sexta-feira, 11 de maio de 2012

Inflação: veja como ela atua no poder de compra dos consumidores

Por: Viviam Klanfer Nunes, Site Infomoney

A inflação, um dos principais elementos da economia. Assim como a taxa de juros, o nível de desemprego e a massa salarial, a inflação é um importante item de avaliação do cenário econômico. Entender como ela funciona e, principalmente, como influencia o poder de compra é essencial para quem quer manter ou melhorar o padrão de vida.

De forma resumida, "inflação é o aumento generalizado de preços de serviços e produtos e quanto maior a inflação, menor é o poder de compra daquela nota de dinheiro que você possui na carteira", explica o educador financeiro Mauro Calil.

Aplicando esse conceito na prática, temos que a inflação é, basicamente, responsável por corroer o poder de compra dos consumidores. Para deixar o tema mais didático, Calil separa a inflação em duas, a macroeconômica e a elástica.

Inflação macroeconômica
"A macroeconômica é aquela inflação da qual o governo sempre fala", ou seja, aquela medida por índices como IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado, o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo – que mede a inflação oficial do País) e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção).

Esses indicadores mostram o quanto o aumento de preços está tirando o poder de compra dos consumidores. Isso quer dizer que o que você comprava com R$ 10 mil no início de 2011, ao final do ano, considerando a inflação, você já não compra mais, pois os produtos e serviços ficaram mais caro.

De forma mais clara, se você gastava R$ 500 no supermercado, com as compras do mês, a mesma lista de itens passou a custar R$ 550. "Significa que houve aumento de preços, ou seja, inflação e que seu poder de compra diminuiu, principalmente se seu salário não evoluiu de acordo com esta alta de preços", explica Calil.

E nos investimentos?
Assim como acontece nos produtos de supermercado, a inflação também deve ser considerada no rendimento dos investimentos. Ao falar de rentabilidade de um investimento, a inflação também está atuando. "Não podemos simplesmente olhar para o percentual bruto que se apresenta", explica o educador.

Quando descontamos a inflação do rendimento, encontramos o rendimento real do investimento. Na prática, um investidor que aplicou R$ 10 mil em um fundo de renda fixa e durante 2011 o retorno foi de 8,9%, com a inflação do período, de 6,5% (em 2011 - medida pelo IPCA), esse investimento, na realidade, entregou um rendimento real em torno de 2,4% durante todo o ano passado.

Inflação por elasticidade de demanda
Há, entretanto, outro tipo de inflação, "a inflação por elasticidade de demanda". Na opinião do educador, essa é pior do que a macroeconômica. Essa inflação é impulsionada pelo novo padrão de consumo das famílias brasileiras, "que faz com que se compre mais e se adquira produtos mais caros", diz Calil.

Explicando essa situação, o educador diz que quando uma pessoa ganha um aumento, passando, por exemplo, de R$ 2 mil para R$ 2,5, ou seja, alta de 25% ela tente a elevar seu padrão de vida de forma desproporcional.

O aumento de 25%, frente a inflação de 6,5% de 2011, é muito positivo. Porém, se a pessoa gastava R$ 100 com lazer, e, por conta do aumento, passa a gastar R$ 200, o aumento foi de 100%. Para o educador, seria mais prudente usar o dinheiro extra para fazer uma reserva financeira ou para um investimento pensando na aposentadoria.