sexta-feira, 8 de julho de 2011

Especialista aponta principais lacunas nas habilidades de executivos brasileiros

Dentre os principais problemas estão a falta de profissionalismo nas relações e a dificuldade em confiar no outro
 
Na mira de empresas ao redor do mundo, os executivos brasileiros estão antenados com as melhores práticas mundiais. Contudo, algumas lacunas ainda precisam de melhora, conforme análise do sócio e fundador da Enora Leaders – empresa especializada na formação de executivos e desenvolvimento acelerado de lideranças -, João Marcelo Furlan.

 "Notamos ausência frequente de algumas habilidades e competências que podem ser fundamentais na gestão e realização de projetos (…) Sem esquecer que o brasileiro prima pela criatividade e flexibilidade, é preciso notar que essas lacunas existem e precisam ser sanadas", explica Furlan.

 Problemas


Dentre os principais problemas nas competências e habilidades dos executivos brasileiros observados por Furlan, juntamente com os demais professores da Enora Leaders, estão a falta de profissionalismo nas relações e a dificuldade em confiar em quem está do outro lado.

 "O brasileiro é muito voltado para o relacionamento cordial e paternalista, deixando o profissionalismo de lado. Quando um técnico é promovido a uma posição de liderança, as amizades não são esquecidas em momentos de avaliação ou decisão", argumenta.

 O pouco uso de metodologias para solucionar problemas e a falta de respeito ao cronograma, de planejamento e de análise crítica também são citadas pelo profissional, que diz que o executivo brasileiro se utiliza mais de intuição, tem o costume de deixar as coisas para a última hora e define os resultados por percepções subjetivas, incluindo empatia, para avaliar projetos e promover pessoas.

 Além disso, a falta de inovação, apesar da criatividade brasileira, também é um problema a ser corrigido. "A criatividade não é transformada em inovação, como mostra o baixo número de patentes registradas no Brasil. Inovar demanda gerir um processo que transforme a ideia original em inovação e, para que isso ocorra, falta a tomada de responsabilidade e a prestação de contas. Temos muita iniciativa e pouco 'acabativa'".