sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Consumo inadequado ameaça abundância de alimentos no futuro

Na Inglaterra, modelo importa 90% das frutas e 40% dos vegetais.
Cuba criou fazendas urbanas após fim de ajuda da União Soviética.

Do Globo Natureza, com informações do Bom Dia Brasil

Nos últimos 50 anos, consumidores de países ricos se acostumaram com comida abundante e barata. Na Inglaterra, por exemplo, 90% das frutas e 40% dos vegetais são importados.

"Se você vai ao supermercado, é difícil dizer o que é de qual estação", diz o ambientalista Lester Brown. Mas especialistas alertam que o modo de consumo atual será insustentável no futuro. "Nós desequilibramos o meio ambiente com agropecuária intensiva e mecanizada. O solo está pobre, gastamos reservas de água", diz o especialista Surinder Singh.

Em Nova York, nos Estados Unidos, a prefeitura montou um plano para estimular a produção local. Não há muitas áreas disponíveis, mas a ideia é usar espaços urbanos, até mesmo terraços de prédios altos, para aumentar a produção de alimentos e reaproveitar a comida que ia para o lixo.

Em West Yorkshire, na Inglaterra, há dois anos algumas mulheres plantam frutas e vegetais em toda a cidade: ervas na estação de trem, maças e pêras no jardim da escola.

Em Cuba, o fim da ajuda da antiga União Soviética levou o governo a uma solução radical, que levou à criação de fazendas urbanas para economizar com petróleo usado em fertilizantes, pesticidas e combustível de caminhões. O país consegue produzir 90% do que consome de grãos e vegetais, mas a dieta dos cubanos ficou pobre em carne, leite e derivados.

Nos Estados Unidos, a aposta é no cultivo de plantas geneticamente modificadas. Mas as preocupações sobre a segurança dessas plantações provocam críticas. Consumidores de países desenvolvidos jogam fora um terço da comida que compram. Nos Estados Unidos, o custo para se livrar do lixo chega a US$ 1 bilhão por ano. A técnica de compostagem, de aproveitamento do lixo orgânico como adubo, ainda não é comum no país.

Não existe solução pronta, mas especialistas sugerem que o caminho menos doloroso para enfrentar uma crise de alimentos seja usar os recursos de forma inteligente, consumir sem exageros e reduzir o desperdício.