Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
Depois da investida da Xstrata para cima da Anglo American, as possibilidades de um movimento agressivo de consolidação no setor de mineração voltaram a ser levantadas. Pelo passado de aquisições e histórico de tratativas com a Xstrata, a Vale (VALE5, VALE3) surge entre as candidatas.
Com a resistência da Anglo à Xstrata, ambas podem se tornar alvo da brasileira, que tem dinheiro em caixa e um interesse já manifestado de diversificar sua produção. No final da semana passada, a Liberium Capital chegou a afirmar que a Vale estava "perto" de uma aliança com a Anglo.
No entanto, parte do mercado acredita que uma união entre Vale e Xstrata traria maiores vantangens, além de criar o maior grupo minerador do mundo, deixando para trás as rivais Rio Tinto e BHP Billiton. Este coro inclui os analistas Paul Cliff, da Nomura, e Nick Hatch, do ING.
Colocando as duas possibilidades na balança, a equipe do Bank of America Merrill Lynch considera que uma fusão com a Xstrata faz mais sentido para a Vale, mas ainda assim tem alguns poréns.
Vale + Xstrata
Em relação a uma possível investida da Vale para cima da Xstrata, a instituição enxerga sinergias importantes, principalmente em Sudbury - complexo com seis minas no Canadá. Outra questão que reforça esta possibilidade é o salto que a Vale daria em termos de produção de cobre e carvão, mercados em que mineradora brasileira procura ampliar participação.
No entanto, o passado de negociações mal sucedidas entre as duas empresas pode barrar uma nova aproximação. O BoA Merrill Lynch ainda destaca disputas comerciais pelo direito de alguns metais entre a Vale e a Glencore, que controla aproximadamente 35% do capital da Xstrata; embora os analistas considerem vantajoso para a Glencore um acordo que envolva ações da mineradora brasileira.
Na quinta-feira, o presidente da Vale, Roger Agnelli, minimizou os rumores de que a brasileira estaria retomando as negociações com a anglo-suíça: "Não tem nenhuma conversa, absolutamente nada, nenhum tipo de movimentação".
Vale + Anglo ou Freeport
Vale com Anglo é uma associação menos provável para a instituição, menos atrativa também. Além de possibilidades limitadas de sinergia, a exposição da Anglo em minério de ferro pode forçar a Vale a vender alguns ativos para reduzir sua alavancagem. A diluição dos ganhos também representa fator limitador.
Outra possibilidade, mas esta levantada no ano passado, diz respeito à norte-americana Freeport-McMoran. A exposição desta empresa à produção de ouro ajudaria a brasileira em sua busca por diversificação, além de possuir ativos em cobre, outro segmento de interesse da brasileira. Ainda assim, também representaria uma grande operação, o que pode gerar questionamentos no atual momento dos mercados.
Vale + outras menores
Pelo fato de ter vindo de uma grande aquisição nos últimos anos, o ímpeto da Vale pode se limitar a aquisições de menor porte, ativos isolados com posição e exposição a mercados estratégicos.
Ao BoA Merrill Lynch, é alternativa que mais agrada: "ainda acreditamos que a Vale deve focar em pequenas companhias e ativos específicos no lugar de grandes aquisições". Segundo declarações de Agnelli nesta quinta-feira, "temos uma carteira de investimentos enorme, é preciso ir com calma".
Depois da investida da Xstrata para cima da Anglo American, as possibilidades de um movimento agressivo de consolidação no setor de mineração voltaram a ser levantadas. Pelo passado de aquisições e histórico de tratativas com a Xstrata, a Vale (VALE5, VALE3) surge entre as candidatas.
Com a resistência da Anglo à Xstrata, ambas podem se tornar alvo da brasileira, que tem dinheiro em caixa e um interesse já manifestado de diversificar sua produção. No final da semana passada, a Liberium Capital chegou a afirmar que a Vale estava "perto" de uma aliança com a Anglo.
No entanto, parte do mercado acredita que uma união entre Vale e Xstrata traria maiores vantangens, além de criar o maior grupo minerador do mundo, deixando para trás as rivais Rio Tinto e BHP Billiton. Este coro inclui os analistas Paul Cliff, da Nomura, e Nick Hatch, do ING.
Colocando as duas possibilidades na balança, a equipe do Bank of America Merrill Lynch considera que uma fusão com a Xstrata faz mais sentido para a Vale, mas ainda assim tem alguns poréns.
Vale + Xstrata
Em relação a uma possível investida da Vale para cima da Xstrata, a instituição enxerga sinergias importantes, principalmente em Sudbury - complexo com seis minas no Canadá. Outra questão que reforça esta possibilidade é o salto que a Vale daria em termos de produção de cobre e carvão, mercados em que mineradora brasileira procura ampliar participação.
No entanto, o passado de negociações mal sucedidas entre as duas empresas pode barrar uma nova aproximação. O BoA Merrill Lynch ainda destaca disputas comerciais pelo direito de alguns metais entre a Vale e a Glencore, que controla aproximadamente 35% do capital da Xstrata; embora os analistas considerem vantajoso para a Glencore um acordo que envolva ações da mineradora brasileira.
Na quinta-feira, o presidente da Vale, Roger Agnelli, minimizou os rumores de que a brasileira estaria retomando as negociações com a anglo-suíça: "Não tem nenhuma conversa, absolutamente nada, nenhum tipo de movimentação".
Vale + Anglo ou Freeport
Vale com Anglo é uma associação menos provável para a instituição, menos atrativa também. Além de possibilidades limitadas de sinergia, a exposição da Anglo em minério de ferro pode forçar a Vale a vender alguns ativos para reduzir sua alavancagem. A diluição dos ganhos também representa fator limitador.
| Os possíveis alvos da Vale |
| Anglo American |
| Líder mundial na produção de ouro, platina e diamante. Participação em carvão, metais básicos e ferrosos, minerais industriais e papel e celulose |
| Freeport McMoRan |
| Foco principal nos negócios com cobre e ouro |
| Alcoa |
| Líder mundial na produção de alumínio |
| Norsk Hydro |
| Alumínio de base, produtos de alumínio, além da produção e distribuição de energia |
Outra possibilidade, mas esta levantada no ano passado, diz respeito à norte-americana Freeport-McMoran. A exposição desta empresa à produção de ouro ajudaria a brasileira em sua busca por diversificação, além de possuir ativos em cobre, outro segmento de interesse da brasileira. Ainda assim, também representaria uma grande operação, o que pode gerar questionamentos no atual momento dos mercados.
Vale + outras menores
Pelo fato de ter vindo de uma grande aquisição nos últimos anos, o ímpeto da Vale pode se limitar a aquisições de menor porte, ativos isolados com posição e exposição a mercados estratégicos.
Ao BoA Merrill Lynch, é alternativa que mais agrada: "ainda acreditamos que a Vale deve focar em pequenas companhias e ativos específicos no lugar de grandes aquisições". Segundo declarações de Agnelli nesta quinta-feira, "temos uma carteira de investimentos enorme, é preciso ir com calma".