sexta-feira, 4 de maio de 2012

Selic continuará caindo se inflação permitir, diz Mantega

Ministro da Fazenda afirmou também que tem certeza que bancos privados vão baixar spreads

Ricardo Leopoldo e Francisco Carlos de Assis, da Agência Estado

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou que a Selic continuará caindo desde que as condições da inflação no Brasil permitam. Segundo ele, os índices de preços no País estão bem comportados. "A inflação neste ano deve ficar entre 4,5% e 5%", comentou

Desindustrialização

O ministro da Fazenda negou que haja em curso um processo de desindustrialização no Brasil. De acordo com Mantega, a crise mundial afeta principalmente a indústria manufatureira mundial que vai buscar mercado em outros países como o Brasil. "(O setor) é o principal afetado pela crise. Por isso, dizem que, em alguns países, há desindustrialização. Isso não está ocorrendo no Brasil, apesar de a indústria estar também sendo afetada pela crise (internacional)", disse o ministro, ao comentar medidas de estímulo ao setor.

Na América Latina, segundo Mantega, a produção industrial se comparada com Europa e Estados Unidos continua sólida e, na região, o Brasil é o maior produtor. De acordo com o ministro, o governo continuará tomando medidas para manter o mercado interno.

Crescimento

O Brasil vai buscar uma taxa de crescimento equivalente a 4,5% neste ano, disse Mantega. De acordo com o ministro, a expansão almejada para o PIB em 2012 não é fácil, mas o governo mantém o objetivo de alcançá-la. E a dificuldade para alcançar a meta de crescimento de 4,5% se dá em razão da economia mundial manter a trajetória de desaceleração.

O ministro, entre uma projeção e outra, avalia e faz comparações entre o crescimento esperado para este ano, a expansão do PIB em 2011 e em 2010. De acordo com ele, a economia em 2012 vai crescer mais que no ano passado (2,7%), apesar de ficar abaixo de avanço de 7,5% do PIB em 2010. "No ano passado, crescemos 2,7%, que foi maior do que o crescimento de muitos países da Europa e dos EUA. É que em 2010 crescemos 7,5% e a gente fica mal acostumado", brincou o ministro.

Para Mantega, mesmo tendo crescido menos no ano passado, o Brasil continua a gerar empregos, o que não ocorreu na Europa, onde os países convivem com desemprego há três anos. Segundo ele, na Europa, o desemprego deverá continuar, o que deverá acirrar as pressões políticas sobre os respectivos governos. "A cada semana cai um presidente nos países da região porque a população não está contente com o gerenciamento da crise", explicou.