segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Siderúrgicas: projeções para resultados trimestrais carregam impactos da crise

As siderúrgicas serão destaque nesta temporada de resultados não só pelo peso econômico, mas pelo impacto sofrido com a crise no final do ano passado.

De outubro a dezembro, o setor não resistiu à piora externa e inverteu o crescimento que vinha apresentando nos primeiros meses de 2008. Cortes na produção e demissões são alguns dos fatores que levam analistas a esperarem uma fraca rodada de resultados.

Segundo relatórios divulgados nesta segunda-feira (16) por Unibanco, Link Investimentos e SLW, os investidores devem avaliar as empresas de forma individual, pesando os pontos específicos de cada caso.

Usiminas
A equipe de analistas do Unibanco enxerga na empresa uma performance prejudicada pela sua elevada exposição à industria automotiva, responsável por quase 33% de todo o volume vendido. Os problemas enfrentados pelas fabricantes de veículos devem fazer as receitas encolherem 21% na comparação trimestral, totalizando lucro de R$ 19,3 milhões.

A visão da SLW aponta valores um pouco melhores, com o rápido posicionamento da empresa em relação à mudança no cenário. "No caso Usiminas, a decisão foi antecipar a manutenção de equipamentos e conceder férias coletivas, visando o ajuste entre oferta e demanda de seus produtos", disse. A projeção foi de lucro de R$ 620 milhões.

No meio termo, o time de especialistas da Link prevê impacto tanto no mercado interno, com queda nos volumes e preços constantes, como nas exportações, afetadas pelo câmbio. O resultado final deverá ser de um lucro de R$ 120 milhões, 86% abaixo do trimestre anterior.

CSN
Quanto à Companhia Siderúrgica Nacional, o Unibanco espera impacto negativo com o aumento no preço do carvão e com a diluição menor dos custos fixos. O lucro deverá ser positivo de R$ 328,2 milhões, segundo as projeções. A empresa não confirmou quando lançará seus números finais, mas o banco estima que será na segunda semana de março.

Ocorre certa divergência entre a opinião exposta pela SLW, que enxerga prejuízo de R$ 444 milhões para o mesmo período. "Ela teve uma postura um pouco diferenciada, mantendo sua produção em ritmo normal até novembro, mas já no mês seguinte trabalhou com férias coletivas".

Gerdau
O desempenho final da empresa gerou uma menor diferença entre as opiniões dos analistas, que pesaram a presença do grupo em países como EUA, Índia e Canadá. Enquanto o Unibanco prevê prejuízo de R$ 14 milhões, a SLW enxerga lucro de R$ 75 milhões para a siderúrgica.

Datas
Os números oficiais da Gerdau e da Usiminas serão divulgados no dia 19 de fevereiro, antes da abertura do mercado.