quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Estudo da FGV aponta que cartão de crédito sai mais caro para brasileiro

Os juros do cartão de crédito no Brasil são mais altos que os de países da América Latina como Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México. É o que revela pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) em parceria com o professor da Escola de Economia de São Paulo (FGV/EESP) Samy Dana. 

O estudo aponta que o Brasil tem juros do rotativo (modalidade de crédito em que não se paga o valor completo da fatura) até 70 vezes superior à taxa básica – o que equivale a uma média de juros de 280,82% ao ano.  Os números chamam ainda mais atenção quando comparados aos de outros países.  A taxa praticada no Brasil é 525% maior do que a do Peru, que cobra 44,8% ao ano. O menor percentual é da Colômbia, com 28,31% anuais.

"Vale a seguinte regra: quanto mais fácil é o dinheiro, mais caro é. O cartão de crédito, o cheque especial são as duas modalidades que estão mais disponíveis e são as mais caras", explica Samy Dana em entrevista ao Portal G1. Ainda de acordo com ele, taxas cobradas pelos cartões no rotativo são uma das principais causas do crescente endividamento dos brasileiros.

O economista alerta também que, além dos juros do rotativo, outros quatro tipos de juros podem incidir sobre a fatura do cartão de crédito: cobrança da anuidade, saque, parcelamento da fatura e parcelamento de compra. Para evitá-los, é preciso tomar alguns cuidados, como se programar para pagar o valor total da fatura (e na data do vencimento), não realizar saques no crédito e procurar lojas que não cobrem juros ao parcelar compras.

No Brasil, a pesquisa levantou as taxas de juros cobradas no rotativo por 60 cartões de crédito, distribuídos por 11 instituições financeiras.