Por: Gabriel Ignatti Casonato
Na última terça-feira (9), um fato raro ocorrido com os Treasuries - notas do Tesouro norte-americano reconhecidas pela segurança que oferecem - chamou a atenção dos mercados. Diante da elevada procura, os títulos negociados em leilão de curto prazo chegaram a atingir rendimento negativo, evidenciando a forte aversão ao risco existente no mercado.
De acordo com informações veiculadas pela mídia internacional, foram colocados cerca de US$ 27 bilhões em notas com vencimento em três meses à disposição do mercado. Com a elevada procura, estes títulos atingiram retorno negativo de 0,2%, mesmo com operadores não confirmando se houve negócios a estas taxas.
Para o banco francês Société Générale, tal movimento pode ser explicado pela forte volatilidade que vem tomando conta dos mercados nos últimos meses, na medida em que tem ficado cada vez mais difícil convencer os investidores a alocarem seus recursos em aplicações consideradas de risco.
Um bom exemplo disso vem dos próprios norte-americanos, afirmam seus analistas. Isto porque, segundo eles, boa parte da quantia disponibilizada pelo Federal Reserve às instituições financeiras do país tem sido aplicada justamente nos títulos do Tesouro, contribuindo para aumentar a demanda e deixar o rendimento em território negativo.
Solução pode estar no Fed
Por outro lado, o Société Générale acredita que o episódio pode marcar uma virada na extrema aversão ao risco observada nos últimos dias, pois nem mesmo os títulos considerados uns dos mais seguros investimentos do mundo têm sido capazes de evitar prejuízos aos investidores. E isto, na opinião do banco, pode trazê-los de volta às aplicações mais arriscadas, como a renda variável.
Desta forma, o banco ressalta a importância da próxima decisão do Fomc (Federal Open Market Committee) relativa ao juro básico dos Estados Unidos. Na visão dos analistas, o mais provável é que seja efetuado um corte de 50 pontos-base, que levaria a Fed Funds Rate ao patamar de 0,50% ao ano.
Além disso, eles prevêem mais um corte de 25 pontos-base no decorrer de 2009, o que poderia aumentar de forma considerável a eficiência da política monetária norte-americana no combate à recessão na economia do país, além de contribuir para uma eventual recuperação dos mercados de risco.
Em suma, grande parte da solução para amenizar o risco extremo nos mercados deve estar mesmo nas instituições financeiras norte-americanas. E com um juro mais baixo, é bem provável que elas passem a utilizar o capital estatal para fornecer mais crédito à economia, aumentando assim o apetite por risco entre os investidores.
Na última terça-feira (9), um fato raro ocorrido com os Treasuries - notas do Tesouro norte-americano reconhecidas pela segurança que oferecem - chamou a atenção dos mercados. Diante da elevada procura, os títulos negociados em leilão de curto prazo chegaram a atingir rendimento negativo, evidenciando a forte aversão ao risco existente no mercado.
De acordo com informações veiculadas pela mídia internacional, foram colocados cerca de US$ 27 bilhões em notas com vencimento em três meses à disposição do mercado. Com a elevada procura, estes títulos atingiram retorno negativo de 0,2%, mesmo com operadores não confirmando se houve negócios a estas taxas.
Para o banco francês Société Générale, tal movimento pode ser explicado pela forte volatilidade que vem tomando conta dos mercados nos últimos meses, na medida em que tem ficado cada vez mais difícil convencer os investidores a alocarem seus recursos em aplicações consideradas de risco.
Um bom exemplo disso vem dos próprios norte-americanos, afirmam seus analistas. Isto porque, segundo eles, boa parte da quantia disponibilizada pelo Federal Reserve às instituições financeiras do país tem sido aplicada justamente nos títulos do Tesouro, contribuindo para aumentar a demanda e deixar o rendimento em território negativo.
Solução pode estar no Fed
Por outro lado, o Société Générale acredita que o episódio pode marcar uma virada na extrema aversão ao risco observada nos últimos dias, pois nem mesmo os títulos considerados uns dos mais seguros investimentos do mundo têm sido capazes de evitar prejuízos aos investidores. E isto, na opinião do banco, pode trazê-los de volta às aplicações mais arriscadas, como a renda variável.
Desta forma, o banco ressalta a importância da próxima decisão do Fomc (Federal Open Market Committee) relativa ao juro básico dos Estados Unidos. Na visão dos analistas, o mais provável é que seja efetuado um corte de 50 pontos-base, que levaria a Fed Funds Rate ao patamar de 0,50% ao ano.
Além disso, eles prevêem mais um corte de 25 pontos-base no decorrer de 2009, o que poderia aumentar de forma considerável a eficiência da política monetária norte-americana no combate à recessão na economia do país, além de contribuir para uma eventual recuperação dos mercados de risco.
Em suma, grande parte da solução para amenizar o risco extremo nos mercados deve estar mesmo nas instituições financeiras norte-americanas. E com um juro mais baixo, é bem provável que elas passem a utilizar o capital estatal para fornecer mais crédito à economia, aumentando assim o apetite por risco entre os investidores.