terça-feira, 25 de janeiro de 2011

OCDE mostra preocupação com preços de commodities e pede mais transparência

InfoMoney

Em meio a tentativas dos emergentes de conter as pressões inflacionárias, o Secretário Geral da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Angel Gurría, alertou que a escalada dos preços dos alimentos e commodities podem atrapalhar o crescimento global.

Em pronunciamento nesta terça-feira (25), Gurría destacou que os mercados de commodities sempre foram voláteis, “mas se os governos agirem em conjunto, variações extremas de preços podem ser mitigadas”. “Os mercados de commodities precisam funcionar melhor e de modo mais transparente”, afirmou.

Na véspera, Nicolas Sarkozy, presidente da França e que também detém a presidência rotativa do G-20 em 2011, também falou sobre o assunto.

Transparência é chave
Entre as propostas da OCDE, estão uma maior disciplina no uso de restrições comerciais, tanto para importações quanto exportações.

A melhora da transparência, abrangendo informações de curto prazo, estoques e consumo, também é necessária, “evitando o pânico e facilitando as decisões”.

Segundo Gurría, mercados mais abrangentes, com maior volume e maior número de compradores e vendedores, são menos voláteis. “Por isso, a conclusão da rodada de Doha é crucial”, disse o Secretário.

Ele defendeu ainda o oferecimento de assistência a países muito dependentes de importações de alimentos, onde altos preços criam problemas nas balanças de pagamentos.

“Uma maior assistência internacional também devia ser dada para impulsionar a produtividade agrícola no mundo. Investimentos em desenvolvimento da agricultura dos países devem ser particularmente importantes para aumentar a oferta de alimentos e oferecer a muito necessária renda e emprego em muitos países menos desenvolvidos”, apontou Gurría.

Biodiesel
A OCDE afirmou que seus estudos mostram que oferecer subsídios à produção de biodiesel baseada em milho, açúcar de beterraba ou óleo vegetal pode levar a uma alta nos preços dos alimentos, trazendo como contrapartida um impacto limitado na redução de gases do efeito estufa.

“A recomendação é o uso de fontes alternativas, como materiais de celulose, que produzem energia de modo mais eficaz e permitem uma negociacao mais aberta nos mercados de biodiesel e matérias-primas”, completou a instituição.