segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

OGX adia venda de parte dos ativos para próximo ano

Por Ana Paula Ragazzi | De São Paulo



A OGX Petróleo e Gás decidiu adiar a venda de parte dos seus ativos, e o negócio só deverá ser fechado em 2011, segundo uma pessoa que acompanha o processo.

A empresa optou por fazer a venda com calma por avaliar que as perfurações que têm feito nos poços têm trazido informações cada vez mais positivas sobre a capacidade da área, o que tem mudado a avaliação dos blocos.

O grupo entendeu que, se fizesse a venda com maior quantidade de informações sobre as bacias, conseguiria um valor mais elevado, o que criaria mais valor para os seus acionistas.

Se o negócio fosse fechado hoje, o preço do óleo estaria na casa dos US$ 8. Por isso, dentro do grupo existe a avaliação de que a venda dessa participação em um momento mais próximo da data programada para o início da produção da OGX, agosto de 2011, poderá resultar, no melhor cenário, em até o dobro do preço. Não valeria à pena, portanto, fazer negócio no meio do caminho.

A venda dessa participação tem concentrado as atenções do mercado nos últimos meses e a expectativa era que ela fosse anunciada ainda neste ano, embora a companhia nunca tivesse colocado uma data para a operação. As informações são que o Credit Suisse faz a assessoria financeira, e companhias da China, Índia e Noruega teriam demonstrado interesse nos ativos. Mais recentemente uma petroleira russa teria contatado a empresa.

O atraso do processo de venda não teria causado mal-estar entre as interessadas, mas entendido como parte do processo, segundo a fonte.

O empresário Eike Batista já declarou algumas vezes que planeja realizar um "farm out", ou seja, a venda de parte dos ativos da OGX para outra empresa do setor de petróleo.

Nas declarações, ele cogitou a venda de uma fatia entre 20% e 30% do blocos de exploração na Bacia de Campos.

O mercado criou expectativas para um anúncio iminente de venda depois da divulgação de que a OGX Ltda., subsidiária da companhia aberta, será dividida de forma que 70% dos ativos referentes a blocos de exploração na Bacia de Campos sejam transferidos para a OGX Campos Petróleo e Gás, também subsidiária da OGX.

A companhia não teria urgência na venda dos ativos, segundo a fonte, uma vez que possui R$ 5,5 bilhões em caixa, conforme dados do último trimestre, e tem recursos suficientes para continuar com as perfurações.

A negociação de fatia dos ativos faz parte da filosofia do grupo de vender participações em suas empresas pré-operacionais para que o mercado tenha uma referência mais clara de preço sobre o negócio.