segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Analistas: BC não precisará aumentar juro básico neste ano

Sílvio Guedes Crespo

Brasil e China, dois dos mais importantes países emergentes, resolveram, no mesmo dia, tomar medidas que retiram dinheiro da economia.

O Banco Central do Brasil, decidiu elevar o depósito compulsório (entenda) e, com isso, retirar R$ 61 bilhões de circulação, o que, segundo analistas, ajudará a reduzir o aquecimento da economia e diminuir também a necessidade de o colegiado da instituição aumentar a taxa básica de juros em dezembro.

“Nós temos uma demanda doméstica muito aquecida, e isso tem a ver com os empréstimos bancários. O crédito para o consumidor está forte demais e está crescendo rapidamente e sem sinais de desaceleração”, afirmou Zeina Latif, da RBS Securitis, à mesma agência.

“Há uma chance maior de que o aumento da taxa de juros não ocorra em dezembro. [Se ocorrer], o aumento deve ser menor [do que se esperava antes da decisão do BC]”, disse à agência Bloomberg a economista Marina Santos, da Squanto Investimentos.

Isso não quer dizer que os juros ao consumidor ficarão baixos.  Ao contrário. Quando o governo retira dinheiro dos bancos, sobram menos recursos para serem emprestados às pessoas físicas e às empresas, o que pode levar as instituições financeiras a elevar os juros.

Em poucas palavras: o BC tira dinheiro dos bancos, e os bancos passam a cobrar mais para emprestar ao público em geral. É justamente por forçar a alta dos juros ao consumidor que essa decisão reduz a pressão para que o colegiado eleve o juro básico.

China

O Comitê Central do Escritório Político do Partido Comunista da China decidiu mudar a política monetária no ano que vem, passando de uma postura “relativamente frouxa” para uma mais “prudente”, nas palavras da agência Xinhua, órgão oficial de notícias do país asiático. O objetivo é conter a alta da inflação e manter o crescimento da economia em um ritmo sustentável.