terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Bovespa deve chegar a 85 mil pontos em 2011, diz HSBC

MARINA PITA


A bolsa de valores brasileira deve ter um bom ano em 2011 e será uma boa alternativa de investimento, devendo alcançar o patamar de 85 mil pontos até o final do próximo ano, segundo avaliação de Mario Felizberto, diretor de investimento da HSBC Global Asset Management.

A capitalização da Petrobras e desconfiança em relação à mudança do governo federal afetaram a rentabilidade das aplicações na Bovespa em 2010, segundo ele, mas estes fatores devem desaparecer no ano que vem.

"Em 2010, o retorno não foi bom, mas tudo indica uma melhora. O risco Brasil caiu 26 pontos este ano. A taxa de lucro por ação das empresas ficou em 40%, acima de da média chinesa (13,4%) e americana (9,8%). Quase não dá para explicar um retorno tão baixo", afirma Felizberto.

Para ele, os investidores internacionais continuarão a apostar no mercado brasileiro, que apesar de medidas administrativas do governo para frear o capital especulativo como a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para 6%, se apresenta como uma ótima opção.

A aposta do HSBC Asset Management para a Bolsa em 2011 são as empresas ligadas à mineração, siderúrgica e petróleo, incluindo a Petrobras, que deve ter valorização. "O preço dessas commodities já teve recuperação no cenário internacional, mas isso ainda não se refletiu no preço dos papéis", diz o diretor de investimento.

Já os setores ligados à economia doméstica, que tiveram melhor desempenho em 2010, estão muito caros e não devem estar entre as melhores oportundiades de rendimento, explica Felizberto.

Melhores opções de investimento
Diante da tendência de queda da taxa de juros no longo prazo, a rentabilidade da renda fixa deve cair. Assim, os investimentos em renda variável devem se tornar mais atrativos no Brasil, segundo avaliação do diretor do HSBC Global Asset Management.

A tendência é que os fundos de crédito privado como debêntures e Certificados de Depósito Interbancário (CDIs) passem a ser mais interessantes. Os fundos multimercado também estão bem cotados, segundo Felizberto, apesar de não ter sido uma das melhores opções em 2010. "O investidor está olhando com carinho e devemos observar alta dos aportes nos multimercados", garante.

A rentabilidade da Bovespa no longo prazo também deve passar a ser maior do que a de títulos públicos, por exemplo. A expectativa dos economistas do HSBC é de que a Bovespa tenha valorização de 9,5% acima da inflação no longo prazo (próximos 20 anos), se a taxa de juro continuar caindo.

Entre as opções na própria Bovespa, o investimento em Small Caps, empresas de pequeno porte, deve crescer. "Em 2009 o desempenho foi o melhor da Bovespa. Este ano, a coisa se repete. Esta claro que essas empresas podem trazer retorno maior", diz Felizberto.

Câmbio e BC
Ainda há espaço para valorização da moeda brasileira, aposta o HSBC Asset Management. De acordo com Felizberto, os investidores estrangeiros, em especial os asiáticos, fizeram as contas depois da elevação do IOF e perceberam que alocar recursos no País ainda vale a pena.

A tendência de entrada de capital estrangeiro no curto prazo ainda deve ser reforçada pela quase certa alta de juros em 2011. "o governo sinalizou que fará ajustes ficais, mas não serão suficientes para conter a inflação sem elevação de juros", avalia Felizberto.

O HSBC Asset Management aposta na elevação de 2 pontos na taxa básica de juros (Selic). A tendência de alta deve ter início em janeiro e ser de meio ponto durante quatro reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).