quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pela 1ª vez, presidente do Fed vê chance de recessão nos EUA

O presidente do banco central americano, o Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, não descartou nesta quarta-feira uma leve contração da economia dos Estados Unidos no primeiro semestre de 2008, com um reforço do crescimento no fim do ano sob os efeitos do plano de reestruturação financeira e a redução das taxas de juros, o que implica que o país poder estar a caminho de uma recessão.

Bernanke pela primeira vez reconheceu publicamente a possibilidade de uma recessão, o que os economistas geralmente definem como dois trimestres consecutivos de queda na atividade.
Parece provável que o verdadeiro Produto Interno Bruto (PIB) não vá crescer muito, se crescer, durante o primeiro trimestre de 2008 e, inclusive, poderá se contrair levemente", afirmou Bernanke à Comissão Conjunta de Economia do Congresso. No entanto, não disse que uma possível recessão seria suave.

"Esperamos que a atividade econômica se fortaleça no segundo semetre do ano, em parte como resultado de medidas de estímulo fiscal e monetário", afirmou.

A maior economia do mundo cresceu a um ritmo anual de apenas 0,6% no quarto trimestre de 2007, o último de que se tem conhecimento com informações oficiais disponíveis, mas muitos analistas dizem que a atividade se fragilizou ainda mais em 2008, uma opinião da qual Bernanke compartilha.

"O panorama político a curto prazo se fragilizou em relação às projeções difundidas pelo Comitê Federal do Mercado Aberto (órgão equivalente ao brasileiro Comitê de Política Monetária do Banco Central) no final de janeiro", assinalou.

Bernanke também defendeu a decisão do Fed de resgatar o banco de investimentos Bear Stearns, dizendo que houve intervenção para evitar uma situação "caótica" que teria causado um impacto econômico mais amplo.

"Com as frágeis condições financeiras, a repentina queda do Bear Stearns teria provavelmente conduzido a um movimento caótico de posições nesses mercados e poderia ter sacudido seriamente a confiança", explicou o presidente da Fed.