terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Petrobras espera ter aumento de produção de 3,5% a 4% em 2011

Vitor Abdala

Rio de Janeiro - A Petrobras espera manter o mesmo ritmo de
crescimento dos últimos anos e ter uma alta de 3,5% e 4% na produção
de óleo e gás em 2011. A estimativa foi feita hoje (14) pelo diretor
de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella. Segundo ele,
o ano de 2010 deve fechar com uma média de mais de 2 milhões de barris
de óleo por dia.

"E essa é uma perspectiva muito boa, porque boa parte da nossa
produção provem de campos maduros, que enfrentam, como outros campos
do mundo, declínio acentuado. Mas prevemos que, apesar disso, esse
padrão de crescimento será confirmado em 2011", disse Estrella.

Apesar do grande número de campos maduros, o executivo explica que há
plataformas que estão começando a produzir agora, como a P-57, que
deve alcançar sua capacidade máxima de produção, de 180 mil barris por
dia, em maio do ano que vem.

A Petrobras também divulgou hoje que deve fechar 2010 com uma
exportação média de 450 mil a 500 mil barris de óleo por dia. Ainda
não há, no entanto, uma estimativa para 2011.

Outra estimativa feita na coletiva de hoje foi a de que a Petrobras
deverá encerrar o ano de 2010 com uma capacidade de produzir 1 milhão
de metros cúbicos (1 bilhão de litros) de etanol e 500 mil metros
cúbicos (500 milhões de litros) de biodiesel.

Na coletiva realizada hoje com o presidente da Petrobras, José Sergio
Gabrielli, e com cinco diretores, a empresa confirmou ainda a compra
de 30% do campo de gás de Itaú, na Bolívia, vizinho ao campo de San
Alberto.

"Nós vamos manter o programa de investimento na Bolívia, em relação à
exploração e produção. O objetivo é garantir o fornecimento
contratual", disse o gerente-executivo de negócios da Área
Internacional da Petrobras, Carlos Alberto de Oliveira.

Na coletiva, o presidente José Sergio Gabrielli também afirmou que a
empresa trabalha com um preço do barril de petróleo variando entre US$
65 e US$ 85 no longo prazo. Segundo ele, apesar do petróleo chegar a
mais de US$ 90 neste ano, a empresa não reajustou preços de gasolina e
diesel.

Perguntado sobre o risco de a Petrobras se envolver em acidentes como
o que aconteceu neste ano, no Golfo do México, Gabrielli disse que a
empresa é "inimiga do risco" e que investe bastante na prevenção.
Apesar disso, o presidente da Petrobras disse que a indústria
petrolífera, em geral, precisa melhorar suas técnicas de contenção de
óleo.

Para Gabrielli, o acidente do Golfo do México mostrou que é preciso
criar uma rede que envolva todas as empresas petrolíferas, governos e
Forças Armadas, para que possa haver uma resposta rápida a desastres.
O diretor Guilherme Estrella disse que a exploração da camada pré-sal
não oferece nenhum risco extra à indústria.