terça-feira, 3 de junho de 2008

Assimilado impacto inicial do investment grade, banco vê Ibovespa a 85 mil pontos

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira

O caráter positivo do investment grade é consenso. Mas a resposta "modesta" do mercado depois do segundo upgrade, pela Fitch, gerou comentários quanto à precificação do rating.

Será que o potencial da nota se limita à trajetória ascendente da bolsa brasileira depois do primeiro anúncio, da Standard & Poor's? A confirmação do upgrade não trouxe de volta a rotina de recordes de sua aparição inicial, o que alimenta a visão de que boa parte do ganho com o grau de investimento já está incorporado no atual retra
to do Índice Bovespa: entre 71 mil e 73 mil pontos.

Mas não se pode negar que a confirmação traz referência favorável. Alguns fundos internacionais não "entraram" apenas com a Standard & Poor's, exatamente por seu estatuto relacionar a necessidade da confirmação da nota via uma segunda agência. Somente esta questão já pode indicar um impacto sobre o volume de negócios.

Além desta premissa, a confirmação do rating não passa apenas pelo status da nota, reiterando uma série de perspectivas favoráveis quanto aos fundamentos internos. Para os analistas do UBS Pactual, estas perspectivas além de reforçadas, tendem a impulsionar os investimentos e evolução do produto brasileiro no médio e longo prazo.

Ibovespa a 85 mil pontos
Estas considerações praticamente afastam o Índice Bovespa de uma visão de estabilidade quanto aos impactos do investment grade. De modo geral, tais tópicos ainda devem guardar reflexos ao índice, seja no médio ou longo prazo.

A projeção dos analistas do banco de investimentos é do Ibovespa em torno de 85 mil pontos ao final do ano, aliando-se às expectativas acerca dos impactos da confirmação da nota e demais premissas atreladas ao mercado doméstico de ações.

Mesmo com a projeção de ganhos futuros ao Ibovespa, os analistas acreditam que a política atual do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) não deve ser impactada.

Boas oportunidades
O caso de ganhos completamente precificados sobre o mercado doméstico incorpora uma visão de poucas oportunidades para os investidores que ainda buscam se beneficiar dos benefícios do upgrade brasileiro às ações.

Mas o cenário projetado pelo UBS Pactual, que vislumbra ganhos adicionais ao Ibovespa até o final do ano, destaca que companhias com maior exposição ao mercado interno, fundamentos atrativos e bom potencial de crescimento devem ser os de melhor desempenho da bolsa até o final do ano.

A instituição citou papéis dos setores financeiro, construção civil, varejo e empresas associadas ao mercado de televisão a cabo, mas um grupo em especial chamou a atenção: as small caps.