quinta-feira, 11 de março de 2010

Lucro da OGX cai 97% em 2009, para R$ 10,8 milhões

A OGX, empresa de petróleo do empresário Eike Batista, registrou lucro líquido de R$ 10,829 milhões em 2009, uma redução de 97,0% em relação aos R$ 359,884 milhões apurados em 2008. A empresa afirma, em seu comentário de desempenho que o principal motivo da redução do lucro foi o aumento das despesas financeiras, que somaram R$ 608,4 milhões, contra R$ 37,1 milhões em 2008. Como a empresa ainda não possui produção, não gerou receitas em 2009. As despesas com exploração, por sua vez, somaram R$ 97,914 milhões, 29,6% a menos do que no ano anterior, enquanto as despesas administrativas dobraram para R$ 118,025 milhões.A OGX encerrou o ano com R$ 7,3 bilhões em caixa. Os recursos serão aplicados em um fundo exclusivo de renda fixa à taxa média bruta acumulada a 116,37% do CDI, o que gerou rendimento de R$ 838,8 milhões.

Por outro lado, a empresa registrou R$ 220 milhões de perdas em operações de hedge de compromissos futuros em moeda estrangeira (dólar) contra R$ 41,4 milhões de ajustes positivos em 2008.

"O efeito no resultado do valor justo de instrumentos financeiros (marcação a mercado) em 2009 foi negativo em R$ 355,6 milhões, enquanto no exercício de 2008, foi positivo em R$ 54,8 milhões", explicou a companhia.

Os investimentos estiveram concentrados na intensa campanha exploratória, que demandou R$ 562 milhões, e na realização de sísmicas 3D, que consumiram R$ 77 milhões.

Para os próximos quatro anos, a empresa prevê investimento de US$ 3 bilhões na perfuração de poços. O número é superior aos US$ 2 bilhões estimados inicialmente, segundo a companhia, por causa do novo volume do portfólio certificado pela consultoria DeGolyer & MacNaughton, de 6,7 bilhões de barris de óleo equivalente, o que demandou aumento na campanha exploratória, de 51 para 79 poços até 2013.

Por outro lado, a empresa manteve a previsão de investir US$ 1 bilhão no desenvolvimento da produção inicial da bacia de Campos.

A KPMG, auditor independente do balanço da OGX, fez uma observação no demonstrativo pelo fato da empresa ainda não está gerando receitas de suas operações.

"A recuperação dos valores registrados no ativo não circulante depende do sucesso das operações futuras da companhia e de sua controlada", diz a auditoria.

(Téo Takar | Valor)