quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Petróleo vai a US$ 110 com paralisações na Líbia

Contratos seguem próximos aos níveis máximos desde que o governante
líbio passou a usar a força para reprimir as manifestações populares

Cynthia Decloedt, da Agência Estado


LONDRES - Os contratos futuros do petróleo são sustentados próximos
aos níveis máximos de negociação desde que o governante líbio, Muamar
Kadafi, passou a usar a força para reprimir as manifestações populares
pedindo sua saída. Hoje, o mercado trabalha com as informações de que
várias petroleiras estão com suas operações paralisadas e de que os
portos estão fechados.

Às 12h20 (de Brasília), o contrato do WTI para abril negociado na
Nymex eletrônica subia 1,93% para US$ 97,28 o barril. O brent,
negociado na plataforma ICE, avançava 3,31% a US$ 109,54 o barril. Na
máxima, chegou a ser cotado a US$ 110, 32.

A companhia espanhola Repsol YPF e a alemã Wintershall estão entre as
várias empresas de petróleo estrangeiras que confirmaram o fechamento
da produção no país. Somente as duas deixaram de produzir até 300 mil
barris de petróleo ao dia, cerca de 20% do total da produção líbia.
Outras, como a italiana Eni e a francesa Total disseram que sua
produção pode ser afetada pela turbulência civil.

Os portos da Líbia estão fechados. Assim, o mercado de petróleo está
prestes a perder a maior parte de toda a exportação diária de 1,3
milhão de barris da Líbia, muito dele de alta qualidade, o que
dificulta a reposição.

"O risco das interrupções no fornecimento já ficou claro", disse o
diretor de derivativos de varejo do London Capital Group, Glen Ward.

A Arábia Saudita, maior produtor da Opep, disse ontem que a
organização poderia elevar a produção para cobrir o déficit de
produção da Líbia. Embora a Arábia Saudita seja capaz de sozinha
substituir a produção líbia, os investidores teme que os protestos se
alastrem para outros países produtores de petróleo, como Argélia e
Irã. As informações são da Dow Jones.