrescentando 21 milhões de toneladas na capacidade nacional de produção, a um custo de US$ 22,5 bilhões.

O presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que o atual momento estimula um "processo de reflexão" por parte das companhias que têm investimentos programados.

"O que está em andamento não tem retorno. Com relação aos demais, tenho a sensação de que as empresas vão esperar mais um pouco", disse Lopes, que ressaltou o atual excedente global de capacidade de produção de 550 milhões de toneladas anuais em relação à demanda.

O executivo frisou que as projeções do instituto apontam para investimentos totais de US$ 39,8 bilhões até 2016 para expansão da capacidade nacional de produção, que vai fechar 2010 em 42 milhões de toneladas. Caso todos os projetos listados pelo IABr se concretizem, haverá um incremento de 35 milhões de toneladas em 2016.

Lopes lembrou que as companhias atualmente instaladas no país preveem um crescimento de 7 milhões de toneladas na produção até 2014, com investimentos de US$ 8,4 bilhões. Essa fatia, juntamente cm outros US$ 8,9 bilhões e mais 7 milhões de toneladas de novas companhias que virão para o país garantem US$ 17,3 bilhões em investimentos e 14 milhões de toneladas em aumento de capacidade. A maior incerteza fica com os projetos ainda em estudo.

O presidente do IABr citou os projetos da Vale como exemplos de usinas em estudo e frisou que um empreendimento como o da Vallourec em parceria com a Sumitomo, em Minas Gerais, para a produção de 1 milhão de toneladas por ano a partir de 2011 dificilmente deixará de ficar pronto.

"Os projetos são reavaliados porque não começaram e por isso são constantemente reavaliados", disse o presidente do conselho diretor do IABr, André Gerdau Johannpeter.