quinta-feira, 3 de maio de 2012

Rendimento da poupança será de 70% a 80% da Selic

Por Claudia Safatle, João Villaverde e Mônica Izaguirre

A base da proposta para a mudança da remuneração da poupança, que será encaminhada por medida provisória para o Congresso, é garantir à caderneta uma rentabilidade equivalente a 70% da taxa Selic. Discutia-se, ainda, a possibilidade de criar uma escala de acordo com o valor dos depósitos. Até uma determinada faixa (R$ 50 mil ou R$ 70 mil, por exemplo), o poupador receberia 80% da Selic e acima desse valor, 70%. Para as aplicações já existentes não deve haver mudanças.

A divulgação da medida foi adiada para hoje. A presidente Dilma Rousseff terá, à tarde, vários encontros para obter apoio político à alteração das regras da poupança. Primeiro, com o Conselho Político e, em seguida, com as centrais sindicais e empresários. Antes, deverá ter nova discussão com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para fechar o texto final.

Tratada com extrema cautela pela presidente, pelo impacto político que pode gerar a alteração na rentabilidade da principal aplicação do pequeno poupador, a caderneta acabou se tornando um entrave para a queda da taxa básica de juros, a Selic. As cadernetas, com a Selic em 8,5% ao ano, são mais competitivas do que as aplicações em fundos de investimentos e em títulos públicos.

Hoje o rendimento da poupança equivale a 68,5% da Selic (de 9% ao ano). Caso os juros caiam para 8,5% ao ano e a poupança tenha seu rendimento atrelado a uma taxa de 80% da Selic, a correção da caderneta seria de 6,8% ao ano - superior, portanto, aos 6,17% atuais. Com 70% da Selic, o reajuste passa a ser de 6,3%.