terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Os 10 temas econômicos que vão dominar 2013

Relatório do Goldman Sachs aponta os assuntos que estarão em alta no radar de economistas, investidores e governos a partir do ano que vem

Lilian Sobral, de EXAME.com

Possibilidade de pouso suave na China e crise na Europa foram dois dos principais temas econômicos em 2012. Na visão do Goldman Sachs, esses dois tópicos continuarão em alta no ano que vem.

Os dois assuntos fazem parte de uma lista de 10 temas econômicos que vão dominar o ano de 2013, para o bem ou para mal, elaborada pela equipe de pesquisas econômicas do banco.Confira:

1 - Crescimento global: uma colina para superar, depois uma estrada limpa adiante

Para os economistas do Goldman, o crescimento econômico no início de 2013 deve continuar fraco, mas as perspectivas são de um período de recuperação após esse momento. Eles também esperam que as restrições na situação fiscal continuem no ano que vem, de maneira mais moderada a partir do segundo semestre.

Existe um efeito relativamente positivo por conta do longo período de crescimento fraco. Como lembra o Goldman, como houve muita queda, acaba aparecendo um espaço para o crescimento, especialmente em economias avançadas.

2 - Mais afrouxamento não convencional

Segundo o relatório, o ambiente de políticas de juros "ultrabaixos" continua pelo mundo. O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, talvez tenha medidas mais agressivas do que as que o mercado está esperando e comece a tomar medidas mais macro do que pontuais.

O Banco Central Europeu, por sua vez, deve começar a compra de ativos privados, o que pode tornar bônus corporativos e de bancos da Europa mais atraentes.

Os economistas do Goldman também esperam uma grande mudança nas políticas do Banco do Japão.

3 - Contínua busca por lucros

A contínua busca por ganhos dos investidores pode gerar alguns assuntos interessantes na pauta econômica de 2013. Uma das possibilidades é que esse cenário possa fazer com que a relação entre risco e recompensa diminua em crédito corporativo. Além disso, a facilidade na tomada de crédito pode gerar uma nova alta da alavancagem (relação entre dívidas e receita) para as empresas.

4 - Estabilização do mercado imobiliário e setor privado nos Estados Unidos

A expectativa é que os imóveis nos Estados Unidos continuem tendo valorização modesta no futuro, com as hipotecas no menor nível histórico. 

5 - Zona do euro é um risco global menor, mas ainda é fonte de histórias

O crescimento na Europa vai continuar fraco, com uma tentativa de superar dificuldades de qualquer maneira em alguns casos. O risco da economia espanhola se intensifica no início de 2013, mas a situação continua com intervenções do Banco Central Europeu. As pressões econômicas vão diminuir na Itália, mas ainda haverá incerteza política diante das eleições gerais do ano que vem. 

6 - Continuação das divergências entre o centro e a periferia da zona do euro

As divergências no perfil econômico continuam entre os países da Europa. Segundo o Goldman, os problemas da periferia já são conhecidos, mas o potencial de superaquecimento da Alemanha é um tema menos claro.

A expectativa é que setores voltados para o mercado interno na Alemanha, como serviços e construção continuem andando mais lentamente, enquanto setores da manufatura da periferia devem começar a fazer o mesmo.

7 - Mercados emergentes recuperam crescimento, mas diminuem capacidade para crescer

Com os mercados emergentes recuperando o crescimento forte sobre bases enfraquecidas, logo o espaço para altos índices de crescimento começam a diminuir. A China, por exemplo, deve ter uma aceleração menor no crescimento, e depois seguir para índices mais estáveis, explica o Goldman.

8 - Diferenças entre emergentes continuam

Um exemplo é a inflação. Os emergentes devem ver esse risco mais presente com o crescimento, mas tratarão o assunto de maneiras diferentes.

9 - Pressões das commodities diminuem no curto prazo

Os mercados continuam com movimentos cíclicos, porém um pouco mais estáveis. O relaxamento da restrição de oferta de energia no mundo também reduz um grande obstáculo para uma recuperação do crescimento a partir de 2014.

10 - Crescimento estável na China, mas não "como nos velhos tempos"

Embora o Goldman projete uma estabilização do crescimento na China, a previsão é de uma faixa pouco abaixo dos 8%. Assim, a questão sobre quanto o mercado já assimilou essa desaceleração continuará sendo um assunto importante no próximo ano, afirmam os economistas do Goldman.