Por Assis Moreira
As classes A, B e C no Brasil vão representar 75% da população brasileira até o começo de 2016, previu o presidente para América Latina do Itaú, Ricardo Villela Marino, no Fórum Econômico Mundial, em Davos. Ele procurou enfatizar a ascensão da classe média no país e na América Latina.
O tradicional debate sobre a expansão da classe média nos emergentes prosseguiu no Fórum de Davos, a exemplo de anos anteriores. A diferença é que agora crescem os alertas sobre vulnerabilidades que podem reverter ou desacelerar o fenômeno.
No geral, os participantes insistiram na importância de melhorar a educação na região, considerada especialmente ruim. Os exemplos se sucederam. Certo mesmo é que a nova classe média não vem mais dos países industrializados. Cerca de dois terços vem da Ásia.
Ao mesmo tempo, os conceitos do que é classe média também mudam. Uma coisa é certa: o conceito usado em países como Brasil ou Índia não são o do ex-presidente Kennedy, que considerou classe média quem tinha dois carros, dois cachorros e uma piscina.
Em outro debate no Fórum de Davos, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, disse que o Brasil vem reduzindo a desigualdade de renda, enquanto a situação é inversa em dois terços de outros países.
Exemplificou que, com base em dados de novembro de 2013, constatou que o crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) per capita foi de 1,5% enquanto a mediana da renda real domiciliar per capita cresceu 5,4%.
Pelos seus cálculos, nada menos do que 54 milhões de brasileiros subiram para as classes A, B e C. Se a nova classe média fosso um país, seria o 23º mais populoso do mundo, à frente da Espanha e abaixo da Itália. "É uma transformação gigantesca", disse. Agora, as classes A e B estão crescendo mais que a classe C, segundo ele.