quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

"Emergentes irão brilhar em 2011", diz UBS, sugerindo exposição ao Brasil

InfoMoney



SÃO PAULO – O estrategista Nicholas Smithie, do UBS, afirmou que os mercados emergentes terão um ano de forte performance em 2011, devido a seis motivos principais: crescimento, valuation, liquidez, poucos investimentos, retorno e força cíclica. "Os emergentes irão brilhar em 2011", afirma o especialista, prevendo um upside de 53% para o conjunto.

Deste modo, Smithie recomenda uma alternância dos pequenos aos grandes mercados, com destaque para Brasil, Rússia e China, os quais tiveram uma performance abaixo da média neste ano. Esses mercados, segundo o estrategista, oferecem um valor significativo, mas estão subvalorizados.

Setores de consumo são top picks
Nestes mercados, os setores relacionados ao consumo apresentam uma alta taxa de crescimento e de criação de valor. Assim, os setores de bebidas e alimentos, cuidados pessoais domésticos, bancos e farmacêutico foram eleitas as top picks do UBS. "Permaneça com foco nos nomes domésticos, mas valorize e page a mais por crescimento", sugere Smithie.

Para esta análise, o estrategista identificou alguns riscos que podem afetar os mercados emergentes, tais como o maior controle do capital, taxas de juros mais elevadas, ou inflação. “No entanto, se nenhum destes fatores acontecer, nós podemos estar subestimando o potencial de upside nos mercados emergentes globais”, destacou.

Ações em alta
Em relatório separado, o economista Sunil Kapadia apostou no investimento em ativos de maior risco para 2011, incluindo as ações, devido aos fortes ganhos, recuperação econômica gradual e sustentável, além de valuations melhores, enquanto a política econômica e uma nova alavancagem das empresas serão os pontos decisivos para o próximo ano.

“O cenário de investimentos deverá ser pontuado por crises soberanas, políticas e geopolíticas recorrentes”, disse Kapadia em relatório. “O timing destes choques são difíceis de prever, mas as implicações são volatilidade episódicas e recuos ocasionais nos mercados”, continuou.

Mas, assumindo que tais choques não desviem os mercados da recuperação, uma alavancagem do setor corporativo não-financeiro será decisiva. “Balanços corporativos sólidos e financiamento de débito atrativo incentivarão as companhias a impulsionar o retorno em ações através de mais dividendos, recompras, investimento de capital e aquisições – todas ações favoráveis aos acionistas”, finalizou.

Alocação de ativos
Com uma visão construtiva em relação aos mercados acionários, apesar das fraquezas recentes, Kapadia recomenda elevar a alocação em ações globais, dando preferência aos mercados emergentes e ao Japão. Para compensar esse aumento, o estrategista corta a exposição a capital e commodities energéticas.

Ademais, são mantidas recomendações overweight (peso acima da média do portfólio) às outras commodities, créditos de alto yield e dívida de mercados emergentes em moedas locais. A posição underweight (peso abaixo da média do portfólio) é tomada em títulos do governo lastrados em índices inflacionários.